Eleições 2012: O combate da Esquerda Marxista para construir uma corrente revolucionária de massas

As eleições municipais de 7 de outubro expressam apenas de maneira distorcida uma faceta da luta de classes que é travada diariamente nas fábricas, no campo e nas ruas. Após as eleições, a Esquerda Marxista prosseguirá ombro a ombro com os trabalhadores e jovens na luta por suas reivindicações e uma sociedade socialista!

Um fantasma assombra o mundo capitalista. É o fantasma da revolução!

Provocado pelo aprofundamento da crise econômica mundial, o acirramento da luta de classes traz à tona, um dia após o outro, a atualidade e justeza do conjunto de teorias de Marx e Engels, desenvolvidas por Lênin e Trotsky à luz da experiência da Revolução Russa de 1917.

Grécia, Portugal e Espanha são sacudidas por manifestações e greves massivas contra os cortes e contra o sistema capitalista. O crescimento da popularidade do Syriza, na Grécia, Front de Gauche, na França, Esquerda Unida, na Espanha, apesar das debilidades e limitações de seus programas e, por outro lado, o crescimento do neo-nazista “Alvorecer Dourado” na Grécia, também demonstram o acirramento da luta de classes e apontam que a única saída para a humanidade é através da vitória da classe trabalhadora. Nenhuma política de conciliação de classes poderá abrir caminho para resolver os problemas econômicos, políticos e sociais que o mundo enfrenta.

Na Venezuela, o próximo domingo deve conferir vitória eleitoral a Hugo Chávez, que irá ao terceiro mandato de presidente submetido a uma questão crucial: Ou toma medidas de aprofundamento da revolução, rompendo com o capital, nacionalizando a economia e permitindo sua planificação sob controle democrático dos trabalhadores; ou, mais cedo ou mais tarde, necessitará se apoiar cada vez mais na burguesia e atacar a classe operária para se manter no poder. Não há meio termo. Ali, construindo a Corrente Marxista Internacional, apoiamos a reeleição de Chávez contra o candidato do imperialismo, mas exigimos que rompa com o capital.

No Brasil, as eleições municipais que ocorrem no próximo domingo (07/10), expressam apenas de maneira distorcida uma faceta da luta de classes que é travada diariamente nas fábricas, no campo e nas ruas. A luta de classes no Brasil atravessa um momento de impasse perigoso. A política de conciliação de classes levada à cabo pela direção do movimento operário brasileiro (a saber: direção do PT e da CUT, com Lula à frente) deixa os trabalhadores desarmados diante da burguesia e enfraquece a organização dos trabalhadores na véspera da chegada da crise com mais força ao país.

Lula com Maluf e todas as outras alianças com os burgueses foram um claro recado dado aos trabalhadores: “Nós, direção do poderoso movimento operário brasileiro, que conseguimos construir um partido operário de massas e uma central sindical em todo o país, conseguimos chegar à presidência da república e administrar as principais cidades do país, não vamos nos enfrentar com a burguesia e o imperialismo. Queremos governar com eles e para eles. Esse é o caminho que queremos seguir.” Mas, o povo não engoliu.

E isso se reflete nas pesquisas eleitorais, que têm demonstrado um cenário difícil para os candidatos petistas. Entretanto, a classe trabalhadora quer combater a classe dos patrões e, apesar da política vergonhosa da direção do PT, não vê alternativa. Pequenos partidos sem enraizamento e capilaridade na classe operária, como PSOL, PSTU e PCO são simplesmente ignorados pela classe trabalhadora. Em São Paulo, por exemplo, trabalhadores de consciência mais atrasada, ilusoriamente veem no candidato Russomanno (que ficou famoso por apresentar na TV um programa de defesa do consumidor) uma alternativa mais viável para enfrentar a burguesia, do que esses pequenos partidos da esquerda.

O fato é que, apesar das alianças com a burguesia organizadas pela cúpula do PT, a classe operária organizada segue tentando usar o PT como instrumento para sua luta, inclusive para barrar os candidatos burgueses no plano eleitoral. Por sua vez, a burguesia se utiliza de diversas táticas: Um setor se apresenta como representante integral de classe, com o programa burguês completo através de suas candidaturas. Outro setor se coliga ao PT, buscando usar da popularidade de Lula para garantir seu lugar ao sol, ao mesmo tempo em que enfraquece o partido dos trabalhadores. E todos eles juntos, atacam politicamente a classe trabalhadora, através da condenação pública de dirigentes petistas no fraudulento julgamento do “Mensalão”. Por outro lado, as seitas de esquerda que comemoram a condenação dos dirigentes do PT na justiça burguesa, não compreendem que serão os próximos a sofrer com a sanha de criminalização e repressão contra a classe trabalhadora e os movimentos sociais.

Neste contexto, os marxistas combatem pela vitória eleitoral das candidaturas próprias do PT a prefeito, para que a classe trabalhadora não se sinta derrotada e enfraquecida, e para que faça a experiência até o fim com os dirigentes conciliadores e reformistas nos quais ainda guarda ilusão.

Onde conseguimos lançar candidatos marxistas, já nos consideramos vitoriosos. Nossa linha de frente única e exigência da ruptura com a burguesia para o atendimento das reivindicações durante a campanha eleitoral tem aberto diálogo com setores muito mais amplos do que tínhamos antes, e tem nos permitido levar a discussão do marxismo para muitos trabalhadores e jovens.

Nesta última semana de campanha eleitoral, colocamos todas as nossas forças e combatemos por cada voto dos trabalhadores nos candidatos do PT a prefeito e nos candidatos marxistas a vereador. Mas temos claro que, independente do resultado eleitoral, a luta de classes continua depois de 7 de outubro. E, fortalecidos pelo atual combate, prosseguiremos ombro a ombro com os trabalhadores e jovens na luta por suas reivindicações e uma sociedade socialista!