Foto: Henrique de Macedo

Comitês de ação pelo Fora Bolsonaro: ferramentas de luta para pôr abaixo esse governo

Estamos encerrando o ano de 2020, atípico, com pressão brutal sobre os trabalhadores e, mesmo assim, de muitas lutas. A necessidade de distanciamento social não freou a urgência de discutir e organizar o combate contra o capitalismo, não impediu ações como pela abertura e ampliação de leitos para a Covid-19 em Joinville-SC, ou em defesa da professora Mara – ameaçada de morte por estudantes de orientação neonazista –, e de Ana Lúcia Martins, a primeira mulher negra eleita para a Câmara de Vereadores do município, mais uma vítima do racismo.

Devido à pandemia, houve a necessidade de buscar novos meios de continuar movimentando a classe trabalhadora em defesa de seus direitos e, de modo mais contundente, pelo direito à vida.

A conjuntura nacional tornou inadiável a organização pelo Fora Bolsonaro, um governo que a cada dia apresenta um novo ataque à vida dos trabalhadores e, inoperante e negacionista, é o principal responsável pelas mais de 180 mil vidas perdidas para a Covid-19 e de tantas outras postas em risco.  Compreendendo a situação política, a Esquerda Marxista propôs a criação dos comitês de ação pelo Fora Bolsonaro por todo o Brasil.

Em Joinville, os comitês foram para além das discussões on-line: realizaram lives a partir das diversas demandas que surgiram – em defesa da moradia, da população negra e da mulher – e impulsionaram a campanha “Candidatos contra o sistema” desde a disputa pela prefeitura de Joinville, com a perspectiva de esclarecer que “nossos sonhos não cabem nas urnas” e que a garantia de direitos como serviços públicos para todos é luta a ser travada todos os dias e por todos os jovens e trabalhadores. Também nossos comitês impulsionaram campanhas como “Volta às aulas presenciais só com vacina”, “Ser negro não é crime” e “Vidas trabalhadoras importam”.

O Comitê Fora Bolsonaro do bairro Adhemar Garcia, zona sul de Joinville, impulsionado por militantes moradores do bairro e das proximidades, na sua maioria servidores públicos municipais, aproximou pessoas que, indignadas, buscavam meios de se expressar, de entender a situação e de se organizar. A avaliação do comitê, realizada no fechamento das atividades deste ano, deu uma mostra do sentimento da classe trabalhadora, independente da categoria em que atua: de que é preciso combater esse sistema e fortalecer os instrumentos de luta.

O comitê foi apontado como espaço encontrado para expressar a angústia de toda a classe, discutir abertamente os ataques que todos sofrem e entender o que precisa ser feito. Foi o que aproximou a todos e esse é o sentimento de muitos que ainda precisam ser alcançados para transformar a indignação em ação.

Emancipar-se, construir a luta consciente para a derrubada do governo e de tudo o que ele representa e combater o sistema capitalista é o sentimento e o objetivo que moveu todos este ano e que deve continuar impulsionando os comitês no próximo período. É imprescindível.

Encerramos o ano, mas não o combate.

  • Fora Bolsonaro, por um governo dos trabalhadores sem patrões nem generais!