Ato em defesa do PT e dos direitos democráticos em Campinas

 

No último dia 01 de março, um importante ato foi organizado pelo Partido dos Trabalhadores da Macrorregião de Campinas. Contando com quase 200 militantes, entre trabalhadores, estudantes, jovens, trabalhadores sem-terra, sem-teto, professores, lideranças populares, pudemos discutir o significado do julgamento político realizado pelo STF contra o PT.

No último dia 01 de março, um importante ato foi organizado pelo Partido dos Trabalhadores da Macrorregião de Campinas. Contando com quase 200 militantes, entre trabalhadores, estudantes, jovens, trabalhadores sem-terra, sem-teto, professores, lideranças populares, pudemos discutir o significado do julgamento político realizado pelo STF contra o PT.

Cristina, presidenta da MacroCampinas, iniciou os trabalhos ressaltando a importância da militância partidária debater o significado do ataque da direita contra os avanços do governo Lula e Dilma. Ari Fernandes, presidente do PT Campinas, salientou que é necessário que entendamos as articulações do Poder Judiciário com a grande mídia, no sentido de atacar o PT justamente por ele ser a expressão de um movimento histórico em defesa dos trabalhadores. Ângelo Barreto, vereador do PT, ressaltou que temos que entender que “esse ataque não é contra um ou outro militante do PT, mas sim ao PT”. Por isso, frisou que “não podemos abandonar companheiros que sempre defenderam uma política da organização partidária, concordemos ou não”. No mesmo sentido foram as intervenções dos demais companheiros presentes à mesa, com Meira, Prefeito de Hortolândia, Vinícius, representando a juventude, e tendo como grande figura o deputado e ex-presidente do PT, José Genoíno.

Genoíno, aplaudido de pé pela militância petista ressaltou que “se trata de um jogo político, de classes, e que temos que saber o que significa a articulação dos meios de comunicação e o Poder Judiciário”. Disse que “a ação 470 é um ataque frontal às lutas de décadas do PT”, ressaltando que “os poderes têm medo do povo organizado”, e “quem pode fazer isso no Brasil é o PT e a CUT”. Genoíno, como que numa aula de Direito, explicitou todas as contradições processuais da ação 470, apresentou dados e informações constantes do processo e ressaltou que estamos diante de um julgamento de exceção, como aos que ele viveu na ditadura civil militar. Citou a importância do livro “A outra história do mensalão: as contradições de um julgamento político”, de Paulo Moreira Leire, da editora geração (compre em www.livrariamarxista.com.br), para explicitar os absurdos cometidos pelo STF. Genoíno salientou que devemos entender esse processo de criminalização do PT como uma forma de repressão às lutas sociais, contra a luta do povo nas ruas, buscando judicializar a política, como senhores acima do bem e do mal, de um falso moralismo, de deslegitimar a ação democrática da organização popular.

Por fim, Genoíno frisou ser necessário que o PT faça um balanço político profundo de seus governos do PT, das alianças que são feitas, da identificação dos aliados, da relação com a mídia, da relação com o Poder Judiciário, dos avanços sociais, porém, ainda dos enormes desafios que estão colocados ao PT, no sentido de defender a classe trabalhadora. Para concluir, Genoíno ressaltou que a necessidade fundamental do PT é fortalecer o que fez com que o “PT fosse o PT”, ou seja, “com a militância nas ruas, se formando e se organizando, apresentando um programa para os mais pobres, combatendo a desigualdade social”. Sua última frase sintetiza o exposto em todo o ato público: “se houve erros do PT, houve erros políticos. O julgamento tem que ser feito pelo PT, por sua militância. Não houve corrupção, mesadas à parlamentares, desvios de dinheiro público. A crítica tem que ser feita na política”.

Para o PT de Campinas, que vive um processo turbulento de expulsões de ex-companheiros que desrespeitaram a decisão democrática do PT, decidindo de forma unilateral a entrada no governo municipal de PSB-PSDB de Jonas Donizete, a atividade foi de grande valia para compreender que o significado das alianças com a burguesia.

Em especial, devemos ressaltar que a atividade foi construída a partir das demandas da própria base do PT, pressionando sua direção para discutir esse ataque contra o PT, compreender realmente o que se trata a Ação Penal 470, ouvir os militantes do PT que estão sendo condenados, buscando fazer com que o partido compreenda a necessidade de denunciar o ato político contra as organizações dos trabalhadores, vinculando o ataque ao PT com a criminalização da CUT, do MST, etc.

