Boletim da Corrente Sindical Esquerda Marxista – Servidores Municipais de Campinas

Direção sindical está com Jonas! Jonas está contra os trabalhadores!

Percebemos na ultima greve dos servidores o distanciamento radical da direção sindical das lutas travadas pelos trabalhadores e da categoria a qual representa. Quem acompanhou o processo de 2013 viu que a greve existiu unicamente por força de uma assembleia que gritou mais alto que a direção, que se encontrava (e se encontra) aliada ao governo Jonas (PSB/PSDB).

Direção sindical está com Jonas! Jonas está contra os trabalhadores!

Percebemos na ultima greve dos servidores o distanciamento radical da direção sindical das lutas travadas pelos trabalhadores e da categoria a qual representa. Quem acompanhou o processo de 2013 viu que a greve existiu unicamente por força de uma assembleia que gritou mais alto que a direção, que se encontrava (e se encontra) aliada ao governo Jonas (PSB/PSDB). Lembremos ainda que essa greve iniciou no final do mês de maio e, antes mesmo de começar, foi judicializada a mando do ex-sindicalista Marionaldo Maciel, hoje secretário de Recursos Humanos.

E o encerramento da greve? Impossível não lembrar! Foi anunciado durante uma assembleia geral no Paço, na qual a direção do sindicato se limitou a ler a ata da audiência emitida pelo judiciário, sem, em momento algum, consultar os trabalhadores se havia ou não concordância. Não é por acaso que a direção teve que sair escoltada…

Percebemos também uma direção que convocou eleições meses antes do prazo, confundindo os servidores, em plena época de campanha salarial, e realizou uma assembleia de fundo de quintal para modificar o Estatuto dos Servidores com a finalidade de burocratizar a inscrição de chapas para as eleições. Criou assim os meios para aplicação de um golpe grotesco para reeleger sua direção. Mesmo assim, somente saíram vitoriosos porque a oposição não se uniu em torno de uma plataforma comum, conforme a corrente sindical Esquerda Marxista havia defendido. Os votos das duas chapas de oposição somados foram maiores do que os votos na chapa da atual diretoria.

De quais vitórias a diretoria sindical está falando?

No último boletim do sindicato (setembro), a diretoria afirma que “os últimos meses foram de conquistas”. A quem essa diretoria quer enganar? Assim que Jonas (PSB/PSDB) assumiu a prefeitura, já nos deparamos com vários enfrentamentos que ficaram sem respostas. Os problemas se avolumam, vária lutas foram feitas pelos servidores da saúde, educação e guarda municipal, sem nenhuma vitória por parte dos trabalhadores e ainda com o desconto no ponto daqueles que se mobilizaram. Tudo porque a direção sindical não unifica as lutas da categoria para levá-las até o final. E como negociar sem independência política?

As mesas de enrolação (CPN) continuaram durante o ano sem nenhuma perspectiva de avanço, mas o assédio por parte de algumas chefias corre solto, a falta se seguranças nas unidades segue para o desespero dos trabalhadores, falta de funcionários com um concurso parado sem convocação, sem falar da saúde mental que está destruída na cidade, e o que falar da municipalização do Hospital Ouro Verde que várias vezes foi afirmada pelo Conselho Municipal de Saúde e o governo nem deu ouvidos.

Jonas Donizete quer privatizar a saúde e a educação!

O governo Jonas (PSB/PSDB) firmou um convênio com o “Instituto Comunitas” da Ruth Cardoso (esposa do ex-presidente FHC), que vai receber R$ 6 milhões para atuar junto às secretarias da saúde e educação e “visa concretizar a convicção de que a iniciativa privada e os governos municipais podem somar forças em novas parcerias público-privadas, que ampliem as condições para o desenvolvimento efetivo do país” (site http://projetoscomunitas.org.br). Parceria público-privada é, nada mais, nada menos, que preparar o terreno para a privatização dos serviços públicos.

Quem foi eleito pela população e tem que administrar a cidade é o prefeito, porém sabemos que o governo do Jonas tem compromisso com os empresários e, lógico, que ele vai trazer sua galera pra esgotar os cofres públicos. Não é à toa que o orçamento da saúde para 2014 subiu apenas 5%, mas para o pagamento dos serviços da dívida municipal ele vai gastar mais de R$ 100 milhões. Ora, para construir uma creche são necessários R$ 550 mil reais (segundo o FNDE). Então, só com o dinheiro de um ano de juros da dívida para banqueiros e grandes credores, daria para fazer 181 creches para atender 21,7 mil crianças! Como hoje o déficit em Campinas chega a 10 mil crianças, seria possível zerar a fila por vagas e ainda sobraria um grande troco!

Com um orçamento anual de R$ 4 bilhões (10% maior do que em 2013) e que coloca a Prefeitura entre as sete mais ricas do país, dá para fazer muita coisa, principalmente para a população e os servidores, como investir em infraestrutura nos locais de trabalho, construir novas unidades, contratar os profissionais do concurso e fazer outros, reajustar os salários dos trabalhadores e muito mais.

Precisamos de uma oposição consciente e de luta!

Sabemos de todas as fraquezas e dificuldades que ainda existem em nosso movimento: ainda tem muito servidor consciente solto por aí lutando cada um pelo seu lado, falta-nos uma organização de base forte, o peso morto que é esse sindicato displicente, que se opõe ao trabalhador e está fazendo a política de colaboração de classes com o governo Jonas.

Diante disso não é difícil compreendermos a falta que faz um movimento de oposição sindical forte e unido. O sindicato apesar de todo o atrelamento e o peleguismo é a única forma de organização existente no meio dos trabalhadores. Por isso seria um erro criar uma alternativa que ocupe o lugar do sindicato, como foi sugerido por algumas pessoas da oposição, tamanha revolta com os posicionamentos da atual direção. Por outro lado, seria também um erro atuar como oposição só no sindicato, praticamente nos momentos de campanhas salariais e eleições sindicais. Permaneceríamos afastados do movimento sem intervir ativamente nos conflitos de luta de base.

E é interessante que o trabalhador perceba que essa situação do nosso sindicato demonstra uma realidade de vários outros sindicatos, com políticas de aliança que em nada colabora com o trabalhador, apenas o ataca cada vez mais.

Chega de colaboração com o patrão, nós queremos um sindicato independente!

O que está colocado para nós trabalhadores é resolver o problema de direção, para isto temos que nos organizar, conversar nos locais de trabalho, construindo um coletivo que discuta e se organize independente da diretoria sindical. Eles já provaram que não estão do nosso lado! Sem independência política não tem luta! Queremos um sindicato que fale a nossa voz, não uma diretoria que come na mão do patrão!

Contatos:

Renata Costa (CS Santa Lucia): renata.acosta@ig.com.br

Alessandra Martiniak (CS São Quirino):amt_bra@hotmail.com