Proposta de Resolução da Esquerda Marxista ao Encontro Nacional do PT sobre tática eleitoral

No mais esvaziado Encontro Nacional da história do PT (vejam a foto do plenário com Rui Falcão apresentando a proposta de tática!), a direção decidiu continuar sua tática de submissão ao capital nacional e internacional e as alianças com os partidos da burguesia.

No mais esvaziado Encontro Nacional da história do PT, a direção decidiu continuar sua tática de submissão ao capital nacional e internacional e as alianças com os partidos da burguesia.

A Esquerda Marxista apresentou uma outra política em oposição a toda a orientação aplicada pelo partido até agora. As outras correntes do partido apresentaram suas posições, que vão do apoio aberto à atual linha política até a apresentação de nuances e pequenas divergências.

A imensa maioria quer continuidade e até ampliação das alianças (se isso é possível!) até aqueles que se pretendem de esquerda, mas só desejam a ruptura com o PMDB, como se o problema fosse o PMDB e não a linha geral de sustentar o capital.

E todos se unem na defesa da farsa da Reforma Política e da Constituinte Exclusiva como se a saída para o povo fosse “melhorar” o Estado Burguês e suas instituições reacionárias e não a luta pelo socialismo e contra todas estas instituições. Eles principalmente tentam esconder dos trabalhadores que o PT já está no governo e que os males que afligem o povo vem do Orçamento Federal proposto por Dilma e pelas medidas concretas que tomam. Entre elas a repressão generalizada que eles organizam e apoiam em todo o país. Essa gente tenta passar a impressão que o PT não está no governo e se houver “mais democracia” então vai poder eleger mais deputados e assim realizar as reivindicações populares.

Além de reles eleitoralismo de que adianta eleger mais deputados na linha de sustentar o capital e a repressão?

A EM defendeu sua posição marxista sobre a questão e vai continuar o combate por ela entre a juventude e os trabalhadores.

Resolução sobre tática Eleitoral

Num quadro de crise econômica mundial em que o Brasil sente os efeitos de maneira crescente, e em que todas as respostas do governo às manifestações de junho e aos anseios populares é o aumento da repressão, das privatizações, do endividamento e de submissão do país ao capital internacional, o que vemos é o acirramento da luta de classes. E um setor importante da burguesia está atacando o PT, apesar de todas as alianças feitas com esta mesma burguesia e de o PT aceitar todas regras do mercado.

A verdade é que o PT está sangrando e é preciso reagir. Apesar das declarações de que o julgamento da AP 470 foi político nada foi feito para anular este julgamento escandaloso e que tem como objetivo atacar todas as organizações dos trabalhadores.

O PT decide que:

a)      Fará todos os esforços em todos os campos para anular as AP 470 e libertar nossos companheiros.

b)      Que a presidenta da República deve usar imediatamente seus poderes constitucionais e indutar todos os dirigentes do PT, Zé Dirceu, Genoíno, João Paulo e Delúbio, condenados pelo STF na AP 470, assim como anistiar todos os condenados e perseguidos por participar de lutas, ocupações e manifestações.

c)       Que nos sindicatos, na juventude e no movimento popular se fará uma campanha de denúncia destas condenações e mobilização exigindo sua anulação.

d)      No Congresso Nacional as bancadas de deputados e de senadores apresentará projetos de anulação da AP 470.

e)      Que no Senado o PT iniciará um processo de impeachment de Joaquim Barbosa por perseguição política, condenação política sem provas e ataque às liberdades democráticas.

Nosso objetivo como diz o Manifesto de fundação do partido é lutar contra toda opressão e exploração. É nesta situação que o PT decide:

a)       O governo Dilma deve declarar uma inversão de rumos e mobilizar para reverter imediatamente todas as privatizações, a começar pela volta do monopólio estatal de petróleo e gás, energia elétrica, telefonia, Vale do Rio Doce, Ferrovias, Portos, aeroportos, estradas, saúde, educação.

b)      O governo deve atender às reivindicações dos trabalhadores, reverter todas as reformas da previdência, decretar estabilidade no emprego, reajuste de salário automático de acordo com a inflação e fazer a reforma agrária.  

Nosso objetivo na fundação do partido era a luta pelo socialismo, contra o capitalismo. A única forma de avançar neste caminho é abandonar a linha de alianças e colaboração de classes e resgatar a independência política e de classe do PT.

Para isso o PT decide que em 2014 lançará candidato à Presidência da República, candidatos a governador, senador e deputados, em todos os estados, rompendo a aliança com todos os partidos burgueses (PMDB, PP, PDT, PRO, PR, PTB, etc.) com um programa que parte da necessidade de atender aos mais profundos anseios populares, e portanto de não pagar a dívida interna e externa, reverter todas as privatizações, interromper toda a repressão e os projetos repressivos (revogar a LSN, a GLO, etc.), cessar a repressão de um povo irmão e retirar as tropas do Haiti, garantir saúde, educação e transportes públicos e gratuito para todos.

Este é o caminho que poderá empolgar a militância e derrotar os inimigos de classe dos trabalhadores e da juventude, recolocando PT com capacidade de responder a altura às mobilizações em todo o mundo, e no Brasil, contra a terrível situação em que o capitalismo e o imperialismo mergulharam o planeta.

Por um governo Socialista dos trabalhadores!

Viva a luta pelo socialismo!

Serge Goulart – Esquerda Marxista – contato@marxismo.org.br – www.marxismo.org.br