Dessa forma, esperamos que o enfrentamento contra esse ataque da burguesia não fique “somente” nessa atividade. A classe trabalhadora e a militância de base do PT está disposta a ir para as ruas, a se mobilizar para mostrar que percebemos o ataque político, e daremos as respostas mostrando a contradição do Poder Judiciário, o desrespeito aos direitos democráticos e às posições claramente tomadas pelos grandes meios de comunicação.

Nesse sentido, exatamente enquanto essa atividade ocorria em Campinas, acontecia a reunião do Diretório Nacional do PT, em Fortaleza, onde nosso camarada Serge Goulart, secretário-geral da Esquerda Marxista, e membro do DN do PT, apresentava a carta de centenas de filiados para que o PT aprovasse uma campanha pela anulação do julgamento do STF, demonstrando o caráter político de atacar uma organização da classe trabalhadora.

Abaixo reproduzimos a carta enviada. Entendemos que a criminalização do PT é uma forma de criminalizar as organizações da classe trabalhadora, fortalecendo a burguesia, usando da judicialização a política para frear a dinâmica da luta de classes.

Dessa forma, a Esquerda Marxista saudou o presente encontro, contribuindo com sua construção, intervindo junto aos militantes e filiados do PT para que estejamos juntos com a campanha para escancarar o significado do julgamento de exceção do STF, e que o PT seja julgado pelos seus filiados, pelas suas opções políticas de aliança com a burguesia, e que se paute pelos princípios constantes em seu manifesto de fundação.

A Esquerda Marxista publicou uma excelente nota política semanal, buscando refletir sobre o significado dos 10 anos de governo do PT em aliança com a burguesia. (https://www.marxismo.org.br/?q=content/o-pt-e-os-10-anos-de-governo-em-alianca-com-burguesia-0). Esse é o julgamento que devemos fazer!

Portanto, contra a criminalização do PT, da CUT, do MST, de todas as organizações da classe trabalhadora!

Pela anulação do julgamento da ação 470 do STF!

PT, virar à esquerda, romper com a burguesia!

Campinas, 01 de março de 2013.

Alexandre Mandl – militante da Esquerda Marxista, filiado ao PT Campinas.

Entre em contato: (19)8129-6637 – alexandremandl@yahoo.com.br

Carta à Direção Nacional do PT e da CUT

Encontro Nacional de Trabalhadores em defesa do PT e da CUT

Contra a criminalização do movimento operário e popular

Dirigimo-nos a vocês porque este é um momento muito grave para a classe trabalhadora, para nossas organizações e nossas lutas. Estamos frente a um salto de qualidade na ofensiva dos capitalistas cujo objetivo é criminalizar organizações e dirigentes para destruir, desagregar e desmoralizar a resistência da classe trabalhadora. A crise capitalista varre o mundo e em todos os lugares as classes dominantes varrem a democracia e cada vez mais utilizam instrumentos totalitários para governar e salvar o capital. É o que o STF tenta fazer no Brasil apoiado e orientado pela orquestra da mídia capitalista.

O mesmo STF que condena Zé Dirceu, Genoíno e outros, sem nenhuma prova, recusou julgar o “mensalão mineiro” do PSDB, absolveu Collor de Mello por “falta de provas”. Engavetou os processos contra Maluf até que prescreveram, porque o STF “não encontrou o ex-ministro Delfin Neto para depor no processo”. Este STF declarou os torturadores da Ditadura Militar como “agentes políticos” e garantiu-lhes anistia eterna.

O STF escandalosamente se desmascara ao condenar Zé Dirceu, Genoíno e outros, porque “O PT tem um projeto de se eternizar no poder”, como se este não fosse o objetivo legítimo de todo partido político. Uma corte totalitária, acima da democracia, se arroga então o direito de decidir quem pode ou não governar o país?!

O STF condena sem provas, basta-lhe a acusação e sua vontade política rasgando a Constituição e o Direito. Tentando decidir os rumos políticos do país marca o centro do julgamento para a semana das eleições.

O STF não foi eleito pelo povo. É um corpo de membros da elite com a tarefa de vigiar, controlar e castigar a classe trabalhadora quando ela ousa se levantar contra a opressão e exploração. E foi isso que ela fez ao eleger um operário como presidente e um Partido dos Trabalhadores para governar o Brasil.

