CRÔNICA DE UMA GRANDE MENTIRA: A COPA DO MUNDO

O meu vizinho acorda cedo olha para o mar e começa a trabalhar. Faz pequenos serviços de carpintaria e conserta pranchas de surf. Ganha alguns trocados para sobreviver. Está desempregado. Sua mulher é professora e dentro de poucos dias vai estar desempregada.

E agora, José?

A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Carlos Drummond de Andrade

O meu vizinho acorda cedo olha para o mar e começa a trabalhar. Faz pequenos serviços de carpintaria e conserta pranchas de surf. Ganha alguns trocados para sobreviver. Está desempregado. Foi obrigado a fechar sua pequena corretora de imóveis porque não aguentou a concorrência com os especuladores capitalistas tipo MRV que se alimentam de dinheiro fácil vindo do BNDES e do governo. Sua mulher é professora para crianças do primeiro grau na rede municipal de Rio das Ostras (RJ), cuja prefeitura recebe uma gorda fatia dos royalties do petróleo. Dentro de poucos dias vai estar desempregada. Seu contrato de trabalho precário acabou. Assim como 80% dos professores da rede municipal de ensino do município vão estar desempregados. Todos em regime de trabalho precário. Isto porque num dos municípios que mais recebe royalties do petroleo, os burocratas da Prefeitura, amigos de empreiteiros e capitalistas, resolveram “economizar” na educação pública gratuita e implantaram contratos de seis meses com os professores para um ano letivo que é de doze meses. Resultado: não vai ter aula no segundo semestre. A população que se dane.

O meu vizinho está revoltado. O banco está cobrando as prestações atrasadas da casa que comprou em frente ao mar, lugar que ele sonhou em que um dia viveria feliz. Mas o capitalismo está mostrando a verdadeira face para os que estão sendo expulsos do mercado de trabalho. Está na miséria e devendo para todo mundo. Disse que não vai votar em ninguém nas próximas eleições e tomou uma atitude. Decorou a fachada da casa com centenas de bandeirinhas verde amarelo e vai torcer para que o Brasil ganhe a Copa do Mundo.

Vou ao banco na capital do petroleo, Macaé (RJ). Está fechado. Todos os bancos no Estado do Rio de Janeiro estão fechados há dois meses. Os vigilantes estão em greve. Greve com adesão de 100% da categoria. Querem reajuste salarial de 10% e mais um conjunto de reivindicações. Os patrões não cedem e os vigilantes não arredam o pé. A greve continua decide a assembleia massiva dos vigilantes, realizada na Candelária, centro do Rio. A FIFA, coordenadora da Copa Mundo, precisa dos vigilantes. A FIFA quer montar seu próprio exército, dentro do território nacional, durante os eventos da Copa para fazer a segurança. A empresa de segurança que venceu a licitação para os serviços de segurança da Copa não consegue contratar os vigilantes. Estão em greve e ninguém chega a acordo algum.

A população brasileira na sua maioria está se lixando para os jornais. Mas, a mídia televisiva ela vê e escuta. Tentando criar uma euforia fascista verde amarelo, como nos tempos da ditadura militar, a publicidade dos patrocinadores da Copa do Mundo grita: “Agora somos um só”. Um video clipe brega com um rapper que pessoalmente desconheço e com o rebolado da clone loura de Ivete Sangalo e de uma cantora-atriz hispanoamericana cujo único talento é ter uma bunda grande, não colam como a música oficial da Copa. Porque não somos um só. E  tampouco somos idiotas.

A maioria dos brasileiros vai torcer para que o Brasil ganhe a Copa. É natural. Dizem que o Brasil é o país do futebol. Mas, não somos todos um só. Para desagrado da mídia burguesa que quer vender a imagem totalitária que somos um só, a dissidência é a pior coisa que pode acontecer. A verdade é que milhares, centenas de milhares de brasileiros estão dando um basta nesta situação de intensa expoloração da força de trabalho assalariada para enriquecimento de uma minoria de capitalistas. Centenas de milhares de brasleiros estão cheios de andar como sardinhas em lata e pagando caro pelo transporte. Estão cheios da precariedade dos serviços públicos de transporte, saúde e educação, que estão cada vez mais privatizados e caros. Estão cheios de ver seus baixos salários serem corroídos por uma inflação real que está muito adiante dos índices admitidos pelo governo. Este é o legado de 13 de junho de 2013, o ponto de partida das grandes manifestações de massa pelo atendimento das reivindicações e que deu uma virada na situação política. Esta é a dissidência de que o pensamento totalitário tem medo. Ela se chama luta de classes.

