Bolsonaro em mais um episódio de racismo: O desespero da burguesia

Jair Bolsonaro mostrou mais uma vez seu racismo e preconceito durante uma reunião a convite da Hebraica Rio. Desta vez, suas ofensas foram dirigidas aos povos quilombolas.

Para algumas pessoas, esse tipo de situação trata-se de um aumento de uma onda conservadora. Para nós, marxistas, essas não passam de atitudes vexatórias, capazes de atrair apenas os elementos mais atrasados da sociedade, ou seja, de forma alguma representam o conjunto da classe trabalhadora e suas necessidades reais. Esse tipo de comportamento é a prova mais evidente de que a burguesia está tão desesperada que permite que seus fantoches cheguem a esse nível, com o único objetivo de ganhar repercussão.

Isso é a luta de classes: Se de um lado temos Jair Bolsonaro, Holiday e Temer, de outro lado temos ocupações de escolas, greves de professores, 15 de março e milhões de jovens e trabalhadores que não acreditam mais no modelo burguês de eleições. Essas pessoas estão se organizando, a sua maneira, e isso assusta a burguesia, por isso ela está apelando soltando seus cães para nos reprimir e seus falastrões para tentar nos confundir, com seu sensacionalismo.

Combater Bolsonaro e o racismo

Nossa maior arma contra esse tipo de criminoso é a nossa organização, é a luta contra o capitalismo. Essa é a alternativa definitiva de varrer esses vermes, seja os abertamente racistas como Bolsonaro e Trump, seja aqueles que fingem combater o racismo, mas que na prática guardam a mesma intenção: dividir a classe trabalhadora.

Enquanto jovens negros são assassinados todos os dias, inclusive dentro da escola, esse tipo de político protege os interesses dos mais poderosos do país, declara que vai combater a violência, enquanto estimula mais violência e ódio, fala que vai acabar com as mortes matando mais, vai acabar com o crime cometendo mais crimes. E sabemos muito bem que “bandido bom é sempre bandido pobre”, não existe bala perdida para esses bandidos ricos.

Enquanto apenas o filho do trabalhador é perseguido e criminalizado, os megaempresários do ramo das drogas, das armas e da prostituição permanecem intocados, em suas mansões. Essa é a função de Bolsonaro: desviar o foco da raiz do problema: o sistema capitalista e suas injustiças. Enquanto a classe trabalhadora está sendo massacrada entre tiros, drogas, desemprego e falta de hospitais os ricos ficam cada dia mais ricos.

Bolsonaro ataca os quilombolas porque esses representam a resistência negra e indígena do Brasil, e sempre foi função das classes dominantes apagar essa história de resistência e luta. A classes dominantes sempre exploraram sua força de trabalho, inclusive escravizando, por isso esses povos reagiam, para não aceitar mais se submeter a tamanhos mal tratos e exploração.

Precisamos conhecer a história da resistência das classes oprimidas, para entendermos melhor a força que temos, para conhecer os métodos históricos com que a classe trabalhadora se defende. As pernas dos burgueses tremem só de lembrar de insurreições como a Revolta da Cabanagem, Revolta da Balaiada, Revolta da Chibata, Independência do Haiti e tantos outros focos de resistência popular que enfrentaram as classes dominantes.

Não podemos jamais esquecer que muitos lutadores e lutadoras deram o sangue para que nós tenhamos os direitos que temos hoje, e que querem tomar de nós. Precisamos nos unir, nos organizar para defender nossas vidas, as vidas de nossos jovens e para enfrentar esses que zombam de nossa luta.

  • Prisão para Bolsonaro! Abaixo os racistas!
  • Abaixo o capitalismo e o racismo!
  • Pela demarcação de terras indígenas e quilombolas!

* Felipe Araujo é coordenador do Movimento Negro Socialista