1º de Maio: Lula, proíba as demissões!

No dia mundial do trabalho, mobilizar, organizar e exigir de Lula que rompa com a burguesia e tome medidas efetivas contra as demissões está na ordem do dia.


Os capitalistas não sabem mais para onde correr diante da brutal crise econômica que se espalha mais rápido do que gripe pelo mundo todo. Obama anuncia um pacote de US$ 1 trilhão para extrair os ativos podres dos bancos. Os países do G-20 (grupo que reúne as principais economias do mundo) anunciam que vão arrecadar entre seus membros de US$ 1,1 trilhão a US$ 5 trilhões para “injetar” na economia. Na verdade, mais dinheiro para somar aos cerca de US$ 12 trilhões que já foram dados aos banqueiros, especuladores e empresários desde o início da crise. Ou seja: em alguns meses, foi dado a um punhado de capitalistas o montante correspondente a toda a riqueza que o Brasil inteiro produziria em 10 anos – ou um terço do que o planeta produz anualmente!

E as mobilizações se ampliam: Greves Gerais na Grécia, França, Guadalupe; Fortes greves na Inglaterra, Irlanda; Grandes manifestações na Alemanha, Áustria, Madagascar; Ocupações de Fábrica eclodem em vários países europeus, na Indonésia e até nos EUA! Na Venezuela, apesar dos zig-zags de Chávez (agora querendo a “amizade” de Obama), a classe trabalhadora segue mobilizada e busca empurrar a revolução para frente, tomando fábricas e exigindo medidas do Governo!

Por aqui, enquanto o presidente Lula – “o cara” do Obama – prefere salvar os empresários e não apresentar nenhuma medida concreta para barrar as demissões, o desemprego continua aumentando, ao contrário do que tenta mostrar o governo e a mídia e apesar dos pacotes de Lula (diminuição de impostos para empresários, aumento do financiamento público para casas, carros, eletrodomésticos).
Lula foi eleito pelos milhões de trabalhadores deste país que decidiram mudar os rumos de suas vidas. Mas as alianças e compromissos de Lula com os empresários e os partidos burgueses que sempre estiveram no poder impedem que a vontade do povo trabalhador seja feita.

Em todo o Brasil, as fábricas estão funcionando a apenas 68% de sua capacidade produtiva! Além das demissões na Embraer (4.270 demitidos), Vale (1.300 demitidos – e colocou mais de 2 mil em licença remunerada), CSN (1.200 demitidos), Flextronic (2.200 demitidos), Santander (400 demitidos), LG (400 demitidos) e muitas outras, ainda houve o Frigorífco Independência – um dos maiores exportadores de carne do Brasil – que teve várias unidades fechadas!

Os sindicatos de diversas categorias estão se deparando com centenas e centenas de homologações todos os dias! Já são dezenas de milhares, os trabalhadores em licença remunerada (o chamado lay-off), correndo o risco da demissão quando acabar o prazo. Só na Construção Civil, o número de demissões desde Dezembro passa de 70 mil e as montadoras do setor automotivo continuam propondo PDV (Plano de Demissões Voluntárias).

Mas os trabalhadores resistem e lutam: Na Flaskô, fábrica ocupada, há quase 6 anos os trabalhadores enfrentam todo tipo de pressão e seguem produzindo e exigindo de Lula a estatização sob controle operário. Com as demissões em massa na Embraer foi retomada a luta por sua reestatização, assim como segue a luta pela reestatização da Vale e pela Petrobrás 100% estatal. A luta contra a privatização e pela propriedade pública dos meios de produção ganha força no momento em que a crise revela ainda mais a falência do capitalismo – sistema baseado na propriedade privada dos meios de produção.

Lula tem a caneta

Desde que foi apresentada na reunião da Direção da CUT de Dezembro/2008 pelo camarada Faustão do Sindicato dos Químicos de Pernambuco, a proposta de exigir de Lula uma MP (Medida Provisória) que proíba as demissões vem ganhando força – até mesmo Zé Maria da Conlutas/PSTU que nunca se dirigia a Lula, publicou uma carta em Janeiro propondo a MP a Lula e outros setores cutistas iniciaram uma campanha de abaixo-assinado por uma medida semelhante.

Mas sabemos que a única forma de fazer Lula tomar uma medida concreta em favor dos trabalhadores, contra os interesses dos patrões, é a mobilização de massas. E quem pode impulsionar isso hoje é a CUT – maior central sindical construída pelos trabalhadores – e os sindicatos em sua base. Sabemos que a direção da CUT busca submeter a central aos ditames do Governo, mas os milhares de sindicatos e os milhões de trabalhadores em sua base são muito mais fortes!

Em nossa opinião, os sindicatos, as assembléias de trabalhadores que estão elegendo os delegados ao Congresso Nacional da CUT, devem se dirigir à CUT para que esta mobilize amplamente exigindo que Lula proíba as demissões já! O presidente Lula tem a caneta, ele pode e deve fazer! Uma mobilização dessas pode, inclusive, desencadear uma Greve Geral e poderia obrigar Lula a romper com a burguesia. Esta situação, com os trabalhadores em greve, nas ruas e tomando as fábricas (como fizeram os trabalhadores da Flaskô, Cipla, Interfibra, Flakepet e tantas outras) certamente abrirá a via da luta direta das massas pelo socialismo, sistema onde todo o trabalho e a produção seriam organizados e controlados democraticamente pelos trabalhadores, acabando com a fome, o desemprego, a pobreza e investindo nossas riquezas em saúde, educação, cultura, artes, esporte, pesquisa, etc.

Esta é nossa mensagem à juventude e aos trabalhadores e trabalhadoras neste 1º de Maio. Apesar da barbárie e horrores que o capitalismo nos tem reservado nos últimos 100 anos, ainda há saída: lutar pelo socialismo!

Neste 1º de Maio: Participe da Plenária em São Paulo:
“Virar à Esquerda! Reatar com o Socialismo!”

Hoje, às 13:00

Na subsede da Água Branca do Sindicato dos Vidreiros do Estado de SP
Rua Moacir Trancoso, 68 (travessa da Av. Santa Marina)
Ao lado da estação Água Branca da CPTM
(apenas uma estação depois do metrô Barra Funda)

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