O Boticário e o medieval Malafaia

A campanha publicitária de dia dos namorados da empresa O Boticário, que mostra casais hetero e homossexuais trocando presentes, repercutiu nas redes sociais após o Pastor Silas Malafaia propor um boicote à marca.

A campanha publicitária de dia dos namorados da empresa O Boticário, que mostra casais hetero e homossexuais trocando presentes, repercutiu nas redes sociais após o Pastor Silas Malafaia propor um boicote à marca por conta da propaganda.

Em vídeo, Malafaia critica a peça publicitária argumentando que influencia crianças e jovens a serem homossexuais, porque segundo ele “homossexualismo é comportamento e não condição” e que o boicote à marca nada mais é do que uma forma de preservação da “família milenar”.

O que Malafaia faz, junto com outros líderes políticos de direita e religiosos reacionários, é incentivar o ódio contra um setor da população por conta de sua orientação sexual. Este ódio tem consequências práticas, como os inúmeros ataques violentos a homossexuais, alguns deles resultando em morte da vítima.

Mas no fundo, algo une Malafaia e o Boticário, cada um por um lado, buscando atingir um público distinto, mas com a intenção comum de fazer propaganda de sua empresa. Uma igreja que lucra muito com o dinheiro dos fiéis, no caso de Malafaia, e uma grande empresa de cosméticos, no caso de O Boticário.

Vale lembrar que O Boticário é acompanhado em sua estratégia de marketing por: Facebook, Google, Twitter, Microsoft, Apple, Coca-Cola, Disney, Mc Donalds, Nike, entre outros.

A jogada de marketing do Boticário, e dessas outras grandes empresas, visa aumentar o perfil de compradores dos seus produtos. Não podemos nos iludir que são empresas melhores, “mais humanas”, por conta disso.

O Mc Donalds, por exemplo, teve US$ 811,5 milhões de lucro líquido somente nesse trimestre e é uma das multinacionais que pagam miseravelmente seus funcionários, além de não conceder direitos trabalhistas.

A Rede Globo segue sendo uma odiosa empresa capitalista, que omite e difunde mentiras e distorções dos fatos para desmoralizar e derrotar a luta da classe trabalhadora. Mesmo que em suas novelas figurem casais homossexuais.

A sociedade que buscamos construir, o socialismo, trará as bases para livrar a humanidade da ignorância e do preconceito, proporcionando a plena igualdade de direitos. Para os marxistas, as questões sexuais, assim como as opções religiosas, devem ser tratadas como questões privadas.

Nossa posição é de classe. Nossa luta é para acabar com toda a opressão e exploração. Combatemos o racismo, o machismo e a homofobia. Combatemos tudo o que visa dividir a nossa classe, pois lutamos pela unidade dos trabalhadores contra o inimigo comum, aquele que provoca a opressão cotidiana dos povos ao redor do mundo, o capitalismo.

Dayane de Oliveira Pacheco
Comissão de Mulheres da Esquerda Marxista