2009: Um ano de crise, de lutas e de contradições não resolvidas

2º Editorial da edição nº 27 do Jornal Luta de Classes.

Para a classe operária foi um ano difícil. Para a burguesia foi um ano de medo, de ataque às conquistas dos trabalhadores e uma farra com o dinheiro público. A classe trabalhadora resistiu às conseqüências da crise. Só não fez mais porque a maioria dos dirigentes das organizações de massa que a classe reconhece como suas se empenhou em salvar o capitalismo.

Os trabalhadores, em vários países, saíram às ruas para defender seus direitos e realizaram atos, manifestações, greves e ocupações. A burguesia mundial, apoiada pelos diferentes governos, recebeu polpudas somas para tentar se safar da crise, mas apesar disso o capitalismo não pára de acumular as contradições que mais adiante explodirão de modo ainda mais agudo.

O imperialismo, agora com a cara de Obama no comando, segue sua rota sangrenta no Iraque e Afeganistão, apoiando a opressão e massacre do povo Palestino realizado pelo governo sionista-racista de Israel, apoiando disfarçadamente o golpe em Honduras, armando seu exército em todo o mundo (agora com mais bases militares na Colômbia), ameaçando os povos e principalmente a revolução Venezuelana.

Há uma enorme resistência contra as conseqüências da sobrevivência do regime da propriedade privada dos grandes meios de produção. A Venezuela representa o posto mais avançado desta luta da classe e no Congresso do PSUV os trabalhadores procuram se agrupar para varrer o Estado burguês, os capitalistas e a burocracia “bolivariana” e abrir caminho ao socialismo.

Na China revoltas violentas se chocaram com a burocracia do PC Chinês que destruiu as conquistas da revolução e restaurou o capitalismo. Na Grécia, França e Itália ocorreram poderosas mobilizações e Greves Gerais.

A Esquerda Marxista do PT, combatendo pela independência de classe e pelo socialismo, sustentou firmemente a bandeira e o combate para que Lula e o PT rompam com a política de colaboração de classes, e defendendo uma CUT independente e socialista conquistou um posto na sua Direção Nacional. A Esquerda Marxista reforçou sua implantação no movimento sindical com vitórias em vidreiros, ferroviários e professores.

A Esquerda Marxista desempenhou lugar insubstituível no combate contra o reacionário Estatuto Racial (que tem na
sua origem a política da Fundação Ford) que quer dividir a classe e o povo brasileiro. Até agora a frente de ONGs, do governo federal, da direita e da esquerda domesticada, ainda não conseguiu aprovar esta monstruosidade no Congresso.

Avançamos na construção de nossa juventude conquistando novas posições no movimento estudantil. Participamos,
incentivamos e convocamos eventos internacionais dentre os quais destacamos o 2º Encontro Latino Americano de Fábricas Recuperadas por Trabalhadores.

Estivemos presentes nas lutas contra o Golpe em Honduras e em solidariedade ao Povo Palestino e aos trabalhadores do Irã.

Realizamos várias Universidades Vermelhas, Escolas de Secretários, Escola de Quadros, pois sabemos que sem a teoria revolucionária e marxista não seremos capazes de construir dirigentes revolucionários e uma organização enraizada na classe operária.

Nossa atuação no PT com uma política marxista voltada para os interesses fundamentais da classe trabalhadora nos permitiu um excelente desempenho nas eleições internas, o PED. Avançamos nossa construção através do PT em inúmeros estados ampliando nacionalmente nossa base. Nossa plataforma política esteve permanentemente concentrada na exigência de que o PT e Lula rompam com a burguesia e seus partidos, para assim abrir caminho para a construção de um verdadeiro governo dos trabalhadores das cidades e do campo e atender o conjunto das reivindicações operárias e populares.

Realizamos nossas campanhas financeiras, vendemos nossa imprensa, que junto com as contribuições dos militantes, constituem a pedra de toque de nossa independência frente à burguesia, governos e Estado. E nos orgulhamos de que neste ano alcançamos o equilíbrio financeiro de nosso Jornal Luta de Classes.

Mas, certamente destaca-se dentre todos esses nossos combates, a luta heróica dos nossos camaradas e trabalhadores da FLASKÔ, que completam seis anos e meio ocupando a fábrica, mantendo-a sob o controle dos trabalhadores e perseguindo permanentemente a sua estatização.

O magnífico Seminário em Defesa da Flaskô realizado na fábrica ocupada, no dia 28 de Novembro, reunindo a CUT Nacional, a CNQ, o SindPetro-RJ, o SindPetro-SP, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, o Sindicato dos Ferroviários de Bauru, MT e MS, o Movimento Nacional de Direitos Humanos, a Secretaria Nacional de Movimentos Populares do PT, e diversas outras forças expressivas do movimento sindical e da esquerda, assumiu o compromisso de continuar a luta contra a criminalização dos dirigentes do Movimento das Fábricas Ocupadas, pela estatização da Flaskô, pela Re-estatização da Embraer, da Vale, das Ferrovias e de todas as empresas privatizadas assim como pela readmissão de todos os demitidos. O Seminário especialmente abraçou a luta em defesa de uma Petrobrás 100% Estatal com todo o Pré-Sal.

Agora a EM está preparando seu 28º Congresso, que será antecedido pela Escola Nacional de Quadros. Nestas atividades os marxistas, que acumularam inúmeras vitórias nesse ano, discutem e preparam as lutas de 2010 mantendo seu eixo de atividade e construção firmemente ancorado na classe operária e na juventude sob a bandeira vermelha da luta pelo socialismo.

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