Faroesley Caboclo

Parodiando a canção “Faroeste Caboclo” de Renato Russo, os humoristas Pedro Guadalupe e João Basílio encontraram uma forma lúdica de explicar muitas coisas, por exemplo, como os capitalistas controlam a chamada “democracia” burguesa no Brasil e na maior parte dos países ditos “democráticos”, como o BNDES serviu e serve como mais um instrumento de desvio de verbas públicas para os grandes capitalistas, entre outras coisas.

Como uma vez disse o escritor Honoré de Balzac: “Por trás de toda grande fortuna, há um crime.”, eu acrescentaria: “no mínimo”. A história da fortuna da família de Joesley é mais um exemplo de que o capital, além de ser erguido sobre a exploração de milhares de trabalhadores, é sustentado por uma série de crimes condenáveis pelas próprias leis burguesas.

Diante do ocorrido, bem explicado na paródia que pode ser conferida no vídeo abaixo, devemos reivindicar, assim como para a Odebrecht e outras empresas envolvidas em esquemas de corrupção, a estatização de todas as empresas do grupo JBS, sob controle dos trabalhadores! Afinal, mesmo do ponto de vista democrático burguês, está demonstrado que este império dos irmãos Joesley e Wesley, foi construído com dinheiro público, do povo brasileiro. Nada mais justo que, portanto, sua propriedade passe ao povo!

A paródia não dá conta de todos os elementos deste caso, óbvio, nem deveria ser o objetivo de uma paródia. Mas se há algo interessante de acrescentar que não está dito no vídeo, é que o acordo que os irmãos Batista conseguiram com o Departamento de Justiça dos EUA, que garantiu sua impunidade e a transferência da sede do grupo e seus negócios para os EUA, revela o interesse direto da burguesia imperialista dos EUA (ou pelo menos dos setores dela que controlam o Departamento de Justiça) em derrubar Temer, destruir a carreira política de Aécio Neves e muitos outros representantes políticos da burguesia, mas não necessariamente combater a corrupção, que poderá continuar sendo praticada por corruptores como Joesley e seu irmão. Isso confirma toda a análise que desenvolvemos desde 2014, sobre o caráter da Operação Lava-Jato, uma operação impulsionada pelo imperialismo, que tem como objetivo fazer uma faxina na política brasileira, para buscar recuperar a credibilidade das instituições do Estado burguês diante das massas que despertaram para as ruas em junho de 2013 no Brasil.