São Carlos deve somar-se às mobilizações nacionais de 11 de julho

Manifestações multitudinárias varreram as ruas do país nas últimas semanas. De São Paulo a Porto de Moz a população se levantou por melhores condições de vida, cansada da velha sina do trabalhador brasileiro, da má qualidade dos serviços públicos, como transporte, saúde, educação, da violência policial, do aumento no custo de vida, ou seja, da exploração crescente que recai sobre todos os trabalhadores na medida em que rios de dinheiro público são transferidos do Estado para bancos e grandes corporações através de isenções de impostos, pagamento de dividas e subsídios em geral, levando a um sucateamento cada vez maior dos serviços públicos.

Manifestações multitudinárias varreram as ruas do país nas últimas semanas. De São Paulo a Porto de Moz a população se levantou por melhores condições de vida, cansada da velha sina do trabalhador brasileiro, da má qualidade dos serviços públicos, como transporte, saúde, educação, da violência policial, do aumento no custo de vida, ou seja, da exploração crescente que recai sobre todos os trabalhadores na medida em que rios de dinheiro público são transferidos do Estado para bancos e grandes corporações através de isenções de impostos, pagamento de dividas e subsídios em geral, levando a um sucateamento cada vez maior dos serviços públicos.

Frente a essas mobilizações, os governos lançam mão da repressão e da criminalização e a grande mídia tenta tirar proveito do caráter espontâneo e amplo que adquiriram essas manifestações para tentar impor uma pauta ao movimento ao passo que induz o movimento à desmobilização através do terror. Diante desse cenário os movimentos sociais se dão conta da importância de organizar uma frente única em defesa de pautas concretas que realmente permitem, ainda que limitadamente, avançar nos direitos dos trabalhadores, fazendo frente à reação burguesa e de sua mídia. Assim, as organizações da classe trabalhadora fazem um chamado à organização da luta em cada cidade, em cada bairro, em cada instituição de ensino e em cada local de trabalho. O presente texto vem no sentido de colaborar na construção de uma pauta de reivindicações local para a cidade São Carlos, somando-se à construção do dia nacional de lutas em 11 de julho.

A primeira metade do ano de 2013 em São Carlos foi marcada por seguidas manifestações contra a gestão do recém-eleito prefeito de São Carlos Paulo Altomani (PSDB). Desde que assumiu a prefeitura da cidade o prefeito vem levando uma política autoritária de retrocessos na cultura, nos direitos das mulheres e na saúde. Dentre os retrocessos figuram a proibição da realização de festivais culturais tradicionais da cidade, o fim do convênio com os pontos de cultura, o fechamento da casa abrigo – que protege mulheres vítimas de violência doméstica –, o não repasse das verbas que custeiam o Hospital Escola e a paralisação de diversos serviços de saúde.

O prefeito tem guiado suas ações por uma perseguição declarada ao que chama de grupos petistas da cidade que, segundo ele, vinham se beneficiando desde as gestões anteriores. Mas sua concepção de “grupos petistas” é na verdade uma paranoica perseguição contra tudo que foi criado durante os 12 anos de prefeitura do PT na cidade, punindo profissionais engajados que têm desempenhado um importante trabalho na melhoria da cidade. Tudo isso em nome de uma disputa partidária que nada tem a ver com o povo da cidade de São Carlos. Em outras palavras, o prefeito tenta transformar os órgãos públicos e as instituições da cidade em uma extensão de seu partido, o PSDB, agindo como um verdadeiro xerife, mandando e desmandando sem qualquer discussão com a população, chegando ao cúmulo de tentar colocar seu logo de campanha nos veículos oficiais da cidade.

Esse comportamento do prefeito tem gerado indignação crescente, indignação que começou a manifestar-se depois de decorridos tão só alguns meses de mandato. A primeira das manifestações foi organizada pelos pontos de cultura que exigiam que o governo repassasse a verba que já havia sido enviada pelo Ministério da Cultura para esse convênio. Logo em seguida, vieram as manifestações contra o fechamento da casa abrigo lideradas pela Frente Feminista de São Carlos. Já nessas ocasiões o prefeito mostrou sua completa intransigência, se negando a negociar alternativas para o restabelecimento dos convênios ou a reabertura da casa abrigo, chegando ao ponto de taxar os trabalhadores da cultura da cidade de maconheiros.

