A CUT tem que construir a unidade pelas reivindicações

 

Nossos leitores lerão a seguir o editorial do Jornal Luta de Classes edição 47. O Jornal já está nesta semana sendo vendido com os militantes da Esquerda Marxista. Compre o seu, faça sua assinatura. 

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Entre os dias 9 e 13 de julho deste ano foi realizado o 11º Congresso Nacional da CUT (CONCUT) onde participaram quase três mil delegados. As discussões foram distribuídas nos trabalhos de Grupos, onde palestrantes expuseram suas opiniões sobre a conjuntura, em geral muito superficialmente, sem entrar no centro da questão: a superprodução e a especulação financeira e no crescente empenho dos governos em salvar o capital. Pouco se debateu sobre como efetivamente mobilizar e unir os trabalhadores para derrotar a crise.

Apesar de que o CONCUT tenha ocorrido em meio a um vigoroso movimento grevista no Brasil, onde se destaca a greve das universidades federais e a recusa do governo em negociar, nele não foi aprovada nenhuma medida prática que de fato avançasse na unificação das lutas das diferentes categorias para obrigar o governo Dilma a atender as reivindicações.

O governo argumenta que não tem como discutir aumento salarial. Financia os banqueiros e empresários, desonera a folha, aumenta o tempo de serviço para efeito de aposentadoria, deixa de cobrar impostos de várias indústrias, e por outro lado ataca as greves com repressão e violência.

A crise, que agora todos admitem existir, já está provocando novas ondas de demissões com montadoras dando férias, suspendendo contratos e abrindo Programa de Demissão Voluntária (PDV). O caso mais emblemático desta situação está se dando na GM de São José dos Campos, que acaba de fechar um acordo que apenas protelará as demissões, mas obriga os que trabalham e pagam seus impostos a pagarem as contas.

No meio de toda essa turbulência a direção do PT segue dando cobertura para que o governo realize mais cortes contra os trabalhadores. Para as eleições de outubro promove vergonhoso acordo com Maluf em São Paulo (o que contribui para Haddad ter apenas 6% das intenções de voto e colocar a militância cada vez mais a se desmoralizar), passa por cima da vontade da militância em Recife impondo Humberto contra João da Costa e no Rio coloca o PT como vice do PMDB, empurrando vários petistas a apoiarem o candidato do PSOL (Freixo).

Qual a situação que está colocada para o conjunto dos trabalhadores hoje?

Ou a CUT assume na prática uma postura de combate e pela unidade das lutas e das categorias ou ela será cada vez mais correia de transmissão dos interesses tripartites no interior do movimento.

De que adianta o 11º CONCUT ter aprovado um plano de lutas que passou pelo acampamento dos servidores, pela mobilização do dia 18 de julho e que deveria culminar na Marcha de agosto, se até agora as greves em curso continuam separadas e atomizadas e o setor majoritário da direção da CUT segue como a quinta roda do governo de colaboração com a burguesia e agora anuncia que fará uma manifestação em Brasília em 5 de setembro, quando as greves já estiverem acabado e o movimento se exaurido?

Se a CUT, sua direção, de fato chamar o conjunto das categorias para uma luta unitária e séria, certamente a resposta dos trabalhadores será positiva e a crise poderá de fato começar a ser enfrentada.

Por outro lado a direção majoritária do PT, ao permanecer dando sustentação às alianças com a burguesia, acaba atrofiando as lutas dos trabalhadores e deixa o governo à vontade para atender as exigências da classe patronal, colocando o partido em risco.

A Esquerda Marxista segue combatendo por sua construção como instrumento necessário para impulsionar uma organização revolucionária de massas, intervindo nos sindicatos, na juventude, na CUT e PT e nas eleições de outubro para que se realize a mais ampla unidade pelas reivindicações, pela ruptura das alianças com a burguesia e seus partidos.

Só a unidade dos trabalhadores vencerá os capitalistas!

Que os patrões paguem pela crise!

 

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