Novo governo, novos ministros: mais austeridade e mais capitalismo!

Dilma iniciou a escalação do novo governo confirmando a indicação de Joaquim Levy, o alto diretor do Bradesco, como ministro da Fazenda, ao lado de Nelson Barbosa, defensor da austeridade, para a pasta do Planejamento. Em seguida, confirmou Armando Monteiro, ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria, para o Ministério do Desenvolvimento. É um claro ato de submissão ao mercado financeiro, aos banqueiros, aos industriais, ao agronegócio, ou seja, de submissão aos interesses da burguesia.

Dilma iniciou a escalação do novo governo confirmando a indicação de Joaquim Levy, o alto diretor do Bradesco, como ministro da Fazenda, ao lado de Nelson Barbosa, defensor da austeridade, para a pasta do Planejamento. Em seguida, confirmou Armando Monteiro, ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria, para o Ministério do Desenvolvimento. A lista deve ainda ganhar a presença da ruralista Kátia Abreu, para a Agricultura.

É um claro ato de submissão ao mercado financeiro, aos banqueiros, aos industriais, aos latifundiários e ao agronegócio, ou seja, de submissão aos interesses da burguesia.

Trabalhadores e jovens se reagruparam e foram às ruas para derrotar Aécio e o PSDB nas urnas. Mas o que parece é que PSDB ganhou as eleições. As recentes medidas adotadas configuram um verdadeiro estelionato pós-eleitoral.

As jornadas de junho de 2013 já mostraram o distanciamento do PT em relação à juventude. As eleições trouxeram uma séria advertência da classe ao partido. É evidente que essa política está conduzindo o PT à destruição e os dirigentes recusam-se a girar o leme para a esquerda. Ao contrário, seguem com manobras do tipo “regulação da mídia” e “reforma política” para manter a trajetória à direita.

Crise e cortes

O PT afunda-se tentando salvar o capitalismo. O crescimento do PIB brasileiro no 3º trimestre foi de apenas 0,1% em comparação ao 2º trimestre. Em relação ao 3º trimestre do ano passado, houve recuo de 0,2%. O governo está com déficit fiscal (gasta mais do que arrecada) e faz manobras para fechar as contas no final do ano. É a crise que se aprofunda.

A nova e a velha equipe econômica anunciam a necessidade de cortes. Mas, é claro, apontam para cortes em direitos dos trabalhadores, como seguro desemprego, auxílio doença e pensão por morte. Mantendo o pagamento de juros da dívida pública para bancos nacionais e estrangeiros.

Em seu primeiro discurso, Joaquim Levy explicou que “alcançar essas metas [de superávit primário] é fundamental para ampliar a confiança na economia brasileira”. É claro que garantir o superávit primário (a economia de despesas para pagamento da dívida), tem no fundo uma boa intenção, ele explica que “Isso permite ao País consolidar o crescimento econômico e melhorar as conquistas sociais realizadas ao longo dos últimos 20 anos”. Apenas palavras para iludir, o que se prepara são ataques à nossa classe.

A inflação e as demissões crescem, junto com a indignação. Novos e mais profundos choques entre as massas e o governo se preparam.

O PT segue referendando a política governamental e tenta levantar o espantalho de um golpe da direita para unificar a base em defesa do partido. Pura manobra. Já explicamos que não existe “onda conservadora”, nem a decisão do imperialismo, ou da burguesia nacional, em dar um golpe nesse momento. O que querem é que o governo e o PT se enforquem em meio à crise com a política de colaboração de classes.

O vergonhoso papel da CUT

A direção da CUT apresentou com outras centrais sindicais um Programa de Proteção do Emprego.

Na prática, a proposta busca abrir a possibilidade de redução de salários (em até 30%), combinada com redução da jornada, em troca de uma suposta manutenção dos postos de trabalho. Como explica Wagner Freitas, presidente da CUT: “haveria redução da jornada de trabalho e dos salários e o governo, por sua vez, abriria mão de alguns tributos além de contribuir com recursos para que o salário do trabalhador não caia muito”.

A CUT inverte sua posição. Em vez de redução da jornada de trabalho sem redução salarial, propõe a redução do salário do trabalhador! É uma posição patronal, de defesa direta do capital! A Esquerda Marxista se coloca ao lado dos trabalhadores e dos sindicatos que não aceitam perder seus direitos para “resolver” a crise.

Por uma Frente da Esquerda Unida

Contra tudo isso, contra o capitalismo decadente e os dirigentes operários que se passaram para a defesa do capital, por um futuro digno, por uma vida digna, lançamos a proposta de uma Frente da Esquerda para organizar a batalha na luta de classes, para abrir uma perspectiva de combate independente do proletariado em defesa de suas reivindicações, pela revolução e o socialismo. Convidamos os nossos leitores a discutirem essa proposta conosco. Juntos e em luta, podemos barrar a confusão e a dispersão, abrindo caminho para as próximas vitórias da classe trabalhadora e da juventude!