Escola da CMI: Marxismo e Estado

Tivemos na Escola Mundial da Corrente Marxista Internacional (CMI) a apresentação do informe sobre Marxismo e Estado pela camarada Marie Frederiksen, da Dinamarca. 

Tivemos na Escola Mundial da Corrente Marxista Internacional (CMI) a apresentação do informe sobre Marxismo e Estado pela camarada Marie Frederiksen, da Dinamarca.

Logo no início foi apresentada a concepção marxista do Estado e o objetivo da tomada do poder pela classe operária, como meio de transição do estado burguês para o comunismo.

A camarada fez uma retomada histórica, desde as primeiras formas de sociedade, que viviam em uma espécie de comunismo primitivo, onde a terra e a produção eram comuns e a organização da sociedade era baseada em gens (clãs familiares). Passou pela questão do aumento da produção com o avanço da técnica e o surgimento do excedente, da propriedade privada, do comércio, da escravidão.

As guerras entre as tribos e o surgimento de duas classes antagônicas, os explorados (escravos) e os exploradores (senhores) fez emergir o Estado, utilizado como um instrumento de dominação de uma classe sobre a outra. Passando por diferentes formas ao longo da história humana, o papel fundamental do Estado seguiu inalterado.

O modo de produção capitalista fez surgir duas classes com interesses opostos: os possuidores dos meios de produção (burguesia) e os que vendem sua força de trabalho (proletariado). O Estado capitalista nada mais é do que o um corpo policial para fazer valer a força da minoria possuidora sobre a maioria trabalhadora, um instrumento da burguesia como forma de ampliar seu poder e a exploração sobre os trabalhadores.

No Manifesto do Partido Comunista, Marx e Engels afirmam que o proletariado é a única classe capaz de tomar o poder e transformar a sociedade na direção do socialismo. Em março de 1871 ocorre a Comuna de Paris. Os trabalhadores, pela primeira vez, tomaram o poder e instituem um novo regime.

Após a Comuna, ficou claro para os marxistas que o proletariado, ao chegar ao poder, deve destruir o estado burguês e suas instituições, criando um estado operário, com novas instituições e um novo método, a democracia operária.

A democracia burguesa tem servido como uma ilusão para conter o proletariado e manter os interesses dos capitalistas. Os marxistas participam das eleições burguesas para divulgar seu programa e fortalecer sua organização e intervenção.

Sobre a polêmica dos marxistas com os anarquistas a respeito do Estado, Marie afirma: “estamos de acordo com os anarquistas quanto ao objetivo: uma sociedade sem estado e sem classes. Porém, os anarquistas são contra qualquer tipo de autoridade” Os marxistas acreditam que para tomar o poder é necessário um partido e que, após a tomada do poder, é necessário manter um organismo de transição para que a maioria controle a minoria, até o momento que este organismo não será mais necessário, definhando-se o Estado.

Na Revolução Russa de 1917, emergiu um novo estado organizado na forma de conselhos populares, de trabalhadores e de soldados (os sovietes). Foi instituído um Estado Operário com uma economia planificada, a continuidade do processo revolucionário deveria ser o surgimento de uma nova geração de seres humanos, educados sob uma nova cultura e uma nova sociedade, acostumados a se organizar e a se associar livremente, organizando uma nova civilização sem a exploração de um homem pelo outro, sem subordinação, sem o uso da violência, sem a necessidade de um Estado. Este caminho, como sabemos, foi desviado pelo isolamento da revolução, a ascensão da burocracia estalinista, que desembocou na restauração do capitalismo na Rússia.

Nossa tarefa é ajudar a classe operária a retomar esse caminho, e seguir na luta pelo comunismo internacional.