Bolívia: em Colquiri está em jogo a Agenda de Outubro – Defendê-la com a greve e a mobilização!

A posição que defendemos na reunião ampliada da COB que se realizou em 21/09 em Cochabamba.

Está claro para todos que o conflito em Colquiri ultrapassa os limites territoriais e se converte no ponto de inflexão decisivo para se reencaminhar o processo revolucionário para uma via socialista, como proposto no Congresso de Tarija.

A posição que defendemos na reunião ampliada da COB que se realizou em 21/09 em Cochabamba.

Está claro para todos que o conflito em Colquiri ultrapassa os limites territoriais e se converte no ponto de inflexão decisivo para se reencaminhar o processo revolucionário para uma via socialista, como proposto no Congresso de Tarija. Evidencia os limites da “economia plural” na hora de se acabar com a pirataria e a exploração selvagem e de se criar empregos dignos. Expressa fisicamente as contradições de classe no processo. 

Uma vitória do povo e da classe trabalhadora de Colquiri produziriam a ruptura política do governo com as oligarquias cooperativistas, que, neste conflito, representam nada mais que a trincheira avançada de multinacionais, contrabandistas, comerciantes de mineral e das tendências pró-capitalistas do MAS e do governo. Em outras palavras, uma vitória em Colquiri permitiria avançar com as reivindicações gerais da classe trabalhadora e do povo; uma derrota debilitaria seu papel no processo. Por isto, a nacionalização de 100% de Colquiri não é nem pode ser negociável.

A reivindicação da nacionalização e do apoio aos companheiros de Colquiri nunca foram tão populares no seio da opinião pública e do povo pobre em geral. A oposição política e a direita hesitam e são organicamente incapazes de poder capitalizar politicamente este sentimento popular que vai na direção de um aprofundamento socialista do processo revolucionário na trilha da Agenda de Outubro. Somente podem capitalizá-lo se a COB não assumir esta luta como central frente à derrubada de todas as forças do conflito. Existem todas as condições objetivas para que esta luta seja vitoriosa.

Contudo, a resposta da classe trabalhadora organizada, além da resistência dos assalariados de Colquiri, não está ainda à altura do choque. A última greve foi medianamente acatada e, na ausência de um plano claro de mobilização em escala nacional, serviu para dissipar vapor depois do covarde atentado à sede da FSTMB e ao assassinato do companheiro Héctor. É necessário concentrar todos os esforços e a força da classe trabalhadora nesta luta.

O primeiro passo a ser dado deve ser a convocação de uma greve geral, com paralisação de atividades, a partir das principais alavancas da economia, da mineração e dos hidrocarbonetos. O peso da classe trabalhadora e sua capacidade de direcionar e alinhar o povo deve ser lançado com toda sua força e revelar-se como expressão da vontade popular contra privilégios setoriais.

As CODes e CORes devem convocar reuniões ampliadas abertas de todas as forças vivas do campo popular, a militância, a juventude etc., formar Comitês e Assembleias populares e concretizar mobilizações em todo o território nacional, que deem expressão às aspirações do povo pela nacionalização de Colquiri e de todos os nossos recursos, sem indenização e sob o controle operário, contra o desperdício, contra a burocracia e pela defesa dos interesses da maioria face a qualquer cálculo e equilibrismo político. Isso é uma necessidade para Colquiri.

VIVA A LUTA PELA NACIONALIZAÇÃO DE 100% DE COLQUIRI!

JUSTIÇA PARA HÉCTOR! 

 

Traduzido por: Fabiano Adalberto