Zika vírus: o terror infeccioso do capitalismo

Somente em 2015 que o Zika vírus passou a receber uma grande atenção por parte dos médicos e pesquisadores. Milhares de mulheres brasileiras infectadas deram à luz a bebês prematuros. No início de março de 2016, houve um total de 6.158 casos relacionados com a microcefalia somente no Brasil.

Em um recente comunicado de imprensa, a Doutora Anne Scucha, alta funcionária da administração Obama dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (Centers for Disease Control and Prevention – CDC em sua sigla em inglês) declarou que “tudo o que vemos deste vírus (Zika) parece ser um pouco mais aterrador do que inicialmente pensávamos”. No início de abril de 2016 havia mais de 700 casos confirmados relacionados com o Zika vírus nos Estados Unidos.

Também havia 358 casos em territórios controlados pelos Estados Unidos, incluindo 32 mulheres grávidas e  sete em que a enfermidade foi transmitida sexualmente (destaque do tradutor). Em fevereiro de 2016, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou emergência de saúde mundial devido aos níveis epidêmicos de microcefalia e outras desordens neurológicas causadas pelo Zika vírus.

No início deste ano, a administração Obama solicitou um empenho emergencial de US$ 1,8 bilhão para cobrir o dano causado pelo Zika vírus nos Estados Unidos. Porém,  foi negado pelo Congresso, alegando que “a administração deve primeiro utilizar o dinheiro reservado para combater o Ebola”. Como resultado, o CDC declarou que as instituições oficiais de saúde pública terão que desviar dinheiro de vacinas contra a gripe, a malária e outros programas de prevenção dirigidos pelo Estado.

O Doutor Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas, declarou que medidas de precaução devem ser tomadas rapidamente, já que “quanto mais aprendemos sobre os aspectos neurológicos, mais olhamos ao redor e entendemos que isto é muito grave”. Também destacou que os funcionários foram forçados a “desviar dinheiro de outras áreas de pesquisa para começar. Não podíamos simplesmente parar e esperar o dinheiro”.

Como com tudo no capitalismo, o sistema de saúde pública está sofrendo com a crise capitalista e a austeridade e a vida de milhões de pessoas está diretamente afetada e em perigo.

O que é o Zika Vírus?

Encontrado originalmente em Uganda em 1947, o Zika vírus é um flavivírus relacionado com a febre amarela, dengue, o vírus do Nilo Ocidental e a encefalite japonesa. O Zika é transmitido principalmente por meio das picadas de mosquito e, às vezes, também por transmissão sexual. Outras possíveis maneiras de transmissão do vírus são por meio da gravidez (infecção da mãe ao filho) e transfusões de sangue.

Os sintomas incluem febre leve, erupções cutâneas, dores de cabeça e vermelhidão dos olhos. Alguns estudos demonstram que só uma a cada quatro pessoas exposta ao  vírus é infectada, estando a recente epidemia relacionada com problemas durante a gestação e doenças congênitas. Até o momento, não há vacina ou medicamento preventivo contra a infecção por Zika.

O Zika vírus na América do Sul

Somente em 2015 que o Zika vírus passou a receber uma grande atenção por parte dos médicos e pesquisadores. Milhares de mulheres brasileiras infectadas deram à luz a bebês prematuros. No início de março de 2016, houve um total de 6.158 casos relacionados com a microcefalia somente no Brasil. Os médicos no Brasil têm dificuldades para entender a relação entre o Zika e o dano cerebral em recém-nascidos. O jornal The Guardian informou recentemente um alarmante aumento de casos de microcefalia, sobretudo em setores da classe trabalhadora, como em Recife. “Estranhamente os bebês de Recife eram de peso normal e a maioria tinha boas pontuações de Apgar ao se medir os ritmos cardíaco e respiratório, o tônus muscular, reflexos e cor de pele ao nascer. Eles foram amamentados normalmente, mas a possibilidade de desenvolvimento normal com a classe de calcificação vista em tomografias computadorizadas foi zero. Alguns tiveram espasmos. Muitos estavam irritadiços… Desde o início, os bebês gritavam, gritavam e gritavam. É muito difícil para as famílias lidar com isto”.

