A História da ‘maldição’ de Mota Coqueiro

 Em Macaé, no estado do RJ se fala a ‘maldição´ de Mota Coqueiro. Esse homem, Mota Coqueiro que dizia ser inocente, porém foi injustamente julgado e condenado à morte por enforcamento em 06/03/1855, é o autor da ‘maldição´. Era um burguês proprietário da Fazenda do Bananal no então distrito macaense Conceição de Macabu, e se chamava Manuel da Mota Coqueiro Ferreira da Silva nascido na Fazenda Coqueiro em Campos dos Goytacazes.

 Em Macaé, no estado do RJ se fala a ‘maldição´ de Mota Coqueiro. Esse homem, Mota Coqueiro que dizia ser inocente, porém foi injustamente julgado e condenado à morte por enforcamento em 06/03/1855, é o autor da ‘maldição´. Era um burguês proprietário da Fazenda do Bananal no então distrito macaense Conceição de Macabu, e se chamava Manuel da Mota Coqueiro Ferreira da Silva nascido na Fazenda Coqueiro em Campos dos Goytacazes.    

Tal ‘maldição’ será melhor explicada, embora exista livro e série televisiva, ambas obras intituladas: “A fera de Macabu”. Afinal, a História é a História da luta de classes. Ou seja, apesar de burguês enquanto grande proprietário de terras Mota Coqueiro não era nobre àquela época colonial e de escravidão negra. Em 1847 na festa do casamento de um membro da família escravocrata do Visconde de Araruama em uma fazenda no ex-distrito macaense e atual município Quissamã, ele teria ficado no salão secundário, sem acesso ao principal, no qual se encontrava visitando a região Norte Fluminense o Imperador Dom Pedro II. Mas, uns dias depois Mota Coqueiro conseguiu jantar com o Imperador em Carapebus.    

Mota Coqueiro (MC) se tornou fazendeiro através de grilagem das terras que tomou de jesuítas expulsos do Brasil. Casou-se duas vezes. Sua 1ª mulher que faleceu com pouco tempo de casada, teria sido noiva e causadora de desavença de MC com o primo Julião Batista Coqueiro. A 2ª mulher de MC, Úrsula das Virgens é que era proprietária de cinco vastas terras como a Fazenda do Bananal em Conceição de Macabu. MC teria personalidade de sedutor de mulheres. Uma delas teria sido Francisca, uma das filhas do ex-escravo beneficiado pela Lei Euzébio de Queiroz que pôs fim ao tráfico negreiro, Francisco Benedito da Silva, que se tornara colono, meeiro e morador em uma das propriedades de MC.   

Francisca engravidou de MC e por isto ele se tornou vítima de chantagem do pai dela, o ex-escravo o meeiro Francisco Benedito da Silva. O qual MC ameaçava expulsar da propriedade. Em meio à desavença, Francisca se tornou a única sobrevivente da chacina a golpes de facão que se abateu sobre sua família em uma noite chuvosa do ano de 1852. As vítimas foram o pai e a mãe dela mais seis irmãos sendo três adolescentes e três crianças, uma de três anos de idade. Da mesma forma preconceituosa que ocorre até os dias de hoje, a chacina teve como suspeitos de autoria oito negros. A sobrevivente Francisca que se escondera na mata por dois dias foi à delegacia de polícia e registrou queixa.               

Na DP o fazendeiro André Ferreira da Silva que socorrera Francisca deixou-se insuflar pelo vingativo primo de MC, Julião Batista Coqueiro e apontou-o como mandante da chacina. Então foram presos o escravo Domingos, os ex-escravos Florentino da Silva e Faustino Pereira e MC que conseguiu fugir, mas acabou novamente preso um mês depois. Durante o julgamento MC trocou de advogado várias vezes prejudicando a própria defesa, não conseguindo arrolar como testemunhas os comerciantes com os quais se reuniu no horário que ocorreu a chacina da qual era acusado de mandante. Sem conseguir provar inocência, MC foi julgado e condenado à morte por enforcamento duas vezes.

Antes das condenações exigidas por Lei, MC não obteve clemência do Imperador Dom Pedro II e negou até a morte ser o mandante da chacina. Por isso no dia da execução em 06/03/1855 no local onde funcionam quadra, pista de atletismo e campo de futebol do Colégio Estadual Luiz Reid em Macaé teria ocorrido a ‘maldição´ de Mota Coqueiro. Ou seja, o município sofreria mais de 100 anos de marasmo econômico, social e político. De lá pra cá, as pessoas que creem na ‘maldição´ chegam a associá-la à chegada dos pesquisadores que confirmaram a existência de petróleo em Macaé ocorrida por volta de 1956 atendendo ao incentivo do colega Oscar Cordeiro, que dá nome ao CIEP do Parque Aeroporto.                   

Atualmente denominada a capital brasileira do petróleo, Macaé prossegue como a Princesinha do Atlântico uma rara cidade com rio, serra e mar. No período anterior à ditadura militar-fascista (1964-1985) em função da efervescência de seu movimento sindical ferroviário influenciado pelo Partido Comunista, Macaé foi a Pequena Cuba ou a Moscouzinho. Já a ‘maldição´ de Mota Coqueiro é representada pela incidência do município ter sofrido com dois prefeitos que se aburguesaram inclusive porque ambos notoriamente são dependentes químicos do uso de cocaína, muitas vezes flagrados em plena insanidade, consequência de inalação dessa droga que é um problema de saúde pública.     

Problema de saúde pública este que acomete o País e o mundo inteiro. Um deputado federal eleito pelo estado da Bahia que chegou à presidência da Câmara morreu há alguns anos, depois de inalar cocaína em casa logo após ter feito corrida e exercícios físicos matinais. Em 1992 o então presidente da República sofreu impeachment depois que o movimento de massas pelas ruas, avenidas e praças Brasil a fora bradou: “Derruba Senhor. Derruba Senhor. Derruba o presidente cheirador”.  A dependência química do uso de cocaína é um problema de saúde pública que notoriamente acomete aquele senador pelo estado de Minas Gerais que concorreu chegando ao 2º turno das eleições presidenciais 2014.