Trump ameaça levar a baixo todo o sistema de comércio pós-guerra. Imagem: Socialist Appeal.

“Guerras comerciais são boas” – Trump ameaça a frágil economia mundial

Na semana passada, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a sua intenção de elevar as tarifas sobre as importações de aço e alumínio, ameaçando iniciar uma perigosa guerra comercial com o restante do mundo. Isso poderia mergulhar a economia mundial em outra profunda recessão.

Os recentes comentários de Trump no Twitter (ver abaixo) constituem nada menos do que uma declaração de guerra – guerra comercial – por parte do mais poderoso país capitalista do mundo.

Donald J. Trump (@realDonaldTrump)

Quando um país (os EUA) está perdendo muitos bilhões de dólares no comércio com todos os países com que negocia, as guerras comerciais são boas e fáceis de ganhar. Exemplo: quando estamos abaixo de 100 bilhões com um determinado país e eles se tornam saidinhos demais, não negociamos mais com eles – ganhamos com vantagem. É fácil!

Esses não são tweets largados ao léu. Representam riscos extremamente sérios e extremamente perigosos para a economia mundial. Essa contenda poderia escalar e mergulhar o mundo capitalista em profunda depressão, como nos anos 1930. Os investidores e os governos estão nervosos, para dizer o mínimo.

Afinal, não foi o crash de Wall Street que causou a Grande Depressão, mas a introdução das políticas e tarifas no estilo “empobrece-ao-teu-próximo” que levaram a guerras comerciais. Isso, por sua vez, causou um colapso sem precedentes do comércio mundial, que só foi corrigido pela Segunda Guerra Mundial.

Já explicamos inúmeras vezes que entramos em um período convulsivo de mudanças rápidas e bruscas. O desafio de Trump é outro exemplo disso.

Brincando com fogo

Trump está brincando com fogo, mas isto não é novidade. O aumento pretendido nas tarifas de 25% sobre as importações do aço e de 10% sobre o alumínio levará à retaliação dos outros países, incluindo a China e a União Europeia. O Canadá, o Brasil, a Coreia do Sul e o México serão os mais afetados.

Trudeau disse que a medida era “absolutamente inaceitável” e prometeu represálias. Wang Hejun, funcionário do Ministério do Comércio da China, disse que a imposição de tarifas por tais motivos era imprudente:

“O espectro da segurança nacional é muito amplo e, sem uma definição clara, pode ser facilmente abusado. Se a decisão final dos EUA prejudicar os interesses da China, certamente tomaremos as medidas necessárias para proteger nossos direitos legítimos”

Trump respondeu dizendo que imporia tarifas ainda maiores.

A China, que possui metade da produção mundial do aço, também está afetada pela superprodução e pelo excesso de aço no mundo e está tentando despejá-lo nos mercados mundiais a preços baixos. Isso está golpeando os EUA. Alguns nos EUA, de forma não surpreendente, se opõem a esse “dumping”; enquanto na Europa já se havia imposto duas dúzias de medidas antidumping contra as exportações de aço chinesas.

Mas as implicações do comportamento de Trump são muito mais amplas. Trump está ameaçando derrubar todo o sistema do comércio mundial construído desde a guerra.

Não é de se estranhar que o anúncio tenha feito despencar os mercados de ações de todo o mundo! Wall Street viveu, no momento em que estamos escrevendo, a quarta queda diária consecutiva.

Empobrece-ao-teu-próximo

O anúncio de Trump vai muito além das tarifas impostas sobre máquinas de lavar roupas e painéis solares, como proposto em janeiro. Ele invocou a segurança nacional como base para novas barreiras comerciais. Ele parece estar falando sério:

Donald J. Trump (@realDonaldTrump)

Devemos proteger nosso país e nossos trabalhadores. Nossa indústria de aço está em má situação. SE VOCÊ NÃO TEM AÇO, VOCÊ NÃO TEM UM PAÍS!

Esse foi um juramento solene para cumprir suas promessas de campanha de defender os trabalhadores e a indústria americana da concorrência externa injusta.

