ELEIÇÃO EM PERNAMBUCO: O DESASTRE DO PT

O PT de Pernambuco sofreu uma das mais duras derroptas da história do partido. Perdeu todos os deputados federais e só fez três estaduais. Foi o resultado de anos de colaboraçção de classes, esmagamento da democracia interna, intervenções violentas, etc. O PT de PE é o PT do Brasil amanhã, se continuar assim.

No último dia 5/10/14 ocorreram as eleições gerais no Brasil. Agora estamos a caminho de um segundo turno onde o embate será duro entre Dilma e Aécio. Este ano os eleitores votaram cinco vezes, ou seja, foram cinco pleitos. Em todo país o processo transcorreu, segundo a própria imprensa burguesa, numa paz celestial absoluta.

As pessoas não esboçaram o mínimo interesse neste ato “cívico” cantado em verso e prosa pela burguesia. Vejamos os números apresentados pelo TRE-PE:

Governador: Armando Monteiro Candidato da aliança com o (PT)—1.373. 237—(31.07%) Paulo Camará candidato do (PSB)—3. OO9. 087—(68.08%)

Senador: João Paulo—(PT)—1.436. 692—(34.80%) Fernando Bezerra—(PSB)—2. 655.912—(64.34%)

Votos Nulos: 503. 880 (9.50%) Brancos: 380. 464 (7.17%) Abstenção: 1. 049. 479 (16.52%).

No estado do Pernambuco, a opção que a direção do PT fez nessa eleição foi a de apoiar o empresário Armando Monteiro, ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria, abrindo mão da candidatura própria, com o falso argumento de fortalecer o palanque da Dilma. Para tanto aceitou o programa rebaixado de governo e as diretrizes do sinhozinho da casa grande em nome do apoio à manutenção do “Projeto” propagandeado pelos dirigentes do partido, o qual enterrou o partido.

Só que os trabalhadores, há tempo, estão observando as movimentações que a direção da PT vem fazendo em escala nacional e muitos já enxergam que essa política de aproximação com setores da burguesia, Collor, Sarney, Maluf, Renan Calheiros, Armando Monteiro, apenas prejudicou a classe, e condenam estas relações com os seus inimigos de classe.

O PT levou uma surra desmoralizante, tanto para governo como para o senado, e ainda mais não elegeu ninguém para novos mandatos e não reelegeu os que já eram Deputados Federais. Foi destroçado sem piedade.

Se não bastassem os resultados nas candidaturas para Federal, a bancada estadual também teve sua baixa. No inicio da legislatura eram seis Deputados, mas com a crise instalada no partido em 2012, frente à eleição municipal, dois parlamentares se foram, e agora um não conseguiu se reeleger, ficando apenas com três parlamentares.  E para agravar, Dilma perdeu para Marina no estado.

Enquanto isso o PSB elegeu dezoito Deputados Federais de um total de vinte e cinco que o estado tinha direito. Na bancada estadual, dos quarenta e nove, elegeu vinte e cinco.

Este é o resultado de uma política de colaboração de classe, apesar de estar claro que não há como salvar o capitalismo e que não existe remédio para humanizar o capital.

A luta dos trabalhadores é por um mundo justo e igualitário, onde não exista mais explorador e explorado, por isso quando em junho de 2013, centenas de milhares de pessoas foram às ruas, esperavam que o governo do PT atendesse suas reivindicações, mas a resposta foi a tal da Reforma Política, ou seja, uma tentativa de maquiar o sistema. Pensam que os trabalhadores e a juventude vão se deixar levar por essas promessas vazias.

A juventude e o povo querem saber mesmo é de: Transporte, Saúde, Educação Público e Gratuito para todos, e contra a repressão e vão aprendendo que só com a derrocada do capitalismo e a construção do socialismo é que poderemos de fato dar um basta nesta situação.

O desespero tomou conta de todos dirigentes do partido, apreensivos com o segundo turno. É verdade, e tem razão depois de tanta lambança que fizeram, não vai ser fácil convencer os trabalhadores que o PT tem um projeto que atenda o interesse da classe. É vergonhoso que depois de doze anos de governos do PT não se tenha avançado no atendimento da pauta dos trabalhadores. Não foi derrubado o fator previdenciário, não veio a redução da jornada de trabalho sem redução de salários, não veio a reforma agrária, mas veio mais e mais privatização.

 

De uma vez por todas, o que a direção do PT tem que entender, é que para o povo trabalhador desse país, não basta governar para melhorar para os capitalistas. O que eles esperam é o atendimento de suas sonhadas reivindicações o que é impossível de se realizar governando de mãos dadas com a burguesia desse país.

Nesse momento de incertezas, no segundo turno das eleições levaremos nas urnas o combate pela derrota de Aécio e do PSDB, nas ruas e nas mobilizações lutaremos pelas reivindicações e pelo socialismo.