Abaixo a repressão e a criminalização! Anistia a todos os processados, condenados e presos políticos!

Conforme a Esquerda Marxista apontava no início deste ano, na manchete da edição 51 do seu jornal, Luta de Classes, um novo tempo anunciava-se no Brasil. As jornadas de junho, com as grandes mobilizações de massa por todo o país, exigindo mais e melhores serviços públicos, confirmaram a abertura da nova situação prevista pelos marxistas.

Nesse cenário, a repressão e a criminalização das lutas e dos lutadores têm crescido velozmente. Avança a discussão da lei antiterrorismo que permite considerar greves, manifestações, ocupações e outras formas de luta da classe trabalhadora como terrorismo, podendo gerar penas até 30 anos de prisão; delegados de polícia reivindicam a Lei de Segurança Nacional (que tem 30 anos e nasceu na ditadura militar!) para poder prender e manter encarcerados manifestantes. Militantes são acusados de “formação de quadrilha” por organizar movimentos de luta por melhorias nas condições de vida do povo. É uma escalada que precisa ser barrada pela luta unitária de todos os movimentos, sindicatos, partidos de esquerda, etc.

Um recado para os que lutam

Em meio a todo esse cenário, o STF manda prender os dirigentes do PT condenados na farsa do julgamento da AP 470, apelidado de “mensalão”. Este é um recado da burguesia de que as leis e a justiça estão a serviço de sua classe. De que se podem prender Dirceu e Genoíno para atacar e desmoralizar o PT e os petistas, podem prender qualquer um, por qualquer motivo. O objetivo é intimidar a luta da classe trabalhadora.

A Esquerda Marxista que denunciou essa farsa e desde o início se posicionou contra esse julgamento, contra suas sentenças e prisões, defendeu na Direção Nacional do PT a necessidade de um “Encontro Nacional de Trabalhadores em Defesa do PT e da CUT, Contra a Criminalização do Movimento Operário e Popular”, proposta recusada pelos que foram presos e pela maioria da direção do partido, sacramentando e sustentando até o fim a manutenção da colaboração com a burguesia.

A direção do PT em sua ultima reunião recusou-se, uma vez mais, a combater pela anulação da AP 470. Apesar de fazer críticas à decisão do STF, a DN – PT, por não desejar colocar a base do partido a lutar pela libertação dos presos, para não se chocar com as instituições burguesas e não ver estremecer a sua aliança com a burguesia opta pela rendição e procura bloquear que haja mobilizações contra as prisões e instituições, todas elas.

A direção do PT, Lula e Dilma, ao tomarem essa postura covarde, também dão o seu recado, demonstrando que os trabalhadores não poderão contar com essa direção em sua defesa. Ao contrário, o governo Dilma, a partir do Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, participa e apóia a repressão e a criminalização.

Contra a condenação e criminalização dos 4 da CIPLA

Os dirigentes da EM estiveram desde o início com os trabalhadores da CIPLA e Interfibra (2002, em Joinville/SC), e depois na Flaskô (2003, em Sumaré/SP), quando estes entraram em greve e ocuparam as fábricas retomando a produção e a colocando sob controle operário em resposta às ameaças da falência e desemprego.

Esta luta, que ganhou dimensão nacional e internacional com o Movimento das Fábricas Ocupadas, com encontros de Fábricas Ocupadas de diversos países, representava o início de uma ameaça aos capitalistas. Isso fez com que a reação se manifestasse e levasse a uma intervenção judicial e invasão militar realizada pela Polícia Federal em 2007, em pleno governo Lula, para retirar as fábricas do controle dos trabalhadores, sob a desculpa de cobrar um débito previdenciário dos antigos patrões devido desde 1988 no valor de R$1,8 milhão.

Nunca houve antes no Brasil uma intervenção federal para cobrar nenhum débito previdenciário de nenhum patrão, por maior que fosse a dívida. O objetivo da intervenção na CIPLA era acabar com um movimento que questionava o capitalismo. O objetivo era levar os principais dirigentes do movimento aos tribunais e impedi-los de continuar organizando os trabalhadores. Aquilo que parecia um fato isolado da repressão a serviço dos industriais não teve reação contrária no governo e nem mesmo no PT.

Em 5 dezembro, os companheiros da Cipla, Serge Goulart, Francisco  Lessa, Carlos Castro e Onírio Martins estarão diante dos tribunais na primeira audiência, acusados de formação de quadrilha. Eles podem ser presos. A mesma acusação está sendo lançada contra estudantes e jovens que saíram às ruas para se manifestar por seus direitos.

A Esquerda Marxista se mobiliza e luta para que os 4 companheiros da CIPLA não sejam condenados por essa absurda acusação. Não os entregaremos à sorte dos tribunais. Lutaremos até o fim, e junto com eles, para que não sejam condenados.

Unidade e mobilização para barrar a repressão e a criminalização

Apenas a organização independente, com unidade e mobilização de todas as organizações dos trabalhadores, juventude, movimentos populares, MST, CUT, bem como dos partidos que defendem a democracia e as liberdades democráticas poderão deter a escalada reacionária. Mas para tanto há que enfrentar a aliança e a sua sustentação por meio de um governo de colaboração de classes, que reprime, criminaliza as lutas e as organizações dos trabalhadores.

Abaixo a repressão – Dissolução das PMs – Anulação de todas as perseguições e fim de todos os processos contra os movimentos sociais!

Libertação imediata de todos os presos políticos! Fim dos processos contra os quatro companheiros da Cipla!