Independente do que cada um de nós possa pensar sobre a política desenvolvida por Zé Dirceu, Genoíno e outros, estando ou não de acordo com ela, para nós é evidente que se trata, para o STF e a mídia, de através deles atingir todas as organizações da classe. Se há questões políticas e de métodos a serem resolvidas é a própria classe trabalhadora que deve resolver, e não o tribunal de exceção dos capitalistas chamado STF.

Eles não pretendem parar. Há anos criminalizam os movimentos sociais em crescente fúria. É por isso que um editorial do jornal O Estado de São Paulo já declara a CUT como organização criminosa. Se isso continua, todos, sindicatos, a UNE, o MST, os partidos de esquerda, as organizações populares, todos serão atingidos.

Em todo o país já são centenas de dirigentes do MST, dos sindicatos e das fábricas ocupadas, ou presos, ou processados e condenados sem provas ou mesmo apesar das provas de inocência. Fazer greve, ocupar terras ou fábricas, lutar pela vida e para mudar a vida, é caso de polícia para as classes dominantes. 

É hora de reagir. É hora de parar de “falar nos autos” e ir para as ruas. E a nossa resposta começa por agrupar nossas forças, discutir a gravidade da situação nos sindicatos, nos partidos da classe trabalhadora, entre a juventude, e preparar a batalha para reverter a situação. Nós consideramos que ninguém, nem a presidente da República, que é do PT, pode se calar e aceitar este ataque contra a democracia e as organizações da luta de classes. Propomos:

1.      Realização de um Encontro Nacional de Trabalhadores em defesa do PT, da CUT e contra a criminalização do movimento operário e popular.

2.      Quem deve decidir os rumos do país é o povo soberano de quem todo poder emana e não um tribunal de exceção que ninguém elegeu. Todo poder ao povo!

3.      Abramos a discussão sobre como anular todas as condenações e todos os processos contra os militantes dos movimentos sociais. Projeto de iniciativa popular, Projeto de Lei, Decreto, Medida Provisória anulando, anistiando, todas as acusações, processos e condenações dos militantes das organizações dos trabalhadores. Nenhum militante social processado! Nenhum militante social condenado! Nenhum militante social preso!

4.      Campanha internacional de defesa do PT, da CUT e contra a criminalização das organizações operárias e populares. Solidariedade com as lutas dos trabalhadores de todo o mundo!

Primeiros signatários:

Serge Goulart (Direção Nacional do Partido dos Trabalhadores-PT); Severino Nascimento (Faustão) (Direção Nacional da Central Única dos Trabalhadores-CUT); Osvaldo Bezerra (Pipoka) (Coordenador Geral do Sindicato dos Químicos de SP); Victor Samuel Vieira (Secretário Geral do Sindmetaeroespacial de Gavião Peixoto); Edson Azevedo(Sindicato dos Químicos de SP); Aurélio Antonio Medeiros (Sindicato dos Químicos do RJ); Ângela Batistello(Sindmetal RS – Canoas); José Carlos da Silva (Sindicato dos Metalúrgicos de Cajamar); Thomaz Jensen(Economista (DIEESE)); Leonardo Severo (Assessor de comunicação da CUT); José Cícero (Diretor de Comunicação do Sindicato dos Urbanitários – Alagoas); Alcides Queiroz (Diretor da CUT Rondônia); Martinho Souza (Presidente da CUT Pará); Helionice Nascimento Faustino (CUT-PE); Jeane Gonçalves (CUT-PE); José Wagner de Oliveira(Federação dos Metalúrgicos da CUT – MG); Paulo Cayres Silva (Presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM)); Cedro Costa (CUT-BA); Raimundo Calixto (CUT-BA); Roque Ferreira (vereador PT/Bauru, Diretor sindicato dos ferroviários); Adilson Mariano (vereador PT/Joinville); Pedro Santinho (Coordenador do Conselho da Fábrica Ocupada Flaskô); Alex S. Batista dos Santos (Executiva CUT/SC); Álvaro Alves (Bambu) (Executiva da Confederação Nacional – Químicos – CUT); Arlindo Belo da Silva (Direção da Confederação Nacional do Ramo Químico – CUT); José Vanilson Cordeiro (Secretário de Políticas Sociais: Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (CONTRACS); Wanderci Bueno (Editor do Jornal Luta de Classes e do sitewww.marxismo.org.br); Verivaldo Mota (Galo) (Executiva do Sindicato dos Vidreiros de São Paulo – CUT); José Guido Brito (Executiva do Sindicato dos Vidreiros – SP); Ulrich Beathalter (Presidente do Sindicato dos Servidores Públicos dos Municípios de Joinville, Garuva e Itapoá – CUT); Rosangela Soldatelli (Presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis – CUT); Milton Jacques Zanotto (Presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Instituições Privadas de Ensino do Norte Catarinense); Clarice Erhardt (Coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Estadual de Santa Catarina – regional Joinville); Plínio Mércio Baldoni (Diretor Executivo do Sindicato dos Ferroviários de Bauru e Mato Grosso do Sul – CUT); José Carlos Miranda(Vice-presidente do PT-Caieiras/Coord. Do MNS); Mario Conte (Diretor Trabalhista do Sindicato dos Músicos Profissionais Independentes da Grande São Paulo); Rafael Prata – Diretório Municipal do PT Campinas/SP); Josenildo Vieira de Mello (Direção do Sindicato dos Professores da Rede Municipal de Pernambuco – CUT); Maria de Lourdes Coelho (Executiva da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal – CUT); Mirian Neide dos Santos (Executiva do SINTEEPE-PE – CUT); Ricardo Morais (Direção do Sindicato dos Químicos de Pernambuco – CUT;Fernando Lima (Executiva do SINDSEP-PE – CUT); Carlos Castro (Executiva PT-SC); Fernando Leal (Direção Sindicato dos Petroleiros/RJ), Humberto Belvedere (PT/RJ), Luís Bicalho (ex-Executiva Nacional CUT), Caio Dezórzi (DM PT/SP), Tiago Duarte (Diretor DCE UFSC); Daison Roberto Colzani (Presidente do DCE da Univille/SC),Johannes Halter (Presidente DCE IELUSC/Joinville); Renato Vivan (Professor/Curitiba); Fabiano Stoiev(PT/Curitiba); Francine Hellmann (Coordenadora da Juventude do PT de Joinville/SC); Nicolas Marcos (Presidente da União Joinvillense dos Estudantes Secundaristas (UJES)/SC); Mayara Inês Colzani (Diretora do Diretório Acadêmico Nove De Março – DANMA-UDESC); Fábio Ramirez – Juventude Marxista/Cuiabá – MT); Almir da Silva Lima(Jornalista – Macaé – RJ); Claudio Antonio Ribeiro (Advogado trabalhista, fundador do PT e da CUT Curitiba –PR);Luiz Cláudio Antas Moreira (Sindsprev/RJ); Wagner Francesco de Miranda Martins (Estudante/ Conceição do Coité –BA); Cynthia Pinto da Luz (Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH), Joinville – SC); Josiano Godoi(Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Santa Catarina (Fetram) – SC); Moacir Nazário (Exec. mun. PT, Joinville/SC); Ari Fernandes (Pres. PT, Campinas/SP); Carlos Roberto Oliveira (Carlão) (vereador PT, Campinas/SP); Pedro Tourinho (vereador PT, Campinas/SP); Paulo Tavares Mariante (Sec. de Mobilização/CE PT,Campinas/SP); Adelino Cabral (Sec. Finanças/CE PT, Campinas/SP); José Maria Nascimento(Coordenador Sindipetro-RJ e CNQ-CUT); Edison Munhoz Filho (Coordenador Sindipetro-RJ e CUT-RJ);  Tania André Lisboa (Coordenadora Sindipetro-RJ); Gerson Castellano (Diretor do Sindiquimica-PR); Nixon Vieira Malveira(Professor, PT/Porto Alegre); Diana Cristina de Abreu (Ex-pres. Sind. dos Servidores do Magistério Mun., PT/ Curitiba/PR); Beatriz Schelbauer do Prado Gabardo (Prof., Curitiba/PR); Leonice Aparecida da Silva (PT, Curitiba/PR); Elecy Maria Luvizon (Prof. Curitiba/PR); seguem centenas de assinaturas de outros companheir@s.

https://marxismo.org.br/?q=content/encontro-nacional-de-trabalhadores-em-defesa-do-pt-e-da-cut