TODOS EM DEFESA DA REVOLUÇÃO VENEZUELANA

A Esquerda Marxista, que no Brasil impulsiona a campanha “Tirem as Mãos da Venezuela”, integra-se com a Corrente Marxista Internacional, uma vez mais, à mobilização em defesa da revolução venezuelana. A burguesia da Venezuela e o imperialismo estão desenvolvendo uma intensa campanha para desestabilizar a economia e, com isso, gerar um clima de insatisfação entre o povo daquele país. Sua intenção? Fazer retroceder as conquistas e a revolução.

Em 8 de dezembro ocorrerão as eleições municipais na Venezuela. A direita tenta, com suas operações de sabotagem, criar um clima antichavista e eleger a maioria dos prefeitos locais (alcaides).

O presidente Nicolas Maduro — por meio da Lei Habilitante, que lhe permite baixar decretos — vem intervindo contra a alta artificial dos preços e contra os atos criminosos de estocar e esconder produtos. Mas é evidente que estas medidas não resolvem a situação. É necessário avançar na expropriação dos grandes meios de produção, dos bancos, estabelecer o controle operário e a planificação da economia. Para isso, há que se romper com a burocracia que trava a revolução, é necessário varrer os burocratas do PSUV e do aparelho de Estado, governar através dos Conselhos e avançar na construção do socialismo.

Nos próximos dias a Esquerda Marxista estará alerta contra as ações da direita venezuelana. Discutiremos junto a todos os nossos militantes e contatos a situação naquele país destacando a bandeira da solidariedade internacional para com a revolução, pela vitória dos candidatos do PSUV nas eleições de 8 de dezembro. Derrotar a direita e expropriar a burguesia. 

Divulgamos a seguir a declaração da campanha Tirem as Mãos da Venezuela. Pedimos a todos que expressem sua solidariedade para com o revolucionário povo venezuelano, pelo socialismo.

Declaração da campanha Tirem as Mãos da Venezuela

Eleições municipais de 8 de dezembro, solidariedade à revolução bolivariana diante da guerra econômica

Nas semanas que antecedem as eleições municipais de 8 de dezembro, vem crescendo a campanha de especulação e sabotagem da economia, com a burguesia escondendo mercadorias e aumentando artificialmente os preços. O governo venezuelano do presidente Maduro denunciou que está se desenvolvendo um “golpe de Estado em câmara lenta”. A taxa da inflação anual alcançou 74% e o índice de escassez se encontra no nível recorde de 22%.

Nos últimos dias o governo bolivariano adotou uma série de medidas para comprovar os preços pelos quais estão sendo vendidas uma grande quantidade de mercadorias e obrigar os comerciantes a os ajustarem. Em muitos casos os inspetores do governo encontraram preços adulterados, aumentados em até 1000%, ou mais.

As empresas importam bens com os dólares que recebem do governo a preços regulados e depois os marcam para venda com base nos cálculos da conversão da moeda no cambio negro, resultando preços bem mais elevados. O governo tem denunciado isso como um roubo contra os consumidores. 

O governo também adotou medidas para lutar contra o ocultamento de produtos, descobrindo, uma vez mais, armazéns cheios de mercadorias (desde comida até produtos eletrônicos), que escasseiam nas lojas. Uma vez apreendidos, foram vendidos a preços regulados. Como resultado destas ações, dúzias de empresários foram detidos e estão aguardando julgamento. Estas medidas têm sido recebidas com entusiasmo pelo povo venezuelano ao permitir-lhes adquirir produtos a preços normais. 

O presidente Maduro solicitou uma Lei Habilitante, que lhe permitirá tomar uma série de medidas para lutar contra o que descreveu como uma “guerra econômica” que é levada pela “burguesia parasitaria contra o povo trabalhador”. A Lei Habilitante foi aprovada pela Assembleia Nacional. Maduro disse que esta será utilizada para criar uma “nova ordem econômica na transição para o socialismo”. 

Esta campanha de sabotagem econômica e de desorganização da economia teve início há mais de um ano e coincidiu com a doença do presidente Chávez, intensificou-se após sua morte e durante a campanha para as eleições presidenciais de 14 de abril. 

Como sabemos, imediatamente após sua derrota na eleição presidencial, a oposição lançou uma violenta campanha de desestabilização, incluindo tiroteios contra ativistas bolivarianos, centros de saúde etc. A oposição negou-se a reconhecer o resultado dessa eleição e tentou, uma vez mais, se livrar do governo bolivariano pela força.

Agora, o principal candidato da oposição Henrique Capriles tem realizado ameaças públicas contra o presidente Maduro dizendo “após o 8 de dezembro os buscaremos, a você e a seu governo”.

A mão grande de Washington nunca está longe o suficiente quando se trata de atacar a revolução bolivariana. Documentos recentemente filtrados por Snowden e publicados pelo New York Times revelam como o impacto da revolução bolivariana venezuelana na América Latina é um dos seis “objetivos permanentes” para a espionagem dos Estados Unidos. A jornalista de investigação Eva Golinger também revelou um documento que detalha os esforços conjuntos para desestabilizar o país de organizações com sede nos EUA e Colômbia, junto com a oposição venezuelana. 

A campanha internacional de solidariedade “Tirem as Mãos da Venezuela” quer alertar o movimento operário e estudantil, ativistas de movimentos de solidariedade e a opinião pública progressista em geral, sobre estes fatos que representam uma ameaça renovada contra a vontade democrática do povo venezuelano ameaça esta lançada pela oligarquia e, por detrás dela, o imperialismo. 

O povo venezuelano enfrenta-se novamente com uma batalha crucial. As eleições municipais de 8 de dezembro não serão uma contenda eleitoral normal, mas, sim, um choque importante entre a revolução (que conta com o apoio democrático da maioria do povo venezuelano) e a contrarrevolução. 

Estamos firmemente com o povo bolivariano e o governo de Maduro contra a oligarquia parasitaria, e apoiamos todas as medidas necessárias adotadas para lutar contra a guerra econômica. Estamos vigilantes e nos mobilizaremos contra qualquer tentativa de golpe de Estado por parte da oligarquia. 

• Tirem as Mãos da Venezuela! • Não à guerra econômica! 

• Respeitar a vontade democrática do povo! • Viva a revolução venezuelana!