A reação era previsível. Cecilia Malmström, comissária de comércio da União Europeia (UE), disse que o bloco teria pouca escolha além de desafiar as tarifas e de impor suas próprias tarifas e outras medidas retaliatórias.

“Arriscamo-nos a ver um perigoso efeito dominó a partir disso”, disse ela.

“Não gosto de usar as palavras ‘guerra comercial’, mas não consigo ver agora como [o movimento dos EUA] não faz parte de um comportamento belicoso”, disse Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia. Ele sugeriu que poderiam tacar os produtos americanos, como as motocicletas Harley-Davidson, o uísque Bourbon e os jeans.

As autoridades da UE elaborarão uma lista, no valor de mais de € 2,8 bilhões, de mais de 100 produtos dos EUA para retaliação, que incluirão o aço estadunidense e produtos agrícolas como o arroz, o milho, suco de laranja e outras frutas. Entraria em vigor no prazo de 90 dias da implementação de qualquer tarifa pelos EUA.

Roberto Azevedo, diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), advertiu que o mundo estava sob risco de cair em uma guerra comercial. “O potencial para a escalada é real”, disse ele. “Uma guerra comercial não interessa a ninguém”.

“Mas vamos ser claros – ninguém ganharia uma guerra comercial”, explicou Ben Inker, da GMO.

Danos, inflação e incerteza

O FMI emitiu uma declaração pedindo calma. “As restrições às importações anunciadas pelo presidente dos EUA provavelmente causarão danos não somente fora dos EUA, como também à própria economia americana, inclusive para seus setores de fabricação e construção, que são os maiores consumidores de alumínio e aço”, disse Gerry Rice, porta-voz do fundo.

“Isso realmente poderia se transformar em um grande problema”, disse Brad McMillan, diretor de investimentos da Commonwealth Financial Network. “O resultado líquido das tarifas… será danos econômicos, inflação mais alta e maior incerteza geopolítica”.

A Electrolux, maior fabricante de eletrodomésticos da Europa, disse que estava postergando um investimento de US$ 250 milhões em uma fábrica de utensílios de cozinha no Tennessee, anunciado em janeiro. “Estamos preocupados com o impacto que as tarifas poderiam ter sobre a competitividade de nossas operações nos EUA”, disse a empresa sueca.

Ivan Scalfarotto, alto funcionário do comércio italiano, disse que “isso é totalmente injustificado… e está prejudicando a economia global”, apontando para os € 4,8 bilhões de aço da Itália exportado aos EUA em 2017, bem como aos€ 1 bilhão de alumínio. “Nossos produtores não estão felizes e estão corretos em não estar felizes. Mas não se trata apenas de proteger nosso interesse nacional, trata-se de proteger nossas regras”.

O Instituto do Ferro e do Aço dos EUA disse que estava “satisfeito” com o anúncio das tarifas. A Associação do Alumínio disse que “apreciamos” o comprometimento do presidente em ajudar a indústria.

América Primeiro

Mas Trump não está preocupado com os efeitos em outros lugares. Ele só está preocupado com os interesses americanos, da forma como ele os vê. Seu lema é “América Primeiro” e que se dane o resto do mundo. Como ele mesmo disse: “Guerras comerciais são boas”.

Em seus primeiros dias no cargo, ele vetou a Parceria Transpacífico, o maior acordo comercial em uma geração. Pretende também rever o  Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta), o “pior acordo da história”.

Em junho de 1930, o presidente Hoover promulgou a Lei Smoot-Hawley, que impôs tarifas contundentes sobre bens importados. O Canadá e a Europa retaliaram com a introdução de tarifas protecionistas que serviram para aprofundar a Depressão, enquanto o comércio mundial entrava em colapso.

As políticas protecionistas de Herbert Hoover transformaram a Depressão em uma crime comercial mundial. Foto: domínio público.