As leis da história são mais fortes que os aparatos de dominação. A luta de classes se exacerba. Não tem jeito. O capitalismo é um regime social de exploração em decadência onde a apropriação privada dos meios de produção entravam o desenvolvimento das forças produtivas em escala mundial. O tsunami da crise orgânica do capitalismo que explodiu em 2008 nos países mais avançados do capitalismo está chegando aqui. Em 2007, a euforia com o suposto crescimento econômico levou o Brasil a sediar a Copa do Mundo em 2014. Mas, agora por conta da crise que atingiu em cheio a Europa e os Estados Unidos, o crescimento do PIB e da economia foi para índices minguados.

No Brasil, a maioria do povo brasileiro elegeu um governo de um partido que representava os trabalhadores, assistiu a este partido se coligar com os grandes capitalistas e a retomar a mesma política dos governos burgueses que o precederam, ou seja, uma política econômica que favorece os grandes monopólios capitalistas privados em detrimento das transformações sociais e políticas que o povo brasileiro tanto necessita. Mas, os governos Lula-Dilma abriram mão de uma política de desenvolvimento industrial, baseada na força de classe trabalhadora e atendendo as suas reivindicações – o que só poderia ser feito por métodos anticapitalistas – para se transformar em uma grande fazenda de exportação agro-mineral para os países capitalistas avançados e para a China.  Agora a hierarqauia do sistema capitalista mundial está cobrando o seu preço. O que se mostrava ser uma economia “emergente” como os apologistas gostam de falar virou um gigante frágil e vulnerável às oscilações do mercado mundial. A crise chegou e é por isso que não somos um só.

As greves acontecem. Os trabalhadores aprenderam com as manifestações de junho de 2013. Começam as greves de massas. Greves que mobilizam e passam por cima dos dirigentes sindicais burocráticos e pelegos. Greves que não aceitam a intimidação da justiça a serviço dos capitalistas e que quer criminalizar os movimentos contrariando o direito de greve previsto na Constituição brasileira. Greves que não recuam. Querem o atendimento de suas revindicações. Os bancários, os garis no Rio de Janeiro professores do Rio e São Paulo, servidores públicos em Santa Catarina, metroviários em São Paulo que foram reprimidos com violência pela Polícia Militar, enfim a classe trabalhadora está indo a luta. Não somos um só. Burgueses e proletários tem interesses antagônicos. Se o proletariado, que é a esmagadora maioria da população brasileira, quiser viver, o capitalismo tem que morrer. É por isso que não somos um só.

Agora está começando a Copa do Mundo de 2014, a chamada “Copa das Copas”. A grande mentira está começando. Os gastos com a Copa, para só ficarmos na Copa e não falar ainda dos gastos com os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio. A mídia burguesa, especialmente a televisiva, não quer falar muito disso e prefere atacar a Petrobrás, se utilizando do pretexto de um negócio sujo e mal feito em Pasadena, nos Estados Unidos, com o objetivo de destruir a Petrobrás para entrega-la aos grandes monopólios privados do petróleo. Mas, aos poucos estamos conhecendo a verdade: os gastos com a Copa das Copas já custou 30 bilhões de reais com as obras e este valor deve subir ainda mais.  E a turma que vinha criticando os gastos com a Copa nas redes sociais estava calculando os gastos em 11 bilhões de reais. Na verdade foi três vezes maior.

