Direção do Sindicato é presa na Grande Florianópolis

*Tiago Duarte do Nascimento

 

 
No dia 14/03 o SINTRAM (Sindicato dos Trabalhadores Municipais de São José), realizou uma assembleia para avaliar a data base e encaminhar os próximos passos da campanha. Após a direção do sindicato expor que a Prefeitura não apresentou nenhuma contraproposta, a categoria avaliou que o único encaminhamento era a Greve Geral dos Trabalhadores a partir do dia 21 de março, no sentido de forçar que o prefeito receba os trabalhadores e atenda as reivindicações da categoria.

 

 

 

Após sair em passeata até a prefeitura, a Polícia Militar fechou o carro do sindicato no qual estavam as caixas de som e mandou o motorista estacionar. O policial pediu ao condutor do veiculo a habilitação e reteve o documento, não o devolvendo mesmo após pegar os dados e apreendeu o veículo. Quando um dos diretores do SINTRAM entrou no carro, o policial militar sacou a arma e ordenou que o dirigente saísse e avisou que se ele não saísse iria atirar nas rodas do veiculo. Depois de alguns minutos chegam mais três carros da Policia Militar para reforçar a segurança e mais dois policiais militares sem uniformes, filmando e fotografando os dirigentes e trabalhadores de base que ali estavam. Mesmo assim os trabalhadores seguiram em passeata até Prefeitura para dar seu recado ao prefeito.
Após guinchar o carro do sindicato os mesmos policiais se deslocaram e seguiram até a frente da prefeitura onde estavam os trabalhadores e de maneira truculenta prenderam três dirigentes do SINTRAM e os levaram onde se encontrava o carro do sindicato apreendido, no Batalhão da Polícia Militar. Quando os três diretores do sindicato já estavam algemados e dentro do carro da Policia, um dos policiais abriu a porta do carro e deu um tapa no rosto de um dos companheiros diretores.
Ao chegar no batalhão de policia os três diretores e a advogada que se encontrava no local são levados a uma pequena sala onde os policiais começam a agredi-los verbalmente, procurando documentos dentro da bolsa da Presidente do sindicato, sem nenhum tipo de autorização. Após a advogada ligar para OAB e denunciar que estava detida num batalhão da Policia Militar, o Comande do Batalhão ordena que os policiais saíssem do local e levassem todos para a delegacia de policia.
Ao chegar na delegacia de policia os investigadores falaram que deveriam ir para outra delegacia, pois não poderiam fazer os boletins de ocorrência. Todos seguiram para outra delegacia próxima, ao chegarem o delegado argumentou que não poderia lavrar os altos porque os fatos não ocorreram em sua jurisdição, então todos voltaram para delegacia anterior. Na central de policia, a delegada começa a ouvir inicialmente os policiais, sendo que, o policial militar que sacou a arma em meio ao ato, denunciou um diretor por tentativa de homicídio e os outros dois diretores por desacato, bem como, a advogada por injuria. Após ouvir a Policia Militar a delegada chamou os companheiros que haviam sido detidos. .Assim que foram registrados os depoimentos os diretores foram liberados. A delegada não acatou a acusação de tentativa de homicídio.
Toda essa truculência e violência da Policia Militar não foi meramente um acaso, mostra a faceta repressora do Poder Executivo do município de São José assim como o reflexo da criminalização dos movimentos sociais e sindicais, pois além de não negociar com os trabalhadores do serviço público municipal, o executivo manda a Policia reprimir para tentar acabar com a manifestação dos servidores.
O que o prefeito e a repressão não calcularam é que com isso a mobilização se fortaleceu, aumentando a sua organização e dando mais disposição de luta aos diretores que seguem firmes na luta.
Todo apoio e solidariedade aos diretores do SINTRAM!!!
*Tiago é Diretor da Federação dos Trabalhadores Municipais de Santa Catarina