Aparências e realidade: Do plebiscito na Escócia ao 1 bilhão gasto na propaganda eleitoral no Brasil

O medo da vitória do “sim” no plebiscito que decidia sobre a independencia da Escócia levou pânico aos governos e Bolsas dos principais países imperialistas. No dia seguinte ao plebiscito, quando os jornais mostravam a vitoria do “não” e a manutenção da Escócia como parte da Grã-Bretanha, os “líderes” da União Europeia se congratulavam e as Bolsas subiam.

O medo da vitória do “sim” no plebiscito que decidia sobre a independencia da Escócia levou pânico aos governos e Bolsas dos principais países imperialistas. No dia seguinte ao plebiscito, quando os jornais mostravam a vitoria do “não” e a manutenção da Escócia como parte da Grã-Bretanha, os “líderes” da União Europeia se congratulavam e as Bolsas subiam.

Apesar do “sim” ter sido derrotado, o problema principal que levou milhões a votar nesta opção, particularmente os mais jovens e boa parte da classe trabalhadora, foram os suscessivos governos, trabalhistas e depois conservador, que retiraram direitos e diminuíram as verbas para o ensino, a saúde pública (exemplar para o mundo) está piorando, os trens passaram a atrasar depois das privatizações (voce antes acertava o seu relógio pelo horário do trem). Isto levou a que milhares de jovens e de trabalhadores se integrassem na campanha do “sim” com a ilusão de mudar algo.

A verdade é que estes jovens estavam sendo enganados. Afinal, a campanha do “sim” pedia a manutenção da moeda inglesa (libra), da rainha como chefe de Estado e da Escócia como parte da União Europeia. Agora, que o “sim” perdeu estes jovens podem e devem ser influenciados por uma campanha marxista que explique que o caminho mais curto para a melhoria da vida não é o da independencia, mas o caminho da revolução, da tomada de poder pelos trabalhadores.

A repressão continua e empresários “doam” um bilhão de reais aos candidatos

Nas ruas de São Paulo, durante uma operação “corriqueira” (expressão do prefeito Haddad do PT), um PM levantou o revólver e deu um tiro na cara de um vendedor de rua. “Corriqueira”? na verdade, sim. Nas favelas e bairros populares esta cena é comum, mas no centro de São Paulo, filmado por dezenas de cameras de celular, não.

Mas, a polícia nunca vem para brincar. É preciso manter a Lei e a Ordem, e então em 16/9/14 a PM invadiu um prédio para cumprir uma ordem de desocupação feita por um proprietário privado de um hotel abandonado há anos.

Mulheres e crianças desesperados com gaz lacrimogênio na cara, mais de 80 detido, 5 deles ainda na prisão, uma revolta popular (mais que justa) incendeia as ruas do centro de São Paulo, com tijolos e pedras voando contra blindados, gás lacrimogênio e balas de borracha. E Haddad já pediu a desocupação de outros três prédios ocupados no centro da cidade. Mais “emoção” a vista.

E, é claro, o candidato do PT ao governo do estado não entende porque não consegue passar dos 10% de intenção de voto.

E se a luta de classes insiste em incomadar dramaticamente os candidatos, que fingem não ver o povo morrendo e sofrendo com a polícia (no Rio, no dia seguinte ao assassinato do ambulante no centro de São Paulo, dois ambulantes foram baleados pela Guarda Municipal), eles se sentem particularmente recompensados pelo dinheiro que recebem das empresas para o financiamento das campanhas eleitorais: Mais de um bilhão de reais “doados” pelas empresas, o suficiente para construir mais de 20 mil casas populares, para pagar o salário de um milhão de trabalhadores em um mês!

A ultima prestação de contas registra que foram “doados” até agora mais de 1 bilhão e 100 milhões, somando doações para partidos e candidatos em todos os níveis (presidente, governador, senador, deputados). Os 19 maiores “doadores” foram responsáveis por metade das doações, e os 100 maiores por dois terços das doações.

O grupo JBS (Friboi) “doou” 111 milhões, 10% do total. As empreiteiras “doaram” 300 milhões (30% do total), sendo as 5 maiores OAS (2º maior), Andrade Gutierrez (5º lugar), UTC Engenharia (7º), Queiroz Galvão (8º) e Odebrecht (9º). Além disso, temos doações da AMBEV, da Vale do Rio Doce, de Bancos.

Até agora, o maior “benificiário” das doações foi o PT (Partido e candidatos), seguido pelo PMDB e PSDB. As doações para Marina e o PSB praticamente não tinham sido registradas porque na prestação de contas ainda não tinha sido aberta a conta para Marina como candidata.

Na verdade, estas não são doações. São investimentos de quem espera retorno em obras, financiamentos públicos, concessões tributárias e tantas outras. Acima de tudo “Paz Social” para fazer negócios.

Não é à toa que o trabalhador e o jovem expressa a sua raiva e sua impotência nas eleições, muitas vezes escolhendo “o menos pior”. Já se foi o tempo em que o PT vivia do sonho, da militância e das contribuições voluntárias dos trabalhadores e jovens.

A Esquerda Marxista continua neste caminho. Afinal, entre o pesadelo capitalista de hoje – no qual a crise e o desemprego chegam na esquina – e o sonho do socialismo, aprendemos a muito tempo com Lenin: “sonhos, acredite neles. E trabalhe arduamente para que eles se realizem”.