Depois de 103 dias preso, Fabrício, dirigente do Sindicato dos Condutores de Sorocaba foi libertado no ultimo dia 16 de outubro. Seu crime? Levar apoio e solidariedade aos seus irmãos de classe na greve dos condutores de São José dos Campos. Agora Fabrício está sendo acusado de quadrileiro e está na mira dos tribunais. Os trabalhadores, suas entidades e seus dirigentes precisam se unir para enfrentar os ataques da burguesia!
No dia 7 de julho deste ano, o Boletim do Sindicato dos Condutores de São José dos Campos noticiava, em meio à sua campanha salarial, a prisão de Fabrício Rodrigues que viera da cidade de Sorocaba onde é dirigente sindical, para prestar solidariedade à luta dos companheiros condutores.
Fabrício foi preso sob a alegação de que havia roubado o celular de um fiscal de ônibus que reprimia os grevistas. Segundo o Sindicato dos Condutores de São José dos Campos a intenção das autoridades, com a prisão de Fabrício, era a de desmoralizar a luta.
A prisão ocorreu no dia 4 de julho e Fabrício só foi libertado em 16 de outubro, depois de 103 dias de prisão, sem prova alguma.
O diretor do Sindicato dos Condutores de São José dos Campos, Dailton, nos informou que a acusação inicial de roubo posteriormente foi transformada em acusação de formação de quadrilha. Apesar de nenhuma prova ter sido apresentada, Fabrício que é dirigente do Sindicato dos Condutores de Sorocaba, está em liberdade provisória e o processo segue seu curso na justiça.
Ontem, dia 22 de outubro, um ministro do Supremo Tribunal Federal, justificando sua posição pela condenação de José Genoíno e de Zé Dirceu do PT, incriminando-os como formadores de quadrilha, mencionou que o numero de integrantes da quadrilha era 13, fazendo alusão ao 13 do PT. Outro ministro insinuou que a quadrilha de Zé Dirceu agia como certa organização criminosa de São Paulo, no caso o PCC. Está mais que clara a intenção do STF: criminalizar e criminalizar as lutas e os lutadores, tranformá-los em bandidos!
À prisão de Fabrício, agora acusado de formador de quadrilha, vem se somar as acusações contra Genoíno e Zé Dirceu e também às acusações contra nossos companheiros dirigentes do Movimento das Fábricas Ocupadas que estão sendo acusados de formadores de quadrilha por terem defendido os interesses e direitos dos trabalhadores contra os patrões que, amparados pela justiça, deixaram de pagar salários, FGTS, INSS e demitiram centenas de trabalhadores. Nenhum patrão foi condenado ou preso!
Interessante notar que em nenhum dos casos existem provas, o que evidencia que a justiça trilha o caminho da criminalização política, tal qual os tribunais da ditadura pós-golpe de 64.
O que está em curso é uma vergonhosa operação de criminalização dos dirigentes e da classe trabalhadora.
Denunciamos a prisão de Fabrício e a permanência do processo contra ele. Exigimos o arquivamento do processo contra esse dirigente sindical.
Repudiamos a farsa do Tribunal da Inquisição realizada contra a classe trabalhadora, através do julgamento de Zé Dirceu e Genoíno.
Repudiamos as acusações contra os companheiros dirigentes do Movimento das Fábricas Ocupadas.
Fim das ameaças e perseguições!
É hora da CUT e do PT saírem às ruas para enfrentar a Santa Inquisição! Unidade operária contra a criminalização dos trabalhadores, em defesa de nossas organizações! Ruptura completa e radical com a burguesia e seus partidos!