Por ocasião das manifestações de junho-julho do ano passado, a presidente Dilma Roussef declarou em rede nacional de televisão, tentando responder às críticas sobre os gastos com a Copa e a precariedade dos serviços públicos, que seria uma “irresponsabilidade” por parte do governo usar verbas públicas para essas obras e que elas seriam financiadas por um “fundo” gerenciado pela FIFA totalmente baseado em investimentos privados. Agora, às vésperas da Copa, o governo divulga os números dos gastos em obras e infraestrutura para o evento mundial:

O governo brasileiro deu números do investimento feito na Copa do Mundo de 2014, que começa dentro de 30 dias. Segundo o blanço oficial, foram 25,6 bilhões de reais gastos em obras para o torneio, entre obras de estádios e infra-estrutura. Deste valor, 83,6% saíram dos cofres públicos, sendo que apenas 4,2 bilhões de reais são da iniciativa privada.

A maior parte dos gastos foi feita para o transporte e aeroportos. Somadas, as obras de vias e transporte público e dos aeroportos dá 60,1% dos investimentos. São 33,6% (ou 8,6 bilhões de reais) com transporte terrestre e 26,5% (6,8 bilhões de reais) com o transporte aéreo. Os portos ainda somaram 2,6% do total dos investimentos, enquanto a infraestrutura das telecomunicações receberam 1,4% dos investimentos. Estes foram os gastos que ficarão como legado após o torneio.

O segundo maior gasto foi com os estádios. 27,7% dos 25,6 milhões de reais foram investidos nas reformas e construção dos 12 estádios do Mundial, totalizando 7,09 bilhões de reais. Outros 7,3% foram utilizados para segurança pública, enquanto o turismo recebeu 0,8%.

Ainda segundo os dados oficiais do governo brasileiro, as obras da Copa do Mundo geraram um total de 3,6 milhões de empregos diretos” (a fonte é do próprio governo federal).

 

Agora vejo a Dilma reclamar. Dos 12 estádios arenas em construção apenas 4 ficaram prontos. O estádio Mané Garrincha de Brasília está sob suspeita de corrupção e superfaturamento.  Leio na internet:

“Em um encontro com jornalista, na última terça-feira, em Brasília, Dilma recordou que em 2007, quando o Brasil ganhou a eleição para ser sede da Copa-2014, foi a Fifa quem garantiu que os estádios teriam financiamientos privados. Mas depois, o poder executivo brasileiro constatou que tais verbas não dariam ‘nem para metade’, nas palavras da Chefe de Estado.

O Governo teve que cobrir a falta de investimentos privados com verbas públicas. Mas a presidenta fez questão de deixar claro que grande parte deste dinheiro foi usado, também, nas áreas de modernização dos aeroportos e nas obras que envolviam projetos de mobilidade urbana.

Com quatro estádio, dos 12, ainda por terminar, Dilma aproveitou para afirmar que algumas destas obras não estarão prontas até o início da Copa do Mundo. As próprias Arenas podem entrar na lista de ’em conclusão’ da presidenta”.

O governo Dilma já era refém dos capitalistas e agora vejo a presidente da República admitir que é refém da FIFA. Porque na verdade esse era o acordo. Verbas públicas para garantir o lucro privado com a Copa do Mundo. Essa foi a grande mentira dita ao povo brasileiro.

Os apologistas deste tipo de absurdo dizem que os custos das obras da Copa equivalem a um mês dos gastos do governo federal com educação. Ora, é uma bagatela, dizem. Outra mentira. Mas, 30 bilhões de reais não são uma bagatela em um país que diz que é a “sexta economia do mundo”, mas que ocupa o 85º lugar entre 187 países no Índice de Desenvolvimento Humano, de acordo com a ONU, ao lado dos países mais pobres da África.

Faço minhas contas. Os 30 bilhões de reais gastos com a Copa poderiam custear cerca de 13%, como uma média,  do déficit existente em termos de habitação, transporte, saúde, educação e saneamento básico. É uma  estimativa média baseada em muitos calculos do que poderia ser feito com as verbas públicas destinadas para a Copa.

Não resolve todo o problema de um país onde a população trabalhadora paga impostos padrão Holanda e recebe serviços públicos padrão Uganda. Mas, 30 bilhões fazem a diferença quando vejo uma foto de um filho segurando o pai gravemente doente no colo esperando na fila de atendimento do SUS.

Mas, 30 bilhões fazem a diferença quando vejo que as universidades públicas e gratuitas foram elitizadas.

