Durigan, reitor da UNESP, recusa o diálogo com estudantes, funcionários e professores da FFC-Marilia

Na manhã do dia 13 de outubro, foi inaugurado em Marília, o prédio do Centro de Estudos da Educação e da Saúde (CEES). O prédio é um verdadeiro elefante branco, pois apresenta uma série de problemas estruturais: macas não passam em portas de salas internas, falta acessibilidade, máquinas usadas nos atendimentos não cabem dentro das salas. 

Na manhã do dia 13 de outubro, foi inaugurado em Marília, o prédio do Centro de Estudos da Educação e da Saúde (CEES), local onde os cursos de Fonoaudiologia, Fisioterapia e Terapia Ocupacional poderão atender a população. 

O Reitor da UNESP, Júlio Cezar Durigan esteve presente na inauguração e foi recebido com vaias e protestos realizados pelos três seguimentos da universidade. Isso se deve ao fato do prédio do CEES, no qual foram investidos 7 milhões de reais e construído pela terceirizada Mileto Construtora, não poderá funcionar. O prédio é um verdadeiro elefante branco, pois apresenta uma série de problemas estruturais: macas não passam em portas de salas internas, falta acessibilidade, máquinas usadas nos atendimentos não cabem dentro das salas. O prédio está totalmente fora dos padrões técnicos e terá que passar por reforma antes mesmo de sua verdadeira inauguração.  

Os funcionários terceirizados da limpeza serão sobrecarregados devido ao corte no quadro realizado pela empresa, corte que é de responsabilidade da direção da UNESP de Marília, pois foi conivente.

A empresa Mileto Construtora é uma terceirizada que têm ganhado licitações para atuar na UNESP, e suas obras sempre apresentam problemas, um exemplo foi a inauguração do novo bloco de sala de aula, onde após a primeira chuva o forro desabou. Mas o interessante  é que apesar de tantos problemas causados por tal terceirizada, esta mesma ganha licitação após licitação.

Para o período da tarde estava marcada uma conversa do reitor com os três seguimentos da universidade, onde o mesmo prometeu que ouviria as reivindicações, mas como o Durigan está costumado a fazer, virou as costas e “sem explicação” foi embora, recusando-se ao diálogo.

Senhor reitor não nos acuse de intransigentes e indialogáveis, quem joga este papel é o senhor, que se recusa a sentar em mesas de negociações, abre sindicância contra professores, funcionários e alunos e expulsa-os, não cumpre os acordos com os seguimentos e dá “chá de cadeira”  como o ocorrido.

No campus de Marília os estudantes residentes da moradia estudantil há mais de um ano ocuparam salas de aula da universidade devido a superlotação das casas da moradia, são 130 estudantes que dividem 95 vagas. O conjunto dos estudantes esteve presente para reivindicar as conquistas da greve estudantil de 2013, que até agora não foram cumpridas. As pautas tangem à permanência estudantil: construção de três novos blocos de moradia, reforma das casas da moradia, ampliação do restaurante universitário (que hoje conta com 300 almoços para 3 mil estudantes e há quase um ano está fechado para o jantar),  aumento do número de bolsas que visam a permanência e aumento da verba que pertence a permanência estudantil. 

A Associação dos Docentes Unesp (ADUNESP) se organizou para reivindicar a contratação no quadro de professores em Regime de Dedicação Integral à Docência e a Pesquisa (RDIDP) que está em déficit. Hoje a UNESP opta pela contração de eventuais para pagar baixos salários e não haver vínculo trabalhista. A ADUNESP pautou o descongelamento do plano de carreira, pela paridade nos órgãos colegiados da universidade, abertura das contas, colocando no centro a palavra de ordem:  “Os trabalhadores da UNESP não vão pagar pela crise!”, pois há algum tempo a UNESP enfrenta uma crise financeira.

Todos estes problemas são resultados de uma universidade precarizada que cada vez mais abre espaço para que a iniciativa privada deite e role sobre o dinheiro público, e cada vez mais cerceando o acesso do povo à universidade pública. Eles são resultados de um projeto encabeçado pelo Governador Geraldo Alckmin, que têm como objetivo o fechamento de escolas, destruição do ensino público e encarceramento em massa da juventude. As políticas de permanência não são aplicadas com eficiência, pois faz parte deste projeto de governo a exclusão de pobres e filhos de trabalhadores da universidade pública, elitizando cada vez mais o ensino superior público, que ano após ano com o vestibular varre para lata do lixo o sonho de dezenas de milhares de jovens que querem ter acesso ao ensino superior público. E aqueles que conseguem passar por este filtro, muitas vezes nem realizam matrícula ou realizam e logo tem que desistir, pois não há permanência estudantil para garantir que tal aluno conclua a sua graduação. 

Nossa luta é contra o sucateamento! Público, Gratuito e Para Todos: Transporte, Saúde, Educação! Abaixo a Repressão!

Os trabalhadores da UNESP não vão pagar pela crise!

Somente com a unidade poderemos vencer!