Abaixo a repressão aos manifestantes em Joinville

A Esquerda Marxista considera inadmissíveis a intimidação da Polícia Militar e a prisão de manifestantes em Joinville, nesta quarta-feira (22/01), por ocasião do protesto contra o aumento da passagem de ônibus.

A Esquerda Marxista considera inadmissíveis as cenas de intimidação protagonizadas pela Polícia Militar e a prisão de manifestantes em Joinville, nesta quarta-feira (22/01), por ocasião do protesto realizado contra o aumento da passagem de ônibus. A defesa dos direitos democráticos de liberdade de manifestação e expressão é uma tarefa fundamental para transformar a sociedade e os revolucionários colocam-se na linha de frente desse combate.

A manifestação com cerca de 150 participantes, a qual os militantes da Juventude Marxista integraram, fez um roteiro pelas ruas do centro da cidade a partir das 18 horas. Além das palavras de ordem, o protesto também envolveu pneus queimados, ovos e tomates lançados contra a Prefeitura e a Passebus – empresa responsável pelos bilhetes do transporte.

Cavalaria e rasantes

Em meio à mobilização, a PM passou a discutir e tentar intimidar os manifestantes. Quando o movimento se encontrava na prefeitura, a cavalaria foi posicionada em frente aos jovens, enquanto um helicóptero Águia fazia sobrevôos rasantes. Seguranças terceirizados da Prefeitura de Joinville também provocaram focos de conflito.

Ao fim da manifestação, foi feito o já tradicional pula-catraca no Terminal do Centro. Duas jovens que participaram da ação entraram com bicicleta dentro de um ônibus. Quando o veículo estava em seu trajeto, foi parado por policiais. O que se viu a seguir foram cenas de truculência e provocação por parte da PM, como pode ser visto nos vídeos abaixo.

Prisões injustificadas

Três manifestantes foram então presos ao tentar impedir que os policiais retirassem a garota do ônibus. As cenas mostram a ação injustificada, seguida de ameaças de morte e encenação por parte dos fardados. Uma clara ação de vingança. Dois dos detidos apresentaram escoriações pelo corpo, algumas com origem evidente a partir das imagens gravadas no local.

Assim que foram comunicados do ocorrido, os militantes da Esquerda Marxista se organizaram para defender e libertar os manifestantes presos. O mandato do vereador Adilson Mariano (PT) e advogados da organização com intervenção no Centro dos Direitos Humanos (CDH) prontificaram-se a ir à delegacia imediatamente.

Depois de uma reunião com o delegado responsável, foi feito um termo circunstanciado, registrando o ocorrido. Os policiais justificaram a prisão com o argumento de desrespeito e ameaças. Como os relatos não sustentaram a acusação, os manifestantes foram liberados. Porém, a advogada Cynthia Maria Pinto da Luz informou que a discussão deve continuar no Fórum da cidade.

Liberdade de expressão

Como revolucionários, os militantes da Esquerda Marxista combatem pela mais ampla liberdade de expressão e organização diante do regime capitalista. Compreendem o Estado e seus aparatos como instrumentos de dominação de classe. O que a PM fez nesta quarta-feira em Joinville foi revelar ser um braço repressor a serviço das famílias Bogo e Harger, donas da Gidion e Transtusa, para reprimir e ameaçar os jovens que ousaram levantar suas vozes.

Independente das divergências de método e estratégia que há entre os grupos, os marxistas se colocam na linha de frente para a defesa de qualquer companheiro vítima da repressão orquestrada pela classe capitalista. Assim como combatem pela frente única nas lutas pelas reivindicações dos trabalhadores, chamam a unidade para a defesa dos direitos democráticos.

Combate à repressão

Um processo de criminalização aprofunda-se em nível nacional, o qual foi acelerando a partir das manifestações de junho de 2013. Essa situação está sendo vivenciada não apenas nas lutas contra os aumentos do transporte, mas também nos sindicatos, no movimento estudantil, movimento popular e até mesmo nos partidos operários.

O que está colocado em cada um desses enfrentamentos é a velha – mas não menos válida – fórmula da luta de classes. Classe contra classe. Diante de um ataque da PM, um dos braços dos donos do poder no Brasil desde antes do capitalismo, cabe a todo jovem e trabalhador honesto se solidarizar e combater toda tentativa de repressão. Apenas dessa forma será possível construir um movimento capaz de conquistar não apenas a Tarifa Zero, mas também saúde, educação, lazer e todas as demais cobranças bloqueadas pelo regime capitalista.

Vídeos:

https://www.youtube.com/watch?v=H4FgSehCizA#t=137

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