Rebaixaram o Brasil

Em 25 de março de 2014, as manchetes dos três grandes jornais brasileiros foram iguais – uma das grandes agências de “avaliação” de risco rebaixou o Brasil, ainda que o mantendo no “grau de investimento”. Os analistas e economistas burgueses, oscilando entre o desespero e o descaso; o governo reage atacando o avaliador

Em 25 de março de 2014, as manchetes dos três grandes jornais brasileiros foram iguais – uma das grandes agências de “avaliação” de risco rebaixou o Brasil, ainda que o mantendo no “grau de investimento”. Os analistas e economistas burgueses, oscilando entre o desespero e o descaso; o governo reage atacando o avaliador.

Quais os motivos desse rebaixamento?

A agência é clara – o Brasil não tem perspectiva de crescimento, o Brasil não está gerando o superávit financeiro necessário e agora a crise no setor o energético mostra que a política do governo pode não garantir o pagamento dos juros da Dívida.

Além disso, também foi rebaixado os índices da Petrobras e da Eletrobras.  Os analistas burgueses que vem atacando a “contabilidade criativa” de Mantega aproveitaram para ir pra cima do governo; mas eles tem alguma perspectiva de como resolver isso?

A verdade é que a política do governo é a de tentar “animar” as empresas. As últimas medidas do governo, desde a renegociação dos juros do BNDES com o rebaixamento dos seus pagamentos, procura criar condições para que o banco mantenha os financiamentos, assim como a renegociação dos tributos das multinacionais com rebaixamento e financiamento de dívidas, que o governo federal também o faz.

Qual seria a alternativa para isso? Pagar os juros, aumentar o preço da gasolina e torná-la compatível com o mercado internacional? Repassar os custos da seca para os usuários das empresas da geração de energia elétrica?

Ora, isso elevaria imediatamente a inflação e pesaria sobre o bolso da maioria dos trabalhadores. É uma política de choque com os trabalhadores e o governo e boa parte da burguesia temem.

Assim, apesar do alarme a burguesia não tem uma resposta direta! Eles temem a reação dos trabalhadores. Afinal, os analistas mais “inteligentes” notam que há problemas na China (empresas que deixam de pagar empréstimo, queda do ritmo de crescimento, etc.) e o governo dos EUA – Federal Reserve – começa a rebaixar os incentivos à economia. Isto sem contar a crise da Ucrânia …

Há saídas para estes problemas além de entrar com tudo na crise anunciada?

Sim, mas isto implica em romper com a burguesia e adotar uma política de expropriação da burguesia – estatizar os bancos, reestatizar as empresas privatizadas, retomar o monopólio do petróleo, etc. Em outras palavras, caminhar na direção do socialismo. Esta é a discussão que a Esquerda Marxista quer fazer com os trabalhadores e a juventude.