Claramente, dada a intensificação do comércio mundial desde então, as consequências de uma guerra comercial são hoje muito piores do que nos anos 1930. Todos os países estão indissoluvelmente unidos à cadeia do capitalismo mundial. Todos os países estão subordinados ao mercado mundial.

Trump foi eleito prometendo “rebentar com o sistema”, e poderia estar bem a caminho de fazer isto. Se for desafiado por uma ação na OMC, Trump pode decidir ignorá-la. Isso, por sua vez, ajudaria a minar toda a base do comércio internacional.

A administração americana disse que 2018 seria o ano em que traria tropas comerciais para junto das muralhas. Isso é algo perigoso.

Recessão mundial à frente

“Hoje é um grande dia para os EUA”, declarou Peter Navarro, autor de Death by China [Morte pela China], que serve de conselheiro comercial ao presidente. “Essa é a genialidade de Trump”, disse ele.

O anúncio também está vinculado à guerra interna a respeito do comércio dentro da Casa Branca, onde os isolacionistas estão ganhando vantagem. Isso é sem precedentes.

Portanto, é provável que vejamos uma escalada constante das tensões globais. Entramos em um território onde as luzes vermelhas estão piscando. Cego por sua própria “genialidade”, Trump está sendo empurrado para uma guerra comercial como nunca vimos antes desde os anos 1930.

Essas ações podem se tornar o catalizador de uma recessão mundial. Temos agora 10 anos desde o início da recessão mundial de 2008, que foi a mais profunda desde os anos 1930 e ainda nos afeta hoje.

Com base no ciclo comercial de 10 anos, estamos prontos para outra recessão em breve. O momento exato é difícil de se prever, se não impossível, visto que há muitos fatores envolvidos. Além disso, o sistema capitalista alcançou seus limites e claramente se exauriu. A atual “recuperação” é a mais fraca da história. Esse é um sintoma de sua decadência terminal.

Superprodução

O sistema capitalista está sujeito a crises periódicas de superprodução, em que o limitado poder de compra das massas entra em colisão com a sempre crescente expansão das forças produtivas.

Os capitalistas superam essa contradição investindo os lucros do trabalho não pago da classe trabalhadora. Isso serve para expandir o mercado. Contudo, o aumento do investimento simplesmente dá como resultado uma maior capacidade produtiva e uma maior produção de bens para venda. Como o capitalismo está motivado pela maximização dos lucros, a queda das vendas resultará na queda dos lucros, levando a uma recessão.

Como Marx explicou em “O Capital”, Volume 3:

“A causa final de todas as crises reais continua sendo a pobreza e o consumo restrito das massas em comparação à tendência da produção capitalista para desenvolver as forças produtivas de tal forma que somente o poder de consumo absoluto da sociedade seria o seu limite”

Portanto, em última análise, a causa das crises capitalistas é a superprodução e o limitado poder de compra das massas.

Naturalmente, existem muitas outras contradições inerentes ao sistema capitalista, mas a tendência à superprodução é a principal.

Pilhas de dinheiro

Uma das principais consequências da recessão de 2008 foi o Estado resgatando o capitalismo. Isso também significou a introdução da austeridade por todos os lados. No entanto, os cortes nos níveis de vida experimentados pela classe trabalhadora também significaram uma redução do mercado para os capitalistas.

Essa “falta de demanda” produziu o efeito de reduzir o investimento. Por que investir quando não se pode utilizar a capacidade já existente?

Portanto, apesar das taxas de juros historicamente baixas e da abundância de dinheiro barato, isto não significou um maior investimento por parte das grandes empresas. Na Grã-Bretanha, elas estão sentadas em uma pilha de dinheiro de £ 700 bilhões. E onde eles de fato gastam dinheiro, é para ganhos improdutivos. As corporações estiveram comprando suas próprias ações para levantar seus preços. Os acionistas ficam mais ricos, mas nada fizeram de socialmente útil.

O capitalismo monopolista ao estilo “banco imobiliário” levou a sociedade e um beco sem saída. Imagem: Flickr, David Muir.

