Mobilização em 11 de Julho: defender os salários e os direitos

A CUT escreveu em seu site sobre a convocação do 11 de julho: “os atos de julho irão reivindicar o fim dos leilões do petróleo, o fim do fator previdenciário, a redução da jornada para 40 horas semanais sem redução do salário, a reforma agrária e o fim do Projeto de Lei 4330”.

A CUT escreveu em seu site sobre a convocação do 11 de julho: “os atos de julho irão reivindicar o fim dos leilões do petróleo, o fim do fator previdenciário, a redução da jornada para 40 horas semanais sem redução do salário, a reforma agrária e o fim do Projeto de Lei 4330”.

Tudo isto está correto, mas é impossível tapar o sol com a peneira. A crise capitalista que corrói o mundo inteiro chega ao Brasil. Depois de muito tempo em que era só “uma marolinha” o clima de “paz social” que o governo do PT coligado com a direita garantia, chega ao fim. E com este fim o Brasil deixa de ser o “queridinho” dos capitais e passa a ser a “bola da vez” na linha de retirada dos capitais.

Claro, tudo foi precipitado pela declaração do Banco Central dos EUA de que as “benesses” concedidas pelo BC tinham limites. Se o BC não imprime dinheiro e distribui para os “investidores” o capital reflui de volta a sua pátria e o mundo inteiro, inclusive as bolsas dos EUA, caem com este movimento. Vamos assistir momentos de pânico e euforia, talvez menores que 2008, mas a economia real, queda do crescimento chinês, recessão na França, falta de perspectiva na Grécia e Itália, revoltas generalizadas no Brasil, na Turquia e na Suécia levam o pânico ao coração dos capitalistas.

E isto tem um resultado geral: sobe o valor do dólar, caem as outras moedas. Em outras palavras, a inflação dos EUA é dividida pelo mundo. Diga-se de passagem, Dilma e Mantega tem que engolir suas palavras sobre a guerra das moedas e torcer para que o dólar não suba muito. Pobres economistas, não sabem o que fazer e quando fazem apenas aprofundam a crise, a miséria e a insatisfação entre as massas.  

Do nosso lado, nós dizemos: sem um combate firme contra os capitalistas e os imperialistas, sem romper com a burguesia, o caminho será ficar estar atrelado à crise global e à saída dos capitalistas: mais miséria para o povo, para salvar o capital! Daí que o primeiro “pacto” proposto por Dilma é justamente “manter o superávit fiscal”, ou seja, arrochar o povo para pagar os banqueiros, via juros e serviços da dívida.

A CUT, para se manter como Central Sindical de luta, tem que ao menos levantar a bandeira de “escala móvel de salários”, gatilho salarial sempre que o aumento do custo de vida (em particular, aumento do preço da alimentação) atingir 2% ou 3%.

E já que estamos contra os leilões de petróleo (muito justo!) porque não reivindicar desde já a reestatização de tudo que foi privatizado? Reivindicar a estatização do sistema financeiro que sangra o nosso país? Reivindicar o não pagamento da dívida interna e externa. Este sim é um caminho econômico que poderia e pode enfrentar os capitalistas e abrir caminho para uma saída positiva, uma saída socialista!