Muitos médicos começaram a descobrir outros casos similares de dano cerebral em fetos, descrevendo a situação como “uma sensação de estar em um filme de terror sem saída”. Enquanto que, momentaneamente, não há uma clara correlação entre a microcefalia e o Zika vírus, muitos médicos no Brasil estão concluindo que o vírus infecta mulheres grávidas, provocando danos no cérebro e no córtex dos fetos antes de, eventualmente, se “extinguir”.

Com adultos, o Zika também é  a fonte da síndrome de Guillain-Barre, uma doença de debilidade muscular que está relacionada com a paralisia. Ao longo da América do Sul o  vírus está repercutindo com a síndrome de Guillain-Barre. Em países como a Colômbia, por exemplo, houve mais de 227 casos da síndrome enquanto que também houve um total de 64.839 colombianos infectados com o Zika vírus. Em outros países vizinhos, houve um aumento no número de casos da síndrome e de microcefalia. Na Venezuela se discute se o número de casos é inferior a 3.700 ou é de 400 mil, na realidade. Esta grande discrepância entre os dados do governo e dos médicos com respeito ao número de casos de infectados com o Zika vírus é um simples reflexo do mau planejamento dos líderes das nações e das administrações que estão lidando com esta situação.

Zika vírus: um ataque médico à classe trabalhadora

Não deveria surpreender que a maioria de casos de microcefalia e outros relacionados estão ocorrendo nos locais mais pobres do Brasil, Colômbia, Venezuela e de outros países latino-americanos. Nas favelas de Recife e de outras cidades, os residentes já haviam sido expostos anteriormente a  mais doenças mortais por meio do mosquito portador do Zika vírus (Aedes aegypti), como a dengue e a chikungunya. Enquanto que o número de casos nestes surtos foi menor que o de casos de Zika, não houve um tratamento correto para prevenir que o Aedes aegypti se propagasse ainda mais. Dizendo a verdade, não é feito a correta manutenção  ao armazenamento de água em Recife, assim como a “depósitos de água abertos em recipientes de plástico, onde o mosquito pode se reproduzir”. Na maioria das favelas o abastecimento de água é realizado a cada quatro dias, obrigando os moradores a reservar e racionar a água o mais eficientemente possível nos ditos depósitos. Isto cria as condições ideais para a reprodução do mosquito.

Os encarregados de saúde recomendam o uso de repelentes aos moradores, mas estes produtos são financeiramente inacessíveis. Conforme um morador: “eles nos dizem para colocarmos as garrafas de boca para baixo, tamparmos as caixas d’água e usarmos repelente. Não podemos nos dar o luxo de comprar repelentes. Dizem o que devemos usar, mas não nos dão”.

Nestas áreas onde muitos moradores vivem com menos de US$ 220 por mês, o acesso a janelas com proteção adequada e repelentes de mosquito é considerado luxo. Além disso, não se tem acesso adequado a serviços públicos em muitas favelas. Jardim Jandaia e proximidades, por exemplo, estão “assolados por lixões informais e em alguns lugares, o esgoto corre a céu aberto pelas vias”.

A desigualdade de renda é extremamente visível no Brasil; as favelas se localizam ao lado de luxuosos centros comerciais, “arranha-céus com janelas de vidro brilhante e ar-condicionado”. Além disso, os hospitais privados próximos às favelas atendem a pacientes com planos de saúde ou a quem possa custear os gastos (que, normalmente, não sofrem nem carregam o vírus).

Em outros postos de atendimento público de saúde localizados na vizinhança, como em Quintino Facci II, em Ribeirão Preto (SP) a situação é diferente. São diversos médicos sem experiência ou estudantes de medicina com quantidades inadequadas de materiais para atendimento e medicamentos. Dezenas de pacientes, particularmente mulheres grávidas, aguardam de “4 a 7 horas” para serem examinadas por um médico, onde são tratadas com soro fisiológico para prevenir a desidratação causada mais pela dengue do que pelo Zika.

