Homenagem a Eduardo Galeano na Escola de Quadros da Esquerda Marxista

Dia 17 de abril, no primeiro dia da Escola Nacional de quadros da Esquerda Marxista, após uma entusiasmada e importante discussão sobre Literatura e Revolução, foi feita uma singela homenagem ao grande cronista uruguaio Eduardo Galeano.

Dia 17 de abril, no primeiro dia da Escola Nacional de quadros da Esquerda Marxista, após uma entusiasmada e importante discussão sobre Literatura e Revolução, foi feita uma singela homenagem ao grande cronista uruguaio Eduardo Galeano. Eduardo Galeano foi autor de um dos mais importantes ensaios jornalísticos sobre a história material do continente latino-americano: “Veias Abertas da América Latina” é leitura obrigatória para todo militante revolucionário. No livro, Galeano expõe um estudo detalhado da exploração econômica de diversos países latino-americanos através de uma pesquisa aprofundada de dados que recorrem da colonização às ditaduras do século XX.

“Veias Abertas da América Latina”, na época de sua publicação incendiou a mente e a vida de diversos militantes e forneceu um importante conjunto de dados para a análise das condições materiais do surgimento para a construção do capitalismo na América Latina.

Ele, através de sua obra, foi o que ele mesmo descreve em outro texto chamado O mundo: uma fogueirinha dessas que “incendeiam a vida com tamanha vontade que é impossível olhar para eles sem pestanejar, e quem chegar perto pega fogo”.

Companheiro Eduardo Galeano: Presente!

O mundo (Eduardo Galeano)

Um homem da aldeia de Neguá, no litoral da Colômbia, conseguiu subir aos céus. Quando voltou, contou. Disse que tinha contemplado, lá do alto, a vida humana. E disse que somos um mar de fogueirinhas.
— O mundo é isso — revelou —. Um montão de gente, um mar de fogueirinhas.

Cada pessoa brilha com luz própria entre todas as outras. Não existem duas fogueiras iguais. Existem fogueiras grandes e fogueiras pequenas e fogueiras de todas as cores. Existe gente de fogo sereno, que nem percebe o vento, e gente de fogo louco, que enche o ar de chispas. Alguns fogos, fogos bobos, não alumiam nem queimam; mas outros incendeiam a vida com tamanha vontade que é impossível olhar para eles sem pestanejar, e quem chegar perto pega fogo.

O livro dos abraços / Eduardo Galeano; tradução de Eric Nepomuceno. – 9. ed. – Porto Alegre: L&PM, 2002. 270p