Mais educação ou mais enrolação?

Quem tinha ainda alguma ilusão no compromisso da prefeitura de São Paulo, comandada por Fernando Haddad (PT), com a qualidade da educação pública, recebeu um bom balde de realidade com a confirmação de Gabriel Chalita para a Secretaria de Educação.

Quem tinha ainda alguma ilusão no compromisso da prefeitura de São Paulo, comandada por Fernando Haddad (PT), com a qualidade da educação pública, recebeu um bom balde de realidade com a confirmação de Gabriel Chalita para a Secretaria de Educação. A indicação foi feita por Lula, juntamente com o vice-presidente Michel Temer, com os olhos voltados para as eleições de 2016, pensando em uma possível coligação PT/PMDB. Eles então, ressuscitaram Chalita para a vida política. O moço das dezenas de denúncias de corrupção e dos ataques às lutas dos professores na época em que comandava a Secretaria de Educação do estado de São Paulo, governado pelo PSDB!

O tal programa “Mais Educação”, lançado pela prefeitura com a promessa de revolucionar a área, na prática não significou mudança nenhuma na qualidade da educação pública municipal, não passou de mais uma enrolação, de mais um projeto envolvendo a parceria público privada, de mais terceirização e precarização para os profissionais do ensino.

Estava certa a categoria de professores da rede municipal que, em uma greve de 42 dias no ano passado, criticou a implantação do programa “Mais Educação” sem a participação democrática dos professores.

É certo que não deve ser motivo de grande surpresa a indicação de Gabriel Chalita como secretário, afinal, a gestão petista em São Paulo já governa junto com Paulo Maluf e Gilberto Kassab. Mas esta é mais uma demonstração da disposição da direção do PT em levar adiante a política de conciliação com a burguesia e abandonar os interesses da classe trabalhadora.

A indicação de Gabriel Chalita não tem nada a ver com uma tentativa de melhorar a educação na cidade. Tudo faz parte de um cálculo político tentando evitar uma candidatura do PMDB para a prefeitura em 2016, garantindo a coligação para a disputa. É o velho e podre jogo da política burguesa.

A prefeitura de São Paulo já tinha dado mais uma demonstração do caminho escolhido ao aumentar as passagens de ônibus de R$ 3,00 para R$ 3,50, acompanhando Alckmin, que aumentou para o mesmo valor as passagens de trens e metrôs.

Aos profissionais de educação do município de São Paulo, assim como para os jovens e trabalhadores de todo o Brasil, 2015 promete um ano de intensas lutas. Nós seguiremos com a bandeira que levantamos em junho de 2013: Público, Gratuito e para Todos: Transporte, Saúde, Educação! Abaixo a Repressão!