Por outro lado, nos hospitais privados, os pacientes têm a saúde monitorada regularmente por exames que duram pouco mais de uma hora e lhes são dados kits de prevenção e outros materiais. Segundo o The Guardian, as opções dadas aos moradores de favelas estão em completo contraste com as opções disponíveis nas esferas da classe média alta:

Independente da causa, aqueles com menor renda têm menos opções de decidir como enfrentar os riscos. Algumas mulheres grávidas ricas estão deixando de trabalhar e viajando ao exterior até o nascimento de seus filhos. Outras estão abortando ilegalmente de maneira preventiva em clínicas particulares antes de se arriscarem a terem bebês diagnosticados com algo próximo à hidrocefalia. As mulheres mais pobres não podem dar ao luxo de viajar para evitar qualquer problema, menos ainda custearem um aborto.

Esta não é a primeira vez que a falta de saneamento, o abastecimento de água contaminada, a insuficiente atenção à saúde pública e os serviços sociais inadequados têm um enorme impacto durante uma epidemia viral no Brasil ou em outros países. Antes do Zika, vírus, transmitidos pelo mosquito, como o da dengue e o chikungunya eram (e seguem sendo) um problema maior nos bairros mais pobres, da classe trabalhadora, mas nenhuma medida preventiva foi tomada pelas autoridades públicas para resolver estes problemas.

Do mesmo modo, no sul do México o Zika vírus está virando um fenômeno galopante, nos bairros pobres como Tixtla e áreas dos Estados de Guerrero, Chiapas e Oaxaca carecem de abastecimento de água adequado. Para muitas famílias, a água chega uma vez por semana ou, até mesmo, apenas uma vez a cada duas semanas. Igualmente às favelas do Brasil, estas pequenas quantidades de água ao serem contaminadas em tanques de armazenamento, convertem-se em caldo de cultivo ideal para as larvas do mosquito.

O imperialismo dos Estados Unidos e o Zika vírus

Desde a criação da Doutrina Monroe, à construção do Canal do Panamá, através dos tempos modernos, o imperialismo estadunidense invadiu continuamente toda a América Latina em todos os âmbitos, incluindo a medicina e a saúde pública. O estabelecimento de companhias farmacêuticas multinacionais com investimentos em países como o Brasil e a Colômbia não poderiam ter lugar sem o auxílio de organizações “filantrópicas” como a Fundação Rockefeller. Por meio da criação de iniciativas de saúde pública e serviços, como as clínicas de saúde gratuitas nas favelas, tais grupos firmaram as bases para a participação das companhias privadas de seguros e multinacionais farmacêuticas. O domínio destas empresas por meio dos preços das vacinas, que se sujeitam às patentes e direitos de propriedade intelectual, está garantido pela dominação completa da indústria médica nestes países. Aqueles que necessitam desesperadamente por atendimento, como os moradores das favelas, são agora incapazes de pagar pelos materiais e pela assistência médica; este abastecimento é controlado pelas empresas estrangeiras. A ausência de hospitais e clínicas bem equipadas, capacitados para fazer frente às pandemias é o que finalmente se traduz em ações de emergência mal planificadas, como as que estamos vendo no caso do Zika.

Outro exemplo foi dado nesse sentido com a gestão da epidemia do Ebola, onde empresas farmacêuticas internacionais deixaram de novo os países da África sem infraestrutura forte de consultórios de atenção primária e hospitais. Para estas companhias se interessarem pelo combate ao Ebola, teria que ser algo lucrativo, o que não era o caso. Escrevemos o seguinte no momento do surto (em 20 de outubro de 2014):

[…] Deve-se questionar o grau de preparação e, inclusive, a vontade das grandes empresas farmacêuticas internacionais em termos de sua pesquisa e desenvolvimento. As doenças que afetam aos países com baixa renda foram sempre as que têm a menor prioridade para as corporações farmacêuticas por não serem proveitosas a elas. Por isso, possui a menos pesquisa e desenvolvimento.

