Austeridade e eleições na Inglaterra

No recente Congresso do Partido Conservador (Tory) inglês, o clima era de depressão. Segundo as pesquisas os Conservadores estão na iminência de ser expulsos do poder e ver a volta do Labor Party ao governo. E isso apesar dos próprios dirigentes trabalhistas.

No recente Congresso do Partido Conservador (Tory) inglês, o clima era de depressão. Segundo as pesquisas os Conservadores estão na iminência de ser expulsos do poder e ver a volta do Labor Party ao governo. E isso apesar dos próprios dirigentes trabalhistas.

A perspectiva de “mais austeridade” é o maior fator de afastamento dos potenciais eleitores conservadores, segundo declarações do milionário, e pesquisador, Lorde Ashcroft, uma das cabeças pensantes do Partido Conservador (Tories), atualmente no poder na Grã Bretanha.

Lorde Ashcroft disse que duas novas pesquisas eleitorais revelam a montanha que David Cameron (atual primeiro-ministro conservador) tem de subir para ganhar mais um mandato no n°10 da Downing Street, endereço da casa do primeiro-ministro inglês.

Pesquisa mostra que o Labor Party tem vantagem de 11 pontos na base de 40 regiões onde os conservadores dominavam os votos dos trabalhadores. E que os dois partidos estão empatados com 32% dos votos.

O outro partido, os Liberal Democratas, deve perder a maioria das cadeiras que estão defendendo contra o avanço do Labor Party.

Lorde Ashcroft disse: “A perspectiva de mais austeridade é a maior barreira contra o voto Conservador no próximo ano.” Segundo o Lorde o seu partido está numa posição difícil de tentar apresentar duas mensagens diferentes para os eleitores: Que a situação econômica é “tão ruim que os cortes devem continuar”, e ao mesmo tempo dizer que “os bons tempos estão ao virar da esquina”.  “É uma tarefa difícil”, disse ele.

Prático, Lorde Ashcroft, que até 2010 foi um dos maiores doadores do partido, disse que desta vez só faria “pequenas contribuições financeiras” para a campanha eleitoral dos Tories. Explicou que não achava que os conservadores pudessem ganhar com campanhas publicitárias e anúncios políticos feitos desde o centro da cidade (alusão ao centro financeiro de Londres, a City).

“É uma luta muito árdua”, disse ele. “Nós não podemos vencer uma guerra aérea contra Ed Miliband. Falar pelos cotovelos desde uma posição conservadora na sede do Partido não vai funcionar. “

Lorde Ashcroft declarou em uma reunião de seu partido que: “Os conservadores podem se dar ao luxo de perder no máximo 22 assentos para os trabalhistas, antes de deixar de ser o maior partido na Câmara dos Comuns. Infelizmente, as pesquisas mostram que os conservadores já atrás em 24 cadeiras de deputados”.

Que agonia ter que defender austeridade e roubalheira ao mesmo tempo convencer os trabalhadores de que isso vale a pena. Pobre Lord, pobres políticos. A sorte deles é que os dirigentes do Labor Party são tão capitalistas quanto eles.