Mas, 30 bilhões fazem a diferença quando vejo o transporte público privatizado, caro e com as pessoas sendo transportadas de uma forma pior que o gado.

Os 30 bilhões fazem diderença quando leio a informação que 250 mil famílias foram expulsas de suas casas para ceder lugar para as obras da Copa. Enquanto tiver uma criança pedindo esmola no sinal do trânsito é um crime contra o povo brasileiro gastar todo esse dinheiro em estádios e reforma de aeroporto. É por isso que não somos um só.

É por isso que é necessário outra política. Outra política onde o partido que lidera o governo federal, o Partido dos Trabalhadores rompa com os partidos burgueses e expulse os capitalistas do poder. Outra política que deixe de conversa fiada sobre “reforma política” e passe a atender as reivindicações dos trabalhadores. Outra política que pare com a repressão e a criminalização do moviento operário e popular e faça investimentos em transporte, saúde e educação, público e gratuito para todos.

Mas, os arautos da grande mentira da Copa do Mundo estão eufóricos. O blog de apoio ao ex-presidente Lula diz:

Mais do que um campeonato internacional, a Copa do Mundo de 2014 irá mudar a cara do Brasil nos próximos anos. E não apenas das 12 cidades-sede. O mundial deve injetar R$ 142 bilhões na economia brasileira de 2010 a 2014, segundo o estudo Brasil Sustentável – impactos sócio-econômicos da Copa do Mundo de 2014, realizado pela consultoria Ernst & Young em parceria com a Fundação Getúlio Vargas. A avalanche de recursos irá criar 3,63 milhões de empregos, além de adicionar R$ 63,48 bilhões à renda da população”.

Mas, a verdade não é essa. Até mesmo a mídia burguesa que está otimista com o grande movimento de negócios que a Copa vai gerar mostra dados preocupantes. Leio no Estadão:

“A Copa do Mundo de 2014 ameaça deixar um outro legado ao Brasil: dívidas. Pessoas familiarizadas com a dimensão financeira do Mundial admitiram ao Estado que estão surpresas com a explosão nos custos de obras para estádios e outros itens da preparação e alertam que algumas arenas levarão até 2030 para quitar suas dívidas.

Fontes em Zurique calculam que sediar a Copa custaria ao País mais de R$ 23 bilhões, incluindo obras nos aeroportos e de mobilidade urbana. “As contas não fecham”, alerta um cartola envolvido na parte financeira da preparação para o evento.

O iminente prejuízo do Mundial é uma conta que as esferas de governo (federal, estadual e municipal) irão bancar sozinhas: nem Fifa nem CBF terão os lucros ameaçados no torneio.

Neste momento, a entidade internacional está bastante preocupada com os gastos dos estádios e os custos de operação total. A última estimativa feita na Suíça é de que o Brasil gastará pelo menos R$ 6,3 bilhões para erguer os palcos do torneio.

Em 2007, quando da escolha do Brasil para organizar o Mundial, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, garantiu que não haveria aporte de recursos públicos para a realização do evento. Três anos depois, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social) criou uma linha de crédito, inédita na instituição, para financiar a construção de arenas”.

A conta das obras da Copa já passou muito esta previsão. Mas, continuamos com a reportagem do Estadão:

“A taxa de ocupação dos estádios e o tamanho dos acordos de empréstimos com o BNDES, porém, exigirão anos para que o dinheiro investido pelo governo brasileiro seja recuperado e, ainda assim, não haverá garantias de que isso ocorrerá.

Para estádios calculados em R$ 500 milhões, a estimativa é de que poderão recuperar pouco mais da metade do dinheiro durante a Copa. Mas, nos anos seguintes, sofreriam para quitar o resto da dívida.

A previsão é de que poderão acumular lucros de R$ 9 milhões por ano se forem usados de forma plena. Na prática, levariam 20 anos para pagar suas dívidas.

A entrada de turistas, a exposição do Brasil no mundo e investimentos poderiam compensar. Mas as contas da África do Sul são usadas como alerta que prever esses ganhos é tão incerto quando o vencedor do Mundial.

