Frente Nacional de Mobilização Povo Sem Medo

A Frente do Povo Sem Medo é uma nova iniciativa que se diferencia, pela esquerda, da Frente Brasil Popular. A Frente conta com a participação do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), CUT, CTB, Intersindical- CTB, UNE e UBES, e é apoiada por organizações políticas como o PCR, correntes do PSOL, a Esquerda Marxista, além de outros movimentos e entidades; a Frente terá seu lançamento nacional em 8 de outubro, em São Paulo.

Com a participação do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), CUT, CTB, Intersindical- CTB, UNE e UBES, e apoiada por organizações políticas como o PCR, correntes do PSOL, a Esquerda Marxista, além de outros movimentos e entidades; a Frente “Povo Sem Medo” terá seu lançamento nacional em 8 de outubro, em São Paulo.

Depois de junho de 2013 nada permanece como antes

Com a reforma política encaminhada pelo Congresso Nacional, caiu por terra a tese de setores reformistas da esquerda de que a luta central do momento era pela reforma política. A democracia falha e decadente que já temos tende a ficar ainda pior com as mudanças feitas pelos parlamentares que aí estão. Por outro lado, a defesa do governo fica cada vez mais insustentável também, pois além de Dilma seguir aprofundando os ataques à classe trabalhadora impiedosamente, a cortina de fumaça da ameaça de impeachment ou golpe foi bastante dissipada quando setores importantes da burguesia se posicionaram abertamente em defesa do governo, como O GLOBO, FIESP, FIRJAN etc.

Isso pressionou os setores mais à esquerda da Frente pelas Reformas, como o MTST, a colocar no centro a luta contra o Ajuste Fiscal (mesmo que ainda mencionem a luta pela reforma política). Já os setores atrelados ao governo, constituíram a Frente Brasil Popular, que coloca no centro a defesa do governo, disfarçada de “defesa da democracia”, e a bandeira da reforma política. Seu objetivo é sustentar Dilma e apoiar Lula em 2018 como candidato a presidente.

A Frente do Povo Sem Medo é uma nova iniciativa que se diferencia, pela esquerda, da Frente Brasil Popular. Mesmo que ainda se mantenham ali a CUT (dirigida pelo PT) e a UNE (dirigida pelo PCdoB) buscando permanentemente fazer a Frente Povo Sem Medo ficar mais parecida com a Frente Brasil Popular, o fato é que o lançamento da Frente “Povo Sem Medo” pretende convocar manifestações de rua, em novembro, contra o ajuste fiscal e as políticas econômicas do governo.

Seu Manifesto diz “… o Governo Federal – eleito em 2014 com um discurso de defesa de direitos – aplica uma política semelhante à que foi derrotada nas urnas. Aumento de juros, cortes de investimentos sociais e infraestrutura, privatização e ataques a direitos dos trabalhadores, ampliando a precarização e as demissões. A velha conhecida opção pela austeridade, a mesma que tem levado países da Europa a níveis de desemprego e de desigualdade social elevados”.

Contra o oportunismo da Frente Brasil Popular e o sectarismo das organizações que bradaram pelo fora Dilma, no dia 18 de setembro, nossa batalha continua pela realização da unidade das massas brasileiras na luta contra a política de austeridade e ataques contra direitos e conquistas do povo trabalhador. Este é o sentido do Manifesto por uma Frente da Esquerda Unida que a Esquerda Marxista apresentou em 2014.

Para que a Frente Povo Sem Medo possa jogar, de fato, um papel importante para enfrentar a atual situação da luta de classes no Brasil ela deve manter sua independência política frente a este governo. Não será possível conquistar a confiança da maioria das classes exploradas colocando-se em defesa do governo que as ataca permanentemente. A falência política do PT é prova disso. 

O Manifesto da Frente Nacional de Mobilização Povo Sem Medo conclui dizendo que “Esta Frente nasce em um momento de grandes embates e com a responsabilidade de fazer avançar caminhos populares para nossa encruzilhada. Sabemos que para isso será preciso independência política, firmeza de princípios, defesa de um programa de transformações e foco em amplas mobilizações. Nossos sonhos não cabem nas urnas. Nosso maior desafio é mudar a política nas ruas e com coragem e lutar”. 

A este manifesto e a esta frente de luta nos somamos. É neste combate que a Esquerda Marxista acredita que se forjará uma nova vanguarda na juventude e na classe trabalhadora capaz de mobilizar e organizar para derrotar a política do Capital. 

Nestes combates é que poderemos erguer uma verdadeira Assembleia Popular Constituinte e constituir um Governo dos Trabalhadores, que varra as atuais instituições desta podre democracia e estabeleça um novo poder e novas instituições, populares e revolucionárias.