CONVOCATÓRIA AO 3º ENCONTRO NACIONAL DA CORRENTE SINDICAL ESQUERDA MARXISTA

Companheir@s, 

Realizaremos nosso 3º Encontro Nacional, em 29 de março de 2013, em SC, em uma conjuntura desafiadora para o conjunto da classe trabalhadora, em especial para o movimento sindical.

Companheir@s, 

Realizaremos nosso 3º Encontro Nacional, em 29 de março de 2013, em SC, em uma conjuntura desafiadora para o conjunto da classe trabalhadora, em especial para o movimento sindical. Esta conjuntura está marcada pelo aprofundamento da crise capitalista na Europa e brutal ataque aos direitos e conquistas no velho continente, em especial na Grécia, Espanha e Itália. Em resposta a estes ataques os trabalhadores destes países realizam gigantescas mobilizações, inclusive com fortíssimas greves gerais.

Apesar da enorme disposição de luta dos trabalhadores, a capitulação política das direções tradicionais joga como instrumento auxiliar dos capitalistas para impor os planos de desmonte e ataques contra os trabalhadores e impedir que a classe se organize para derrotar estes planos.

Destaca-se em todos os países um violento ataque às organizações sindicais e aos movimentos sociais. Nos EUA, vários Estados aprovam leis que na prática colocam os sindicatos na ilegalidade, na Itália a FIAT se recusa a reconhecer a FIOM (Sindicato Nacional dos Metalúrgicos) e ameaça demitir os operários que se filiem a ela; na Grécia aprovam-se leis que retiram dos sindicatos o direito aos acordos coletivos, além do brutal corte nos salários, pensões, previdência e serviços públicos.

Em escala global, os patrões e seus governos querem impor o custo da crise nas costas dos trabalhadores e com isso contam com o auxílio insubstituível das direções reformistas nos partidos operários e sindicatos. Essa postura de conciliação das direções com o capital começa a abrir crises em seu interior e a provocar deslocamentos de parcelas destas direções à esquerda com o surgimento de agrupamentos, tendências, novos militantes e lutadores, que combatem por novas alternativas para as lutas em direção a outro caminho.

Ao mesmo tempo, os partidos políticos tradicionais, inclusive os burgueses, entram em colapso e até mesmo os direitos democráticos burgueses são questionados em nome da salvação do apodrecido sistema capitalista.   

No Brasil, a aparente calmaria na luta de classes tem a inestimável contribuição da política de colaboração de classes da direção do PT e da CUT, mas é determinante a situação econômica marcada pelo fato da crise não ter chegado com toda a sua força no Brasil. O crédito fácil, a farta distribuição de recursos públicos aos grandes capitalistas, desonerações tributárias às grandes empresas como a redução do IPI, a desoneração da folha de pagamento para setores da indústria, novas privatizações de aeroportos, portos, rodovias e ferrovias, a enxurrada de capitais internacionais para especulação com a dívida pública e mesmo para investimentos diretos, todas estas foram medidas econômicas para beneficiar os capitalistas nacionais e internacionais e empurrar os efeitos da crise pra frente. Mas a realidade é que a economia brasileira desacelera, houve queda da produção industrial em 2012, o crescimento do PIB, que já foi baixo em 2011 (2,7%), deve fechar em 2012 abaixo de 1%. Os modestos crescimentos econômicos que foram o oxigênio da política reformista dos governos de coalizão do PT com a burguesia, permitindo a manutenção dos seus altos índices de aprovação, tendem a ficar cada vez mais rarefeitos.

Portanto, o que temos é um castelo de areia que já sofre os solavancos da crise mundial. O governo sabe dessa situação e aplica também por aqui suas medidas de austeridade, como cortes no orçamento, em especial em áreas sociais como saúde e educação, não atendimento das reivindicações, como na greve dos servidores, e mantém em gestação uma nova reforma da previdência e uma reforma trabalhista com novas retiradas de direitos. Mas em seu caminho está a classe trabalhadora brasileira, que não se sente derrotada, as mobilizações e greves crescem e a maioria das campanhas salariais consegue arrancar reajustes acima da inflação.

A preparação da burguesia para esses tempos nebulosos inclui a crescente criminalização dos movimentos sociais, do PT, da CUT e dos Sindicatos. Coroado pelo julgamento do chamado “mensalão”, uma farsa em que dirigentes do PT foram condenados sem provas, além dos interditos proibitórios, prisões e processos judiciais para sindicalistas e militantes de movimentos sociais, essa é a expressão no Brasil do ataque global às organizações da classe trabalhadora. Os governos, independente da sua coloração política, sabem muito bem que a tempestade da luta de classes na Europa está se aproximando e certamente estará na agenda da burguesia até mesmo a existência dos sindicatos e do próprio PT.

A recusa em realizar uma campanha de massas pela anulação das sentenças do STF contra os dirigentes petistas, a apresentação do “ACE” pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo com o consentimento velado por parte da direção da CUT, são as mais evidentes provas da incapacidade dos reformistas de apresentar uma proposta de defesa, inclusive dos chamados direitos democráticos e das conquistas de toda classe trabalhadora.

A Corrente Sindical Esquerda Marxista, como corrente legítima da CUT, luta para ajudar o movimento sindical a se reagrupar na defesa da independência política e sindical da classe trabalhadora, contra o tripartismo, em defesa das conquistas e direitos, das reivindicações, pela construção de uma sociedade onde os produtores das riquezas possam de fato decidir os seus rumos, ou seja, uma sociedade socialista. Sob esta base queremos dialogar com todos os sindicalistas que se mantêm fiéis à luta e defesa da organização da classe contra a colaboração com a burguesia.

Convidamos todos os que estão neste combate a participar ativamente com suas contribuições no 3º Encontro Nacional da Corrente Sindical Esquerda Marxista.

Saudações Marxistas!

São Paulo, 21 de janeiro de 2013.