No mundo todo: a resistência aumenta

Pela primeira vez em mais de 12 anos o Partido Republicano é derrotado nas eleições nos EUA. Bush perdeu a maioria na Câmara dos Deputados e também no Senado. Um analista comentando o fato declara: “os republicanos perderam, mas isso não quer dizer que os democratas ganharam”. Formalmente, o Partido Democrata passou a ser maioria na Câmara e no Senado. Mas, esse partido nos EUA sempre foi o partido das intervenções imperialistas e da guerra. Foi no governo de Kennedy (democrata) e depois de Johnson (também democrata) que começou e se ampliou a intervenção americana no Vietnã (na década de 1960). Depois, as mobilizações contra a guerra levaram a derrota dos democratas e a eleição de um republicano, que foi forçado a retirar as tropas do Vietnã.

Bush comparou o Iraque com o Vietnã. A verdade é que a invasão não acabou com a resistência no Iraque e as eleições levaram a derrota de Bush, porque a maioria do povo e dos trabalhadores americanos é contra a guerra. Essa resistência, que se expressa no coração do imperialismo, nos EUA, é muito maior no resto do mundo: a resistência palestina continua, ressurge a revolta no Afeganistão, a insurgência Iraquiana continua de pé. Na América Latina, essa situação alimenta a revolução. Quando pode, o povo vota em quem parece ser contra os EUA: em Daniel Ortega na Nicarágua, nos socialistas no Chile, etc. Em alguns países a revolução segue. Na Venezuela, continuam as ocupações de fábrica e a exigência de estatização. Na Bolívia, Evo Morales promete estatizar as minas e proclama uma lei de Reforma Agrária. No México, a fraude eleitoral leva à convocação da Assembléia Popular de 1 milhão de pessoas na Cidade do México e, a greve dos professores de Oaxaca, na situação instalada, leva à constituição de um soviete: a Assembléia Popular de Oaxaca. O governo que sai das urnas no Brasil é mais fraco que o governo Lula de 2002. A começar pelo voto de desconfiança que se expressou no fato de a legenda do PT ser mais votada que os dirigentes, desaparecendo os “campeões” de voto do PT. Depois, porque Lula é forçado a fazer uma campanha “pela esquerda”, conforme declara o novo presidente do PT, Marco Aurélio Garcia.

Nesta situação, Lula procura se apoiar nos seus maiores adversários. Anuncia que quer conversar com FHC e constituir um “conselho” dos ex-presidentes, com Collor, Itamar, Sarney e FHC. Mas, foi justamente contra tudo isso que votaram os trabalhadores, foi contra todos eles que o povo votou em Lula, foi para acabar com eles que os trabalhadores constituíram o PT.

A corrente OT (Maioria) sabe que a insatisfação existe e se expressa inclusive no voto. Nós procuramos dar um canal onde esta insatisfação possa correr e se organizar. Por isso, estamos realizando os seminários de balanço do governo e do PT, constituindo os Núcleos Socialistas de Base e apoiando a realização do Encontro Pan Americano em defesa das fábricas ocupadas, da estatização e da reforma agrária. Junte-se a nós nesse combate.

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