Como foi a atividade da Grande São Paulo

A Campanha “Tirem as Mãos da Venezuela” realizou uma reunião em São Paulo, no dia 08 de Dezembro, para debater e buscar entender a situação do país e as causas da derrota no referendo popular em relação à Reforma Constitucional apresentada pelo presidente Hugo Chávez e pela Assembléia Nacional. A reunião também tirou algumas propostas de encaminhamento da Campanha para o ano que vem.

Cerca de 30 pessoas, a maioria de jovens, assistiram ao filme “A Revolução Não Será Televisionada” e depois iniciaram as intervenções. Caio Dezorzi, na mesa, e outros companheiros da campanha destacaram a propaganda caluniosa, anti-comunista e de baixo nível da burguesia e da mídia venezuelana, que afirmava insistentemente, por exemplo, que a reforma daria poder ilimitado ao presidente Chávez.

Também se discutiu a falta de empenho de autoridades e burocratas em fazer a campanha pelo Sim e o principal, o porquê de tantas abstenções. Por fim, apareceram também outros elementos de balanço. Pedro Santinho, do Conselho de Fábrica da Flaskô e José Carlos Miranda, ex-candidato a presidente do PT e coordenador do Movimento Negro Socialista também intervieram nesse sentido.

O companheiro Tiago, assessor do Deputado Estadual Raul Marcelo (PSOL), lembrou que “na Venezuela é guerra, da mídia, do governo dos EUA, da oligarquia e temos que estar juntos para explicar, que dentro de um processo complexo, há uma alternativa socialista para a América Latina e é impressionante que inclusive companheiros da esquerda não se deram conta disso”.
Já Izaías Almada, escritor, autor do livro “Venezuela: Povo e Forças Armadas”, integrou-se na Campanha TMV, presenteando-a com um exemplar de seu livro e afirmou que “quando a gente não vê materialidade, passamos a duvidar até do que acreditamos e isso é um perigo para a revolução”, referindo-se a alto nível de abstenções devido à distância entre as condições de vida do povo e as expectativas de transformações sociais alimentadas durante 9 anos de luta. Tratando das Forças Armadas, disse: “Baduel está mostrando de que lado está. Afinal, ele não participou do golpe de 2002 e não ficou preso como Chávez e seus companheiros. Além disso, ele tem aparecido várias vezes na mídia para comentar que o Não ganhou, mas se Chávez continuar insistindo em fazer as reformas, será um golpe. Não um golpe de Chávez, mas um golpe de direita, nós sabemos, e é muito perigoso mesmo o processo que o imperialismo prepara na Venezuela, Bolívia, Equador… Mas, essa derrota possibilita também uma reorganização mais avançada do que existe e prepara novas estratégias de enfrentamento com a oligarquia da Venezuela”.
Por fim, o Comitê da Campanha ficou encarregado de abrir a discussão para organizar uma Conferência Nacional da campanha no primeiro semestre de 2008, reafirmou a proposta de construção de comitês e reuniões por cidades, bairros, escolas e locais de trabalho e deixou a idéia de se fazer um site da Campanha em português, para além do blog que já existe.