Os capitalistas se transformaram em uma classe parasitária de rentistas. Querem ganhar dinheiro não através de meios produtivos, mas puramente através da especulação. Os investimentos lucrativos na produção secaram quando a “capacidade excedente” se tornou mais generalizada. Por que se preocupar em produzir, quando se pode ganhar mais dinheiro lidando com ativos financeiros de risco?

Os gerentes de ativos operam como abutres do capitalismo, apoderando-se das empresas, despojando-as de seus ativos e lançando os trabalhadores no desemprego. A centralização e concentração do capital continua à medida em que as aquisições se tornam endêmicas.

Uma pequena elite movimenta seu capital por todo o mundo ao capricho da classe bilionária, o que dá ao processo um caráter ainda mais convulsivo e imprevisível. O capitalismo monopolista, onde um punhado de corporações gigantescas dominam a economia mundial, levou a sociedade a um beco sem saída.

Afogamento na dívida

Supunha-se que os governos e os bancos estavam reduzindo os níveis da dívida, que se tornaram perigosamente altos. Mas, com o dinheiro barato, os níveis da dívida continuaram a aumentar.

O estoque total da dívida soberana dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) aumentou de US$ 25 trilhões, em 2008, a mais de US$ 45 trilhões neste ano. A relação dívida/PIB em toda a OCDE foi, em média, de 73% no ano passado e seus membros devem tomar emprestados £ 10,5 trilhões dos mercados neste ano. Devido ao fato de grande parte da dívida levantada no rescaldo da crise financeira amadurecerá nos próximos anos, as nações desenvolvidas terão que refinanciar 40% de seu estoque total de dívida nos próximos três anos, disse a OCDE. Isso levará a uma maior turbulência.

William White, presidente do comitê de revisão econômica e desenvolvimento da OCDE, escreveu que:

“A política monetária global foi ‘ultraflexível’ durante muitos anos. No entanto, está se tornando claro que agora foi apanhada na armadilha da dívida de sua própria criação”.

“Simplesmente cruzar os dedos e rezar para que ‘nunca chegue a acontecer’ pareceria imprudente para dizer o mínimo.

“Continuar no atual caminho monetário é ineficaz e cada vez mais arriscado. Mas qualquer reversão também envolve grandes riscos. Segue-se que as probabilidades de explosão de outra crise continuem a se elevar”.

Mesmo alguns dos estrategistas do capital estão conscientes de que outra crise se avizinha. Mas não há saída. O que fizerem dará errado. Elevar as taxas de juros, como alguns estão fazendo, tornará o peso da dívida intolerável. As empresas que dependem do crédito barato afundarão. Isso poderia precipitar uma nova recessão.

“Essa necessidade de uma ação preparatória se amplia, visto que nosso alcance para reagir com políticas anticíclicas macroeconômicas agora está limitada”, continua White. “Essas políticas podem precipitar a desordem que desejamos evitar. Melhor, então, preparar-se para o pior, mesmo que esperemos o melhor” (Financial Times, 18/2/18).

Capital fictício

“A esperança é eterna no coração humano”, afirmou Shakespeare. Os capitalistas estão agarrados a falsas esperanças, pois não há como evitar as contradições do sistema capitalista. No entanto, parece-se mais com o fantasma de Banquo em “Macbeth”, sempre presente a persegui-los.

Tudo aponta para uma enorme recessão. Da mesma forma que antes do colapso de 1929 ou da recessão de 2008, estamos vendo um “mercado em alta”. Os mercados de hoje foram às nuvens e não correspondem à realidade econômica.

As semelhanças com as vésperas do crash de 1929 são inegáveis. Foto: domínio público.

Em termos da relação preço/lucro de Robert Shiller, ajustada ciclicamente, as valorizações da bolsa americana são tão altas quanto em 1929. “Isso devia ser uma preocupação, não uma vanglória”, escreveu Martin Wolf no Financial Times (30/1/18).

