São Paulo: Alckmin e Haddad juntos querem aumentar a tarifa do transporte para R$ 3,20

O Governador Geraldo Alckmin e o Prefeito Fernando Haddad anunciaram juntos que pretendem aumentar as tarifas de Metrô/CPTM e ônibus no dia 1º de Junho em São Paulo.

O Governador Geraldo Alckmin e o Prefeito Fernando Haddad anunciaram juntos que pretendem aumentar as tarifas de Metrô/CPTM e ônibus no dia 1º de Junho em São Paulo.

Isso já era esperado do governo estadual tucano, mas a medida anunciada pelo prefeito petista recém-eleito causou perplexidade entre jovens e trabalhadores que votaram no PT esperando mudanças. Haddad tentou justificar dizendo que há 2 anos e meio não há reajuste da tarifa de ônibus na cidade e com a inflação do período a prefeitura tem que aumentar o subsídio (dinheiro repassado às empresas privadas de ônibus).

Mas as tarifas de ônibus aumentaram de R$ 0,50 em 1994 para R$ 3,00 em 2011, sendo que se fosse aplicada apenas a inflação do período, elas teriam o valor de R$ 1,50 hoje. O último aumento (Jan/2011) aplicado pelo então prefeito Kassab fez a tarifa subir de R$ 2,70 para R$ 3,00 – quase o dobro da inflação no período. Agora Haddad quer aumentar para R$ 3,20.

O que ocorre é que o prefeito do PT teve sua campanha financiada pelos empresários e não pelos trabalhadores. Agora, defende os interesses de quem pagou suas contas. Isso faz parte da política de colaboração de classes que a direção do PT leva a cabo, incluindo a coalizão do Governo Dilma com o PMDB, PSB, PP, PSD, etc. É a mesma política que levou em São Paulo à coligação do PT com o PP de Maluf. E é a mesma política que leva agora Haddad a aumentar a tarifa de ônibus (alegando que houve inflação) e negar reajuste salarial aos servidores municipais (esquecendo da mesma inflação). Aliás, é a mesma política do PSDB.

As tarifas do metrô em São Paulo subiram do valor de R$ 0,80 em 1995 para R$ 3,00 em 2012, sendo que se fosse aplicada apenas a inflação do período, as tarifas teriam o valor de R$ 1,84 hoje. Alckmin agora quer aumentar para R$ 3,20. Tarifa R$ 3,20, qualidade zero.

Os professores da rede estadual fizeram 3 semanas de greve há pouco e o governo estadual tucano não cedeu nada. Os professores da rede municipal de São Paulo já estão em greve há duas semanas e Haddad também não cede. Onde está “o Homem novo para um tempo novo”?

O MPL (Movimento Passe-Livre) está convocando um ato contra o aumento da passagem para o dia 06/06, cinco dias após o aumento. Os militantes da Esquerda Marxista de São Paulo, considerando isso um equívoco se dirigiram ao MPL propondo antecipar o ato. Como eles se negaram, os camaradas chamaram uma reunião com todos que querem lutar contra o aumento e esta decidiu chamar um ato para antes do aumento ocorrer, em 28 de maio, a partir das 17:30, na porta da Prefeitura.

Este ato será preparado nas escolas, universidades, locais de trabalho e nas assembleias dos professores em greve e dos metroviários. No ato do dia 28 será realizado protesto na porta da prefeitura e distribuído um panfleto informativo à população, já chamando para o ato do dia 6 de junho. Só a unidade pode nos levar à vitória.

Este não é um problema localizado em São Paulo. Na maior parte das cidades o transporte público está privatizado e as prefeituras aumentam as tarifas em benefício das empresas de ônibus. Transporte público é um direito e, assim como outros serviços públicos, deveria ser gratuito, subsidiado pela arrecadação geral, como é feito com a saúde pública, educação pública, etc.

A luta contra o aumento das passagens tem sido vitoriosa todas as vezes que consegue mobilizar as massas. É o que acabamos de ver em Porto Alegre, onde o aumento da tarifa foi revertido. Somente milhares de pessoas se manifestando repetidamente em vários atos poderão obrigar a prefeitura e o governo estadual a recuarem desses aumentos e, talvez, levar a luta à ofensiva, para conquistar o passe-livre estudantil ou até mesmo a Tarifa Zero.