Evento contra condenação dos 23 ativistas debate como derrotar a repressão

No dia 24 de julho, no Rio de Janeiro, aconteceu um grande evento contra a condenação dos 23 ativistas que estavam nas manifestações de 2013. Estiveram presentes mais de 300 pessoas, dezenas de organizações políticas e centenas de apoiadores. O evento foi realizado no IFCS (Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ), local que abrigou o Fórum de Lutas Contra o Aumento da Passagem em 2013, durante as Jornadas de Junho. As representações incluíam também sindicatos, partidos, organizações de juventude, assim como mães de crianças vítimas da polícia e moradoras de favela.

Nas intervenções, vimos que o objetivo da luta não se restringe à absolvição dos 23, mas engloba a luta contra a escalada de autoritarismo do Estado, através do Judiciário, pelo direito de manifestação e contra a repressão. As liberdades democráticas de protesto político estão em risco no Brasil. No ato, ficaram evidentes bandeiras de luta como fim da polícia militar, pelo direito de manifestação, contra a intervenção federal no Rio de Janeiro por meios militares, contra as perseguições políticas e assassinatos no campo, aos movimentos camponeses, e na cidade a militantes políticos como Marielle Franco, entre muitas outras.

O evento encaminhou a convocação de um ato de rua para o dia 6 de agosto. Todas as organizações que lutam por liberdades democráticas e em defesa dos trabalhadores precisam se somar nessa manifestação. Mas é necessário levar essas discussões para dentro das universidades, escolas, e para dentro dos sindicatos, locais de trabalho e bairros. É necessário conseguirmos unir a luta dos 23 com a luta contra a intervenção no Rio de Janeiro.

Os próximos encontros precisam ter o caráter de plenárias de fato, democráticas, onde todos possam falar e propor. E é importante a construção desse comitê como uma frente aberta a todas as entidades e organizações políticas que lutam contra a criminalização, com caráter de frente única. Ou seja, precisa ter a preocupação de unir os trabalhadores como classe contra a burguesia e seu Estado. A luta contra a criminalização dos 23 ativistas se transforma assim no ponto de partida para uma luta muito maior. Essa sim pode garantir de fato a absolvição dos 23 e de muitos outros que sofrem e sofrerão perseguições todos os dias.

  • Para ler a nota política da Esquerda Marxista analisando a condenação dos 23, clique aqui.
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