O mercado de ações se baseia em grande parte no capital fictício, que são valores não respaldados por riqueza real. É conduzido puramente pela especulação, como no passado. As Obrigações de Dívida Colateralizada (CDO) e outras “armas financeiras de destruição em massa” da crise anterior ressurgiram, desta vez embaladas com ainda mais explosivos.

As dívidas estão aumentando enquanto os salários reais estagnam ou caem. Os lucros corporativos estão saudáveis, mas os salários estão espremidos e a produção está achatada. Eles fizeram de tudo para extrair as últimas gotas de lucro do trabalho não pago da classe trabalhadora. O investimento na indústria está estagnado. No final, a “recuperação” durou nove anos e não tem muito mais tempo para continuar.

No fio da navalha

Qualquer coisa pode desencadear uma crise. E, quando chegar, será contagiosa. Será um evento mundial. A globalização simplesmente significará crise globalizada. Todos os valores fictícios criados na última década serão destruídos à medida em que entrarem em colapso os mercados de ações do mundo inteiro. Isso produzirá um choque decisivo na economia real à medida em que a produção cessar e o crédito secar.

Quando os EUA introduziram a Lei Smoot-Hawley em 1930, principalmente para proteger a agricultura americana, a recessão já estava em andamento. No entanto, as restrições impostas à agricultura tiveram resultados devastadores na Europa Central. Essas economias haviam se endividado pesadamente com os bancos franceses e britânicos. Quando elas se tornaram inadimplentes, isto provocou uma crise bancária que causou bancarrotas nos EUA.

Com as tarifas impostas por outros países, tudo ficou fora de controle. Os governos se engajaram em desvalorizações competitivas para manter sua fatia no mercado em declínio. A recessão produziu rivalidades por todos os lados. Foi isso que transformou uma recessão em um colapso no comércio mundial e na Grande Depressão.

O sistema está quebrado

Tudo isso reflete o impasse do sistema capitalista. A propriedade privada dos meios de produção, junto ao estado-nação, se tornou uma barreira enorme para o desenvolvimento econômico.

A última recessão de 2008 representou um ponto de virada fundamental. Assinalou o início de uma época de crise, turbulência e agitação. Introduziu a austeridade e ataques massivos contra a classe trabalhadora. Esse é o significado da crise capitalista. O sistema não pode mais permitir as reformas do passado. As contrarreformas estão na ordem do dia.

Isso resultou em uma reação violenta contra o capitalismo. Há crescente raiva e amargura na sociedade dirigida aos ricos e aos membros do establishment. Isso explica a enorme polarização dentro da sociedade. A velha ordem está desmoronando e os partidos capitalistas estão em crise.

Há raiva crescente na sociedade direcionada ao establishment. Foto: autoria própria.

Isso explica o apoio ao Partido Trabalhista e a Corbyn, que parecem oferecer uma alternativa. Marx explicou que a velha toupeira da revolução se esconderia sob o solo e eventualmente irromperia à superfície.

Uma nova recessão do capitalismo, e uma possível nova Depressão, terão efeitos devastadores, muito mais selvagens do que antes. Milhões de pessoas se politizarão à medida que procuram uma saída para a crise.

Todas as tentativas de consertar o sistema capitalista estarão condenadas. Não há nenhuma saída para a classe trabalhadora com base no capitalismo.

Somente uma economia socialista planificada, sob o controle democrático da classe trabalhadora, pode oferecer um caminho a seguir. Somente se abolirmos a motivação do lucro e a tirania da “economia de mercado” poderemos utilizar os talentos e os recursos da sociedade para o bem de todos.

As ameaças de Trump resumem a crise do sistema. Se realizar suas ameaças de impor grandes tarifas, então todas as apostas estão desfeitas. Como nos anos 1930, o sistema capitalista mergulhará em uma espiral descendente catastrófica. Somente a transformação socialista da sociedade pode salvar a humanidade de tal desastre.

Artigo originalmente publicado em 12 de março de 2018 no site In Defense of Marxism, da Corrente Marxista Internacional (CMI), sob o título ‘Trade wars are good’ – Trump threatens fragile world economy.

Tradução de Fabiano Leite