Em celebração aos cinco anos de fundação da Liberdade e Luta (31/01/2016-31/01/2021) publicaremos uma série de artigos resgatando nossa história, campanhas e combate para derrubar o sistema capitalista e abrir um futuro socialista para os trabalhadores e sua juventude! O artigo de Mayara Colzani que apresentamos abaixo conta como foi o Acampamento Revolucionário 2016, que fundou a Liberdade e Luta.
Foi na fábrica gerida pelos trabalhadores, a Flaskô em Sumaré-SP, que nasceu a Liberdade e Luta, em 31 de janeiro de 2016, e desde o primeiro dia de sua existência esteve presente em todas as lutas em defesa dos jovens e da classe trabalhadora do Brasil e do Mundo.
Dezenas de jovens de todo o país participaram do acampamento de maneira completamente autofinanciada. Na construção do acampamento, todas as delegações levaram um combate de arrecadação coletiva durante meses para conseguir pagar sua taxa de inscrição e transporte, fizeram marca páginas, camisas e bottons para vender para ajudar nos custos da viagem. A preparação do acampamento envolveu colagem de pôsteres nos postes das cidades, nossa participação no Congresso da União Nacional dos Estudantes daquele ano e atividades locais para arrecadação e discussão política. Chamamos os jovens com quem conversamos “Para ajudar um mundo novo a nascer”, onde explicávamos em panfleto sobre os movimentos de massa naquele momento – das revoluções árabes da Tunísia e Egito ao Movimento dos Indignados da Espanha e Movimento Ocuppy nos EUA, entre outros. – e a importante tarefa de se dedicar a transformação revolucionária do mundo!
1º dia (28/01/2016)
Assim que as delegações desciam dos ônibus de todo o país, elas se credenciavam e montavam as barracas. Acampamos em um dos galpões da Flaskô, espaço que estava abandonado antes da ocupação da fábrica e que foi reutilizado pelos trabalhadores para atividades culturais e esportivas.

No primeiro dia, os trabalhos foram abertos pela mesa de abertura com convidados, que contou com convidados de outras organizações e de convidados internacionais e assim a chama do acampamento revolucionário se acendia. Em seguida a Festa Vermelha, um momento para relaxar e para as delegações se conhecerem, relaxarem e trocarem experiências!
2º dia (29/01/2016)
No segundo dia, contamos com duas mesas. Um panorama das lutas da juventude no mundo, onde os convidados da Colômbia, Argentina, México, Venezuela, Itália e Inglaterra trouxeram as lutas e situação política em seus países assim como um panorama geral das lutas no mundo inteiro, marcando o internacionalismo que constituí um dos pilares fundamentais da Liberdade e Luta.
Ainda nesse mesmo dia, discutimos o Programa da Revolução no Brasil, aprofundando a análise internacional para as condições concretas do Brasil sob a bandeira da campanha Público, Gratuito e Para Todos: transporte, saúde e educação! Abaixo a repressão! Para fechar o segundo dia, tivemos um sarau com poetas e poetisas convidados.

3º dia (30/01/2016)
No terceiro dia, tivemos a mesa Capitalismo e Machismo, a luta pela emancipação da mulher, que discutiu uma posição marxista para a luta das mulheres trabalhadores, com as bandeiras de transição e de mobilização a partir dessa luta rumo ao socialismo. Também organizamos Grupos de Trabalho para debater o movimento estudantil secundarista, universitário e a intervenção em movimentos sociais, foram apresentados por jovens militantes e que ao final das discussões apresentaram as decisões do GT, com atividades práticas para os jovens se organizarem em seus locais após o acampamento. Durante os Grupos de Trabalho, o destaque dos debates foi a troca de experiências sobre a ocupação das escolas do estado de São Paulo, contra a reorganização escolar do governo Alckmin que na época desencadeou as ocupações por todo o país.
Entre as diversas atividades culturais que aconteceram durante o Acampamento Revolucionário, os militantes se emocionaram com a apresentação das letras e contextos de hinos revolucionários de diversos países. Moradores da Ocupação Vila Soma, de Sumaré, cidade onde aconteceu o acampamento, participaram da atividade apresentando músicas e gritos de guerra do movimento que luta por moradia. Para fechar a última noite do acampamento, as apresentações teatrais “A Exceção e a Regra”, da Cia Estável, e “Furdunço no Casamento de Marieta”, de Danilo Cavalcanti, Kely de Castro e Vinicius Camargo se apresentaram.
4º dia (31/01/2016)
No último dia, a plenária final do Acampamento Revolucionário, trouxe a tarefa clara de fundar uma nova organização revolucionária de juventude e apresentou o manifesto de Fundação da Liberdade e Luta. Em nosso manifesto, declaramos que lutamos pela liberdade, e que ser livres é tudo o que queremos. Mas também deixamos claro que temos consciência de que não é possível ter liberdade de fato num mundo capitalista. Desejamos um mundo onde sejamos socialmente iguais, individualmente diferentes vivendo em liberdade. Falamos bem alto que nós sonhamos, mas que também lutaremos permanentemente para tornar nossos sonhos realidade.

A pandemia trouxe uma grande dificuldade para seguir com a nossa tradição de realizar Acampamentos Revolucionários nas férias de verão. Temos realizados encontros nacionais e encontros regionais online para agrupar e organizar jovens em diversos locais e seguir com a luta em defesa das bandeiras fundamentais bem com a luta pelo socialismo.
Todas essas discussões marcaram profundamente o que é a Liberdade e Luta hoje, cinco anos depois! Nossa principal luta no momento atual é para pôr abaixo o governo Bolsonaro e abrir uma perspectiva socialista para a juventude e para os trabalhadores! Agora mais do que nunca, relembramos: “A Liberdade é nossa meta, a Luta é nosso método!” Junte-se à Liberdade e Luta!
ORIGINALMENTE PUBLICADO EM LIBERDADEELUTA.ORG