A indignação teve seu ápice na gigantesca manifestação pela redução da tarifa na cidade, organizada pelo movimento Transporte Justo do qual a Esquerda Marxista faz parte. Nessa manifestação participaram cerca de 25.000 pessoas, indignadas não somente com as péssimas condições e o alto custo do transporte público na cidade, mas também com as péssimas condições do serviço público em geral, que seguramente não resulta somente da má gestão do PSDB, mas se acumula desde gestões anteriores.

Diante das recentes manifestações, o prefeito da cidade, Sr. Paulo Altomani, mostrou-se insensível. Ignorando o clamor das ruas do alto de seu palácio, se negou a negociar ou negociou de maneira intransigente com os representantes dos diferentes movimentos. O movimento Transporte Justo ficou semanas sem uma resposta ao seu pedido de negociação, protocolado junto à prefeitura logo após a primeira manifestação. Somente após o movimento conseguir aprovar uma moção de apoio pela abertura das negociações na Câmara foi que o prefeito sinalizou a possibilidade de receber representantes do movimento. Assim, o prefeito vai contramão do que vem acontecendo em outras esferas do poder público, onde foram obrigados a atender, mesmo que parcialmente, algumas reivindicações. O governo federal, disse que estaria disposto a ouvir as reivindicações das ruas e sinalizou com verbas para a educação e planos para os transportes, mas também, por estar preso à colaboração com partidos burgueses, não consegue resolver definitivamente as demandas sociais e manobra com a vazia proposta de uma reforma política a ser feita pelo mesmo e bastardo Congresso dominado pelas maioria representante dos capitalistas.

Diante deste cenário, as mobilizações continuam ocorrendo e só na última semana de junho, pelo menos quatro atos ocorreram na cidade. O prefeito parece apostar na desmobilização quando anuncia, de maneira unilateral, uma redução de 0,10 reais na tarifa do ônibus, redução essa que está muito aquém da redução que deveria ocorrer com base na isenção de impostos que a empresa de ônibus recebeu no último período (que permitiria uma redução da passagem para R$ 2,50), e que não condiz com a reivindicação do Movimento Transporte Justo. Além do mais, uma redução que não envolve redução nos lucros das empresas implica que, de uma maneira ou de outra, a população, através dos seus impostos, seguirá pagando o mesmo valor pelo transporte.

É nesse contexto que chamamos a população de São Carlos para dar um basta nesse descaso e se empenhar na construção de uma grande mobilização no dia 11 de julho em defesa de serviços públicos gratuitos e de qualidade para cidade. Um prefeito não pode querer destruir tudo que foi construído pela luta do povo em nome de diferenças políticas com partidos X ou Y. O governo tem a obrigação de governar para o povo, de avançar nas conquistas para a cidade, de criar projetos novos que não prejudiquem os anteriores. Politica não pode ser feita com o aparelhamento do poder público em favor de um partido, politica se faz com oferecimento de serviços públicos de qualidade e direitos para a população.

Assim, a cidade deve dar um ultimato ao prefeito Paulo Altomani, ou ele restabelece o funcionamento daquilo que foi conquistado pela população nos últimos anos e avança no sentido de melhorar efetivamente as condições de vida, estabelecendo mecanismos de participação popular e negociações permanentes, ou iremos exigir a revogação imediata do seu mandato e abertura de novas eleições. O povo nas ruas deixou seu recado:

– Redução imediata da Tarifa de ônibus para R$ 2,50!

– Passe livre estudantil já!

– Pela municipalização do transporte público na cidade como mecanismo para implantação da Tarifa Zero!

– Transporte de qualidade já! Chega de ônibus lotados e de horas de espera nos pontos de ônibus!

– Reabertura imediata da casa abrigo!

– Reativação imediata dos convênios com os pontos de cultura da cidade!

– Não ao sucateamento do Hospital Escola, pelo repasse imediato das verbas ao hospital!

– Hospital Escola com administração 100% pública!

E nacionalmente levantemo-nos por:

– Saúde, transporte e educação gratuita e de qualidade para todos! Estatização! Fora os ministros burgueses!