Greves já somam 12 categorias paradas em Mato Grosso

 

Trabalhadores do IBGE usam nariz de palhaço em manifestação na Av. do CPA em Cuiabá (Foto: João Oliveira). Cerca de 7500 trabalhadores reivindicam do governo federal reajuste salarial, carreiras e melhorias nos órgãos públicos.

Trabalhadores do IBGE usam nariz de palhaço em manifestação na Av. do CPA em Cuiabá (Foto: João Oliveira). Cerca de 7500 trabalhadores reivindicam do governo federal reajuste salarial, carreiras e melhorias nos órgãos públicos.

Doze órgãos federais estão em greve em Mato Grosso, envolvendo os setores de educação, agricultura e Justiça. São em torno de 7,5 mil servidores parados reivindicando, em geral, reajuste salarial, reestruturação da carreira e melhorias nos setores que atuam.

Os policiais rodoviários federais realizam amanhã manifestação, depois Assembleia Geral e devem se unir ao movimento nacional, que se intensifica com a proximidade da data limite para envio da Lei de Orçamentária Anual (LOA) do governo federal, 31 de agosto.

Um ato público foi realizado na manhã de ontem na praça Ulisses Guimarães, na avenida do CPA em Cuiabá-MT, reunindo servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Fundação Nacional do Índio (Funai), Ministério da Saúde (MS) e Polícia Rodoviária Federal (PRF). Junto com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Polícia Federal (PF) estes órgãos somam em torno de 1,1 mil servidores.

Hoje (10/08/2012) completam 86 dias de greve na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Os 1,2 mil professores da instituição foram os primeiros a iniciar o movimento. Em seguida os técnicos administrativos da UFMT (3,4 mil servidores) e os 1,6 mil professores e técnicos administrativos do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) deflagravam paralisação no dia 12 de junho.

Servidores da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Eletrobrás e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) acompanham o movimento.

A Instância federal da Justiça deflagrou greve há 2 dias e somente os serviços essenciais de mandado de segurança e decreto de liberdade e penhora de bens serão atendidos. Os processos ficam ainda mais lentos, como já se verifica devido à estrutura na Justiça Federal (JF), Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e Tribunal Regional do Trabalho (TRT).

Em geral, os servidores pedem 22% de aumento salarial que pode ter incluída a reivindicação de incorporação de perdas inflacionárias.

O policial rodoviário federal Átila Calonga explica que o último aumento dos agentes ocorreu em 2007, quando o governo implementou a recomposição, mas que perdeu o efeito com inflação até 2010, data limite para inserção escalonada do reajuste. Uma das reivindicações da época também apontava para a necessidade de abertura de concurso público.Por causa da falta de pessoal, o posto de Comodoro (644 quilômetros a Oeste da Capital) continua fechado.

O Presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Federais (Sindsepe) Roosevel Motta analisa que o governo federal está endurecido nas negociações e o descaso em investimentos nos órgãos prejudica o atendimento à população.

Apenas os professores das instituições federais de ensino estiveram em negociação no período com o Ministério do Planejamento. As demais categorias terão reuniões somente a partir da próxima semana.