Com medo do segundo turno governo Alckmin esconde dados sobre educação

A Folha de São Paulo divulgou nota sobre o atraso na publicação dos resultados da educação paulistana em 2011. Tradicionalmente publicadas até abril do ano seguinte, estas informações permanecem restritas ao âmbito da Secretaria Municipal de Educação, que contratou uma consultoria para rever os resultados. A justificativa apresentada é que as provas do terceiro e quarto anos do ensino fundamental apresentaram grande discrepância para menos comparado aos valores dos anos anteriores, que vinham numa curva ascendente, enquanto os resultados do nono ano apresentaram grande elevação, quando vinham decrescendo ao longo dos anos.

A Secretaria de Educação diz que houve diferenças metodológicas entre a formulação das provas do ano passado e dos anos anteriores, o que pode ter gerado a discrepância nos resultados finais. Mas é notório que houve um grande atraso no andamento para contornar tal fato, uma vez que a consultoria para analisar a situação só foi iniciada no mês passado, e entregará seus relatórios apenas após as eleições. Questionados sobre tal fato, os representantes da Secretaria dizem que o atraso nada tem a ver com a disputa eleitoral. Mas vale ressaltar que o secretário da educação da gestão Kassab até abril deste ano, Alexandre Schneider, é o candidato a vice de José Serra. Como tem sido muito comum na gestão PSDB/DEM/PSD, às questões políticas têm sido dadas explicações técnicas.

Vale ressaltar que os sistemas de avaliação de Educação são instrumentos questionáveis em muitos aspectos, sobretudo porque servem para jogar sobre as costas dos trabalhadores da educação a culpa pelo insucesso de rendimento dos alunos, estabelecendo políticas meritocráticas que só fazem desmantelar ainda mais a categoria. Mas por outro lado, a não divulgação destes resultados a tempo para que sejam utilizados no debate eleitoral demonstra que tais instrumentos servem à conveniência de Kassab, Serra e sua corja, no que podem ser propaganda manipulada de resultados falsos ou no que podem justificar estatisticamente sua política de sucateamento dos serviços públicos.