[…] A febre Lassa e o Ebola têm, relativamente, poucos recursos atribuídos, sendo o desenvolvimento de vacinas mais lento, no melhor dos casos. Mas com a possibilidade séria desta doença se estender para fora da África e dada sua mortalidade muito alta, agora podemos aguardar que os governos ocidentais obriguem às grandes farmacêuticas a dispor recursos muito mais importantes para o desenvolvimento da vacina.

O Zika nos Estados Unidos

No início de 2016 haviam 358 casos relacionados ao Zika vírus nos Estados Unidos, a maioria concentrados em Porto Rico. Em Porto Rico, onde as medidas de austeridade do governo se combinam com a escassez de água, os bairros pobres se viram muito afetados.

De acordo com o CDC, “é provável que um quarto dos 3,5 milhões de habitantes da ilha foi contaminado com o Zika em um ano e, eventualmente, 80% ou mais podem estar infectados”.

Por meio do ataque à classe trabalhadora por parte do atual governo de direita, liderado pelo Partido Popular Democrático, houve uma série de privatizações que afetam as empresas químicas estatais responsáveis por fornecer os inseticidas utilizados para exterminar os mosquitos. Segundo o New York Times, “milhares de trabalhadores públicos necessários para combater os mosquitos foram despedidos”. No lugar deles, o governo está utilizando condenados por uso de drogas para arrumar e limpar “cemitérios, casas abandonadas, ferros-velhos, caixas d’água sem tampa e pilhas de pneus velhos”. Além disso, os mosquitos portadores do vírus desenvolveram resistência aos pesticidas anteriores, um golpe devastador às intenções das empresas químicas e do CDC para conter a situação.

Também em Porto Rico muitos dos gastos associados às visitas ao hospital, assim como kits de prevenção e abortos (que são legais em Porto Rico), estão fora do alcance de muitos.

Os médicos e os cientistas predizem que o Zika vírus se converterá em um problema grave nos Estados Unidos como um todo. Especialmente em áreas como Flint, Los Angeles, West Baltimore e outros bairros áridos, onde os sistemas de água insalubres poderiam criar um caldo de cultivo para as larvas dos mosquitos.

Enquanto áreas como Baltimore não possuem o clima particular no que o mosquito Aedes aegypti se reproduz, em “comunidades de baixa renda, com menos acesso, em geral, à atenção médica, pode ser provável que os sintomas também passem inadvertidos”, assim como que “espécies de mosquito tenham adotado estratégias de sobrevivência e reprodutivas que dependem dos ambientes urbanos artificiais criados pelo ser humano”. Entretanto, em áreas com climas propícios ao mosquito, como Miami, e Nova Orleans, “há, potencialmente, um perigo maior devido ao clima mais adequado ao Aedes aegypti e, também, pelas relativamente altas taxas de pobreza”.

A recente suspensão imposta pela Casa Branca ao orçamento para o Zika vírus e a incapacidade dos governos de Brasil, Colômbia, Venezuela, México, Porto Rico e outros da América Latina nas zonas afetadas pelo surto de Zika para tratar adequadamente a situação, é um reflexo da crise do próprio sistema. Enquanto que todos os governos acordaram que o Zika vírus é uma emergência  sanitária mundial, ninguém está atuando de maneira proativa para resolver o problema.Diversas empresas de pesquisa, como Intrexon, Cerus e Inovio, estão em processo de desenvolvimento de possíveis vacinas para o Zika vírus, muitos investidores não estão convencidos de que o vírus seja algo que vale a pena investir. Segundo um artigo publicado na revista Forbes, o diretor-geral da Inovio, Joseph Kim, afirmou que levaria algum tempo para que uma vacina deste tipo se convertesse em um bem comercializável devido à falta de urgência que há nos Estados Unidos. Tal atitude reflete o desinteresse geral da classe dominante na solução da epidemia de Zika.

