Em São Bernardo do Campo: Por uma chapa pura do PT nas eleições de 2012!

 

Militantes da Esquerda Marxista de SBC
 
 
Mutirão de militantes construindo a sede do PT em SBC
                     
Mesmo com altos índices de aprovação e com uma oposição totalmente fragilizada, o governo do PT em São Bernardo do Campo insiste no argumento de que é necessária a coligação com partidos de direita. Tal argumento, no entanto, não se sustenta em fatos, estes demonstram exatamente o contrário. Mais do que nunca é a hora do PT construir na cidade onde nasceu um governo independente dos partidos de direita e das grandes empresas, apoiado e ao lado dos trabalhadores em sua luta, exatamente como o partido preconizava em sua fundação. Um passado que boa parte dos dirigentes ignora, mas que a militância não esqueceu. 
 

No último dia 10 de fevereiro, o PT de São Bernardo comemorou os 32 anos de sua fundação. A sede do PT-SBC, onde foram os festejos, é um dos principais símbolos da criação do partido, tendo sido o terreno e o material de construção comprados através da cotização entre militantes e a sede erguida também por militantes (Lula entre eles), trabalhando de forma voluntária. Foi também São Bernardo o palco das chamadas assembleias-monstro dos metalúrgicos do ABC, que reuniam cerca de 100 mil pessoas no Estádio da Vila Euclides, depois batizado de 1º de Maio, assembleias essas que logo se transformaram no centro de mobilização da luta dos trabalhadores contra o governo militar, subordinado ao imperialismo norte-americano. A luta também era contra toda sorte de pelegos que estavam no congresso e também em vários sindicatos.  Formados politicamente pelas lutas nas fábricas, muitos militantes sindicais, especialmente metalúrgicos, levaram essa prática para a periferia da cidade onde moravam, formando núcleos do PT e fundando associações de moradores, constituindo assim um amplo e combativo movimento popular que, por sua vez, formaria e elegeria os vereadores do partido na cidade.
 
Mesmo enfrentando o preconceito de famílias tradicionais e de parte da classe média, o PT conseguiu rivalizar com o PMDB, partido que desde o fim da década de 70 era hegemônico na cidade e que chegou ao governo em 1988. Em 1992, o prefeito entrou em rota de colisão com a direção do partido, levando a divisão da militância e à derrota nas eleições.  Nessa época o PSB surge na cidade, atraindo as lideranças “moderadas” do PT e assim aprofundando a divisão e a confusão na militância, o mesmo aconteceria em outras cidades do Estado de São Paulo, como Diadema, Campinas e a Capital. Porém, quaisquer ilusões sobre o PSB como um partido de esquerda se dissiparam na prática, procurando não ficar atrelado ao PT e nem ao PMDB, o governo estimulou a criação de outros partidos na cidade, especialmente partidos de direita, como o PSDB, PFL (atual DEM) e PPS, que logo se tornaram sua base de sustentação na câmara municipal.
 
Depois de 16 anos na oposição, o PT conseguiu voltar à prefeitura em 2008 com a eleição de Luiz Marinho (ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e da CUT) como prefeito da cidade. A tese de “governabilidade” que levou o PT a se coligar com 12 partidos não se sustentou na prática já que nenhum desses partidos elegeu sequer um vereador. No fim, os partidos coligados, que vieram antes, durante e após as eleições, juntaram-se na base aliada interessados em cargos e pelo dinheiro da prefeitura. Entre essas alianças absurdas destaca-se a aliança com o DEM, orquestrada por Gilberto Kassab, que depois foi estendida ao seu novo partido, o PSD.  O resultado disso foi que vários daqueles que apoiavam o sucateamento dos serviços públicos e as desocupações violentas na periferia riam da militância do PT que arduamente lutava contra isso. E hoje antigos inimigos do PT transitam pelo Paço Municipal com muito mais desenvoltura que os próprios militantes. 
  
Apesar do tratamento ruim dado ao funcionalismo público, as grandes obras (viárias e nas áreas de saúde e educação), bancadas em boa parte por recursos do governo federal petista (do qual Marinho fez parte como ministro do Trabalho e da Previdência) garantem altos índices de aprovação ao governo e abrem caminho para eleição de uma chapa-pura, ou seja, com prefeito e vice do PT, ideia essa que empolga boa parte da militância e até alguns de seus dirigentes.
 
Sempre na defesa da independência de classe dos trabalhadores frente aos partidos burgueses, a Esquerda Marxista se une aos militantes petistas de São Bernardo do Campo que querem ver o PT ser aquilo que nasceu pra ser: um Partido a serviço da luta dos trabalhadores por uma sociedade mais justa e igualitária, portanto, um partido que se alie ao movimento sindical e aos movimentos sociais, rompendo as alianças com o PSD, DEM e outros partidos de direita, atendendo as mais sentidas reivindicações populares e ao lado dos trabalhadores em sua luta.
 
Por um governo socialista dos trabalhadores!