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Carta aberta aos trabalhadores da Educação Municipal de Caieiras

Desde o dia 10 de maio de 2021, os professores da rede municipal de Caieiras retornaram para o trabalho presencial, sendo novamente jogados para o risco de contaminação pela Covid-19 dentro das escolas. Uma consequência direta desse retorno, e que afeta a sociedade como um todo, é o aumento do número de circulação de pessoas em transportes públicos entre as cidades da região, uma vez que grande parte dos professores da rede vive em outras cidades e tem que utilizar mais de um meio de transporte para chegar ao seu local de trabalho.

Como se essa situação já não fosse suficiente, os professores ainda se depararam com os antigos problemas das escolas, que já sofrem uma realidade de sucateamento desde antes da pandemia e agora se mostram ainda mais urgentes! Escolas com problemas estruturais graves, salas de aula interditadas, que obrigam um maior escalonamento de turmas; conexão de internet de péssima qualidade e falta de recursos tecnológicos.

Diante disso, os professores se organizaram para realizar um ato com carreata na sexta-feira, dia 14 de maio. Entretanto, em um gesto de censura o ato não foi autorizado e os professores foram recebidos no local combinado por cerca de 15 agentes, entre eles policiais militares, policiais civis e funcionários da CET, que pediram documentação de um responsável pelo ato e a carteira de habilitação e documentos do funcionário contratado, responsável pelo carro de som, claramente em uma tentativa de intimidação. Explicitando o caráter demagógico da atual gestão, do prefeito Lagoinha (MDB), que se elegeu sob a promessa de ser uma gestão democrática, aberta ao diálogo e diferente das anteriores. NÃO DEVEMOS TER UM SEGUNDO DE ILUSÃO NA ATUAL GESTÃO. Que em nada se diferencia das anteriores e segue governando em prol dos interesses da burguesia.

O retorno presencial dos alunos no dia 17 de maio ocorreu sem as condições mínimas necessárias, com apenas uma pequena porcentagem dos professores e funcionários vacinados. Aumentando o risco de contaminação entre estudantes e seus familiares. Além disso os professores são cobrados a continuar executando o ensino híbrido, tendo apenas duas horas do dia reservadas para atender os alunos que não retornaram presencialmente (a maioria) ou seja, os professores precisam dar conta em 2 horas do trabalho que antes realizavam remotamente em cerca de 5 horas diárias, lidando com uma sobrecarga de trabalho. Além do absurdo de serem convocados a assinar um documento da secretaria de educação que responsabiliza o funcionário em caso de contaminação pela Covid-19.

A atual condição da rede municipal de Caieiras não é um caso isolado e é resultado da ação dos três governos: municipal, estadual e federal. O governo municipal, que se exime da sua responsabilidade de governar, joga toda a culpa na gestão anterior e, tão logo conseguiu se eleger, abandonou os professores à própria sorte. O governo estadual que, embora faça muito marketing e autopromoção em cima da vacinação, não ofereceu nenhum suporte para condições dignas de isolamento social, não reabriu hospitais de campanha, não criou mais leitos de hospital e tem um estado que foi epicentro da epidemia em mais de um momento ao longo desse último ano. O governo federal, por sua vez, aproveita-se da pandemia para congelar salários dos servidores, cortar direitos dos trabalhadores e aplicar medidas de ataque à classe trabalhadora.

Em resumo, embora os três governos digam defender projetos diferentes, todos cumprem a mesma política de ataque à vida e aos direitos da classe trabalhadora. Que é a classe que tem pagado com a própria vida pelas escolhas dos governantes. Entre os que morrem, temos um aumento considerável de professores, resultado da política que vem sendo aplicada em todas as instâncias.

O momento em que vivemos é a expressão da decadência do sistema capitalista que decide pelo lucro dos patrões valer mais que a vida dos trabalhadores.

Nós, do Coletivo Educadores pelo Socialismo, chamamos a todos para, juntos, discutirmos ações de luta em defesa das reinvindicações dos trabalhadores e da educação pública por “Fora Bolsonaro já!” no do dia 15 de junho (3ª feira) às 20 horas. Clique aqui e participe!

Participaremos dos atos de rua “Fora Bolsonaro” no dia 19/06 com o nosso bloco de luta “Fora Bolsonaro já!”. Junte-se a nós! Participe e construa conosco o “Encontro Nacional Abaixo Bolsonaro” no dia 10/07 e da plenária estadual, que antecede este encontro, no dia 20/06.

Só a derrubada do governo Bolsonaro e a construção de um governo dos trabalhadores e para os trabalhadores pode nos garantir uma vida digna.

Inscreva-se no Encontro Nacional!

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