Nos últimos anos temos visto vírus mortais e doenças se transformando em emergências de saúde mundiais, como vimos o Ebola e a Dengue. Contudo, os gritos de protesto desaparecem imediatamente, uma vez que a demanda insuficiente se encontra para satisfazer a busca por lucro das gigantes empresas farmacêuticas. Além disso, como no caso do Ebola, tratamentos do Zika e os kits de prevenção não são acessíveis para a maioria dos afetados, já que este é um vírus que está vinculado a questões sanitárias e de higiene, uma situação que é proeminente nos bairros pobres e da classe trabalhadora de toda a América do Sul e dos Estados Unidos.

A falta de destinação de recursos e materiais necessários para eliminar o Zika vírus é um reflexo da escassez artificial que o capitalismo cria. O Zika é completamente evitável se os repelentes, os mosquiteiros, a água potável e os incentivos sanitários forem facilitados e implementados nas regiões infectadas pelo vírus. Não é uma questão de se a classe capitalista pode se permitir ao luxo de resolver o problema, senão, mais claramente, se pode se beneficiar dele. É o deslocamento e a má gestão causada pela redução do gasto nos serviços públicos, programas de saneamento e mudanças no sistema de água (no caso de Flint e do Brasil) que incentivou a proliferação do vírus.

 Contudo, é a classe trabalhadora a que se defronta com o fardo do Zika. Independentemente de se encontrar uma cura para o vírus ou não, sua distribuição entre os moradores das favelas e entre aqueles com baixa renda dos bairros subdesenvolvidos é muito duvidosa, já que seriam os mesmos funcionários de saúde e as redes de distribuição que anteriormente se negaram a distribuir repelentes e kits de prevenção, os que se encarregariam da distribuição de uma cura.

No Brasil, onde o aborto é ilegal, os abortos clandestinos não são acessíveis para a maioria das mulheres grávidas, infectadas com o Zika. Muitos dos abortos clandestinos não são feitos de maneira adequada devido a falta de equipes médicos. Tais abortos podem custar de US$ 800 a US$ 4.000.

Recentemente as autoridades brasileiras realizaram apreensões de pílulas abortivas de mulheres que temiam estar infectadas pelo Zika vírus. Inclusive em situações assim, “oferecer alternativas para a interrupção da gravidez às mulheres em um país onde o aborto é ilegal, na maioria dos casos, está demonstrando ser praticamente impossível”.

Se o Zika encontrar sua via aos Estados Unidos, provocaria outra contradição, já que os abortos seguem inacessíveis para muitas mulheres da classe trabalhadora. Apenas em 2015 uma mulher foi condenada a 20 anos de prisão por “feticídio”. Seja no Brasil ou nos Estados Unidos, existe uma mesma moral burguesa que utiliza a intimidação para dissuadir as mulheres de procurar o aborto. Como indicamos em outro lugar:

Apesar de o aborto ser legalizado, não é tão simples para as mulheres da classe trabalhadora optarem por realizar um. Os 58% das mulheres que procuram um aborto estão entre os 20 anos de idade e não têm renda suficiente, regular ou alta, ou um cônjuge para ajudar a cobrir os custos. A maioria dos planos de saúde não cobre o custo de um aborto, em média de US$ 500, e que pode se aproximar aos US$ 1.500 no primeiro trimestre. Os 42% das mulheres que buscam abortos têm um nível de renda abaixo da linha de pobreza, uma porcentagem que, seguramente, aumentou dramaticamente desde 2008.

Capitalismo: a doença da humanidade

O  Zika é uma consequência direta de um sistema que está alimentado pela anarquia do mercado e pela ganância. Em um mundo onde os cientistas e engenheiros desenvolveram métodos extraordinários de purificação da água, desde a suja do rio até a do mar, o provimento de acesso à água potável nestes bairros não deveria ser nenhum problema. O mesmo capitalismo incapaz de resolver esta tarefa encontra-se em uma crise da qual não pode se livrar a si próprio. A única solução é uma solução socialista, que possa desatar o enorme potencial humano e a criatividade latente que existe dentro da sociedade. Não somente seremos capazes de eliminar este vírus mortal, como também garantiríamos a erradicação da pobreza, da fome, da guerra e das doenças em geral, que estão no centro destes problemas.

Tradução de Nathan Belcavello