Abertura do 5º Congresso da Esquerda Marxista e as perspectivas mundiais

O 5º Congresso da Esquerda Marxista começou no início da noite de ontem (22/4). Participaram da mesa de abertura representantes das correntes Insurgência e MES do PSOL, do PCB e das Brigadas Populares. Serge Goulart, secretário geral da Esquerda Marxista, deu início aos trabalhados falando sobre a podridão e a mediocridade que acomete a burguesia brasileira e os seus representantes. Para ele, só existe uma saída, organizar a juventude e a classe operária em combate pelo socialismo.

O 5º Congresso da Esquerda Marxista começou no início da noite de ontem (22/4). Participaram da mesa de abertura representantes das correntes Insurgência e MES do PSOL, do PCB e das Brigadas Populares. Serge Goulart, secretário geral da Esquerda Marxista, deu início aos trabalhados falando sobre a podridão e a mediocridade que acomete a burguesia brasileira e os seus representantes. Para ele, só existe uma saída, organizar a juventude e a classe operária em combate pelo socialismo.

Em seguida, o camarada da Corrente Marxista Internacional (CMI) Fred Weston fez um informe sobre as perspectivas mundiais. Sua explicação mostrou que a luta dos trabalhadores não pode ser nacional. Uma crise de superprodução assola todo o mundo, destruindo a base material que permitia o pacto social entre classes. Em busca de uma saída para a crise, a burguesia aplica ainda mais medidas de austeridade e arrocho sobre a classe trabalhadora.

No Brasil, na última semana, o mundo viu a estupidez dos parlamentares ao votarem pelo impeachment da presidente Dilma Roussef. Os deputados falavam em nome de seus filhos, filhas, esposas e Deus. Ignorando até mesmo os avisos das burguesias imperialistas, eles criaram uma situação incontrolável. Não têm nenhum governo estável para colocar no lugar e, ao mesmo tempo, lançam uma parte considerável da população numa situação de combate aberto.

Não só no país, mas no mundo todo, o colapso econômico é visto, a exemplo da China, Grécia, Itália, Espanha e até mesmo nos Estados Unidos. O boom do capitalismo no pós-guerra, que proporcionou melhorias sociais à população, já ficou no passado. Hoje, as crises se acumulam, sem que haja uma saída. Os capitalistas percebem isso e criam ainda mais medidas de austeridade na busca pela sua salvação. As suas saídas são a privatização de tudo que ainda é estatal e a liberação de crédito – que num primeiro momento até impulsiona a economia – aumenta o endividamento dos trabalhadores, freando o sistema.

A crise bancária de 2008, com o colapso dos bancos, serviu para aprofundar ainda mais a crise atual. Naquele momento, os Estados interviram para salvar os bancos e, com isso, aumentaram ainda mais a dívida pública. A dívida global chega hoje a 250% do PIB mundial. Na Grécia, a dívida está em 200% do PIB. No Japão, são 400%.

Com o aumento da exploração, a classe operária e a juventude mobilizam-se. Ao mesmo tempo em que existe uma grande opressão, movimentos contrários às medidas de austeridade se levantam em diversos países. Na Grécia, presenciamos fenômenos como Syriza. Na Espanha, o Podemos. O rápido crescimento destes partidos demonstra a busca por uma saída. Apesar do discurso haver mudado durante o percurso, a adesão dos trabalhadores e jovens demonstra uma disposição à luta.

Outro fenômeno é o aumento da adesão ao socialismo nos Estados Unidos. Em uma pesquisa feita recentemente, 80% dos jovens com menos de 30 anos declararam que votariam no candidato democrata Bernie Sanders. O discurso socialista de Sanders, que propõe medidas como hospitais públicos e melhorias sociais, conquista jovens e trabalhadores.

Na China, houve um aumento da repressão policial nas universidades e aumento do controle ao acesso da informação. Apesar de ilegal, em 2015 o número de greves dobrou, em comparação com 2014. Assim tem sido nos últimos anos.

Na França, usada como exemplo de onde a luta vai até o fim por Marx e Engels, o que começou como um protesto contra os ajustes do governo hoje reúne centenas de milhares de jovens e operários que vão às praças para discutir a situação do país e buscar uma solução. Eles chamam-se de Geração Revolução.

Esses movimentos vistos em todo o mundo deixam claro que não só a crise, mas também a saída para ela, é mundial. Somente a revolução pode salvar a humanidade do colapso eminente. O momento atual apresenta as condições apropriadas para que os marxistas trabalhem na construção de novos pontos de intervenções em todo o mundo. Essa é hora para intervir nos movimentos e construir a ala marxista.

O 5º Congresso da Esquerda Marxista foi precedido por um seminário, dias 21 e 22 de abril, que teve como pontos de pauta “A luta contra o oportunismo” e “Nossa luta por um partido operário no Brasil”.