Abaixo a fusão entre Kroton e Estácio

Entenda as consequências do acordo entre Kroton e Estácio, que fortalecerá o setor privado e formará um grande monopólio educacional.

O anuncio do provável acordo entre Kroton e Estácio é mais um duro golpe na educação superior. Essa fusão fortalecerá o setor privado e formará um grande monopólio educacional. Um enorme tubarão do ensino está surgindo e nada de positivo virá disso, a não ser para os sócios da Kroton e da Estácio.
 
Em 2014 uma fusão criou a Kroton-Anhanguera, nascendo dessa maneira a 17ª maior empresa do Brasil e o maior grupo educacional do mundo, com mais de 1 milhão de alunos e valor de mercado de R$ 24 bilhões. A sede pelo lucro e a exploração desse mercado foi facilitada por programas governamentais.
 
Esse tipo de fusão só é possível em virtude de programas como Prouni e Fies. Aliás, a Kroton-Anhanguera tem 60% da sua receita baseada no Fies, dinheiro público garantindo o lucro da iniciativa privada. 
Nosso combate deve ser por ensino público, gratuito e para todos em todos os níveis. Fusões como essa seguem na contramão disso. Elas têm sido apoiadas pelos seguidos governos que não só sucatearam a educação pública, como implementaram políticas para a expansão do ensino privado.
 
Todos os militantes de esquerda devem se posicionar contra essa fusão, pelo fim do ensino privado, por vagas para todos nas universidades públicas. Chega de sucateamento, de meias medidas, da distribuição de migalhas por meio das políticas afirmativas, que servem como instrumento de divisão dos estudantes.
 
 Artigo publicado na edição 92 do jornal Foice&Martelo, de 20 julho de 2016.