A Copa de 2010 gerou uma renda para a economia sul-africana de US$ 4,9 bilhões (R$ 7,9 bilhões), praticamente o mesmo valor que foi gasto na construção de estádios e infraestrutura pelo governo federal.

O problema é que essa conta de gastos não inclui o que províncias e cidades tiveram de injetar para ganhar o direito de ser sede. No final das contas, o buraco chegou a quase US$ 1 bilhão (R$ 1,59 bilhão).

No caso do Brasil, os gastos com a Copa do Mundo seriam já duas vezes superiores ao que o país africano colocou para o evento de 2010.

 Apesar da constatação do prejuízo, a Fifa já tem sua arrecadação garantida. A venda de direitos de TV, publicidade e produtos comerciais renderá ao órgão um total de US$ 3,8 bilhões (R$ 6 bilhões). Só os direitos de transmissão respondem por US$ 2,2 bilhões (3,5 bilhões) – com US$ 1,6 bilhão (R$ 2,5 bilhões), o marketing completará o caixa.

Depois de usar o dinheiro para diversas competições e pagar US$ 1,3 bilhão (R$ 2 bilhões) em custos do Mundial, a entidade sairá do Brasil com US$ 200 milhões (R$ 318 milhões), isentos de impostos. Nenhum custo com infraestrutura ou estádios cairia nas mãos da organização – muito menos dívidas.

No que se refere aos lucros, a entidade já esfrega as mãos. A renda obtida será quase 100% superior ao que a Copa da Alemanha movimentou em 2006 e três vezes maior que na França-98.

As contas da CBF também não preveem perdas, já que a entidade não colocará um centavo sequer em estádios e nem em infraestrutura.

Na África do Sul, o Comitê Organizador Local teve um lucro de US$ 10 milhões (R$ 15,9 milhões), pequeno se comparado aos mais de US$ 80 milhões  (R$ 127 milhões) que a federação alemã conseguiu em 2006.

Pessoas envolvidas com as contas do evento usam dados do TCU (Tribunal de Contas da União) para mostrar como ainda haveria o peso “desproporcional” colocado sobre o governo.

Segundo um levantamento do TCU do final de 2010, 98,5% dos R$ 23 bilhões previstos para serem gastos nas obras da Copa de 2014 sairão dos cofres públicos. O acordo entre o Brasil e a Fifa sobre a isenção de impostos ainda evitará que R$ 500 milhões sejam coletados pelo Tesouro. A isenção vai além da Copa e também valeria para 2015.”

Quem vai lucrar com a Copa? A FIFA, a CBF, entidades privadas, os grandes bancos, os monopólios capitalistas patrocinadores oficiais da Copa, os empresários da industria do turismo, as empresas privadas que controlam os aeroportos e o transporte público e os pequenos e médios empresários donos de bares, restaurantes, hotéis que vão comer pelas bordas do fluxo dos turistas.

Mas, a conta para ser paga vai para o José, ou os milhões de Josés desse Brasil afora, a maioria do povo brasileiro que vai continuar sem transporte, saúde, educação, moradia, mas vai ter que pagar essa conta durante anos.Os empregos vão acabar quando apagarem as luzes do último estádio da final da Copa. Os estádios vão parar nas mãos de empresários e capitalistas. Os transportes, VLTs, aeroportos todos em mãos do capital privado. Esse é o legado da Copa das Copas. É o ex-craque de futebol Ronaldinho, agora o gorducho, dizendo por aí que “Copa não se faz com hospitais”.

Para o povo temos a Lei Geral da Copa que viola direitos garantidos na Constituição e que permite o terrorismo de Estado reprimir e acusar de “terrorista” qualquer manifestante contra a Copa.

E agora, José? O que você vai fazer quando a festa acabar? Se o Brasil ganhar você vai ficar feliz mas sem nada. Se o Brasil perder você vai ficar furioso e sem nada também. Das duas formas só vai te restar a bandeirinha verde-amarelo na mão. O que você vai fazer com ela, José?

 

Mas, você pode querer saber a verdade. É o que a Esquerda Marxista, organização que combate pelo socialismo e pela emancipação da classe trabalhadora se propõe a fazer. É por isso que não somos um só.