Manifestantes na avenida Paulista durante atos contra Reforma da Previdência

Pela completa retirada da PEC da Previdência!

Após as mobilizações que levaram centenas de milhares de trabalhadores às ruas no dia 15 de março de 2017, o governo Temer e a burguesia brasileira adotam uma medida estratégica: retirar os servidores públicos estaduais e municipais da luta contra a Reforma da Previdência.

Perante essa situação muitos dirão: Vencemos! Ledo engano, companheiros. Temer deixa claro que cabe agora aos governos estaduais e municípios a aplicação da Reforma da Previdência. Consequentemente, o ônus político recaíra sobre governadores e prefeitos.

Diante disso fica a pergunta: devem os servidores recuar? Devemos responder com um categórico NÃO! Temer, que se dizia irredutível quanto à Reforma da Previdência, foi obrigado a recuar estrategicamente diante do crescimento da mobilização dos servidores públicos. Porém, sua pretensão é óbvia: apartar servidores públicos, em especial professores, do restante da classe trabalhadora e minar o movimento nacional contra a Reforma da Previdência.

Esquecem Temer e seus assessores que os professores servidores públicos lecionam para uma juventude advinda da classe trabalhadora que nunca irá se aposentar caso a PEC 287 seja aprovada. Mais do que isso, mães e pais dos estudantes, componentes essenciais da comunidade escolar e que são, em sua maioria, trabalhadores assalariados das fábricas e empresas serão diretamente afetados por essa medida. Como podemos nós professores, também assalariados, nos apartarmos da luta neste momento em que Temer dá sinais claros de que pode ser derrotado?

Devemos lembrar, ainda, que já existem reformas da Previdência sendo aplicadas em nível estadual e municipal. Como exemplo, temos o ataque do governo petista de Haddad que, no final do mandato, propôs a reforma do SAMPAPREV. Esta proposta, ainda aguardando ser aprovada pelo prefeito de São Paulo, Dória, ataca diretamente a Previdência dos servidores municipais inviabilizando a aposentadoria em dois cargos e impondo um teto de 5 mil reais.

Imagine você, professor da rede estadual de São Paulo, como essa reforma será traduzida na gestão Alckmin, com ampla maioria na Alesp? Como dissemos, trata-se de apenas mais uma jogada do governo para dividir a classe trabalhadora e aprovar a reforma em etapas. Ao perceber que enfrentando toda a classe de uma só vez poderia ser derrotado sumariamente, o governo federal flexibilizou a tática.

A posição do coletivo Educadores pelo Socialismo é pela continuidade e ampliação da mobilização junto a toda a classe trabalhadora. Só assim poderemos enterrar essa reforma! Defendemos corretamente a Greve Nacional da Educação contra as reformas da Previdência, Trabalhista e do Ensino Médio no Congresso da CNTE e a greve partir do dia 28/03 na Apeoesp. E entendemos que, visto à ampla aceitação popular da luta contra a Reforma da Previdência, é necessário que todas as centrais sindicais e direções dos sindicatos realizem uma ampla plenária nacional que organize a greve geral dos trabalhadores contra as reformas que se anunciam!

Só a nossa unidade enquanto trabalhadores assalariados poderá nos fazer arrancar essa vitória.

NENHUM DIREITO A MENOS!

PELA CONSTRUÇÃO DA GREVE GERAL DOS TRABALHADORES!

PELA COMPLETA RETIRADA DA PEC 287!

FORA TEMER E O